Em Pernambuco, 95% das vagas nas Unidades de Terapia
Intensiva (UTIs) dos hospitais públicos estão ocupadas devido à pandemia
do novo coronavírus. Nesta sexta-feira (17), o secretário estadual de
Saúde, André Longo, afirmou que, diante de um iminente colapso do sistema público
de saúde, o governo tem firmado contratos para atender pacientes em hospitais
privados.
Até esta sexta-feira (17), Pernambuco contabilizou 2.006
casos confirmados, sendo 774 profissionais de saúde, e 186 mortes. O estado
conta com 571 leitos dedicados aos pacientes com Covid-19. Ainda segundo André
Longo, 269 leitos dedicados exclusivamente à Covid-19 são de UTI e outros 302,
de enfermaria.
A taxa de ocupação geral no estado é de 86%, sendo 95%
para os leitos de terapia intensiva e 77% para os de enfermaria. “Temos
trabalhado todos os dias para ampliar esses leitos. No entanto, precisamos
lembrar que essa é uma batalha de todos e temos procurado com afinco fazer a
nossa parte, mas a sociedade precisa adotar medidas de isolamento e
distanciamento social. Isso é fundamental para que possamos conter a velocidade
do crescimento da epidemia”, disse André Longo.
As informações foram repassadas em coletiva de imprensa
transmitida pela internet, da qual também participou o secretário de Saúde
do Recife,
Jaílson Correia. Ele, por sua vez, disse que a ultrapassagem de mil casos
confirmados no Recife demonstra a gravidade da pandemia.
“Temos 1.136 casos na nossa cidade, com 85 óbitos,
famílias que perderam entes queridos, pessoas amadas. Essa pandemia é o maior
desafio da nossa era. Temos, atualmente, em operação, 59 leitos de UTI e 215 de
enfermaria [na capital]. Novos leitos são ofertados a cada dia e o Hospital
Provisório Recife 1 já inicia sua operação com pacientes entubados e na
UTI, já contribuindo para salvar vidas”, afirmou Jaílson.
Contratos
com a rede privada
Segundo o secretário André Longo, a rede privada de
saúde em Pernambuco tem sido bastante solícita na contratualização com o
governo e a Secretaria Estadual de Saúde trabalha em um sistema que centralize
informações sobre leitos ociosos na rede privada e as necessidades do sistema
público.
“Fizemos uma série de reuniões e tivemos sucesso na
contratualização de leitos de hospitais até que nunca prestaram serviço
ao SUS estadual,
como o Hospital Português, o São Marcos, o Albert Sabin e o Santa Joana, cada
um com 10 leitos de UTI, além do [Centro de Educação Saúde Comunitário] do
Prado e de Paulista. Há uma colaboração da rede privada com o SUS de
Pernambuco”, afirmou Longo.
O secretário de Saúde de Pernambuco contou, ainda, que,
na legislação do SUS federal e estadual, há dispositivos que permitem fazer a
requisição de profissionais, leitos, equipamentos e insumos necessários à
prestação de serviço no sistema público de saúde, e tudo isso prevê pagamento
posterior.
“Em algum determinado momento, poderemos utilizar da
capacidade ociosa [da rede privada], mas sempre feito num padrão respeitoso,
entre o setor público e privado, porque, desde sempre, ele tem sido parceiro do
SUS em Pernambuco”, declarou.
Ampliação
de leitos na rede pública
Na capital pernambucana, o governo do estado tem optado
por montar hospitais provisórios em locais que já funcionavam como unidades de
saúde e, portanto, demandavam menores adaptações logísticas. Entretanto, no
interior, segundo Longo, hospitais de campanha podem ser instalados.
“No interior, estamos pensando em estruturas
provisórias, com clubes, mas na capital, num primeiro momento, optamos por
estruturas que já estavam prontas, ou abandonadas, porque era muito mais fácil
abordar. Em Olinda,
vamos implementar uma estrutura complementar à Maternidade Brites de
Albuquerque [requisitada administrativamente pelo governo]”, disse André Longo.
Fonte:
G1 Caruaru
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