Uma pesquisa emergencial da Fundação Joaquim Nabuco
(Fundaj) analisou os impactos sociais e ambientais do possível rompimento da
Barragem de Ipanema, localizada em Águas Belas, no Agreste do estado.
Segundo o pesquisador e especialista em barragens Neison Freire, além do
município pernambucano, três cidades alagoanas e o Rio São Francisco sofreriam
os impactos.
No dia 3 de abril, Secretaria Estadual de Infraestrutura
e Recursos Hídricos (Seinfra) informou que a barragem estava em estado de
emergência. A chuva dos dias anteriores havia feito o reservatório transbordar.
Naquela ocasião, o governo estadual orientou a retirada imediata de famílias
nas comunidades ribeirinhas.
O Globocop fez imagens, neste sábado (11), da barragem,
que tem 50 anos. Era possível ver a barragem vertendo e o grande volume de
água. "Há um risco, uma probabilidade alta de ter esse rompimento, que
pode ser brusco ou por etapa", explicou o pesquisador.
Segundo o estudo da Fundaj, a bacia do Rio Ipanema tem
mais de 6 milhões de quilômetros quadrados e fica inserida entre os municípios
de Pedra e Águas Belas, no Agreste. Apesar do risco de um acidente, o Globocop
mostrou que pessoas continuavam a passar pela ponte que fica sobre a barragem.
Havia também pessoas dentro do Rio Ipanema.
O pesquisador apontou que, caso a barragem se rompa,
além de Águas Belas, três localidades alagoanas seriam atingidas seriamente:
Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema e Batalha. Ele apontou que é preciso
se preparar com antecedência para esses moradores não serem surpreendidos caso
nos próximos dias volte a chover forte nesta região.
"[É preciso] o monitoramento 24 horas da barragem
e algum sistema de alerta precoce possa ser emitido para ter um tempo de aviso
a essas cidades que ficam após a barragem. lembrando que falamos de cidades que
tem um perfil de alta vulnerabilidade social, com população morando em
comunidades ribeirinhas", afirmou.
O material que pode ser arrastado com o possível
rompimento da barragem pode ser levado para uma distância de 95 quilômetros e
chegar ao Rio São Francisco e, depois, percorrer mais 35 quilômetros e chegar
ao oceano atlântico.
"É preciso alertar que vem uma série de detritos,
além da água. Não somente água, troncos de árvore, restos de construção,
detritos que destroem mais do que água", apontou.
Em nota, a Seinfra informou que segue monitorando a
Barragem de Ipanema e "que está trabalhando na elaboração de um projeto
para a recuperação emergencial do reservatório". "A expectativa dos
técnicos é a de que o projeto seja finalizado em 15 dias. O acompanhamento da
situação da barragem é contínuo e é realizado com o apoio da Prefeitura de
Águas Belas, da Agência Nacional de Águas (ANA), da
Agência Pernambucana de
Águas e Clima (Apac) e da Defesa Civil Estadual", disse.
Fonte:
G1 Caruaru
Nenhum comentário:
Postar um comentário