Já há mais de dois anos perguntava sobre o que
ocorreria entre um confronto entre a grande Burguesia brasileira apoiada por
uma parte das forças armadas brasileiras contra Bolsonaro apoiado em suas
milícias e parte das polícias militares. Entretanto o cenário desejado por
Bolsonaro está se avizinhando, entretanto, a epidemia talvez introduza novas
variáveis que ninguém poderia prever.
Antes do começo da epidemia, Bolsonaro, assessorado por
uma parte da extrema-direita internacional, estava no seu caminho, pois a
exacerbação dos ímpetos Bonapartistas iriam cedo ou mais tarde contra o
congresso e com a complacência das forças militares, o apoio de Moro e de
alguns governadores de estados importantes permitiriam que seguisse tranquilamente
o autogolpe até com apoio direto de grupos Imperialistas internacionais.
Porém a epidemia está fechando o cerco em torno de
Bolsonaro, um fato ainda mais chocante que aparecer nas telas de TV como, por
exemplo, a passagem dos caminhões do exército Italiano carregando dezenas de
mortos no meio da noite ou os corpos sendo queimados no meio da rua, como no
Equador, todo o esquema de apoio nacional de Bolsonaro pode cair em questão de
horas.
O discurso de Dória, que ninguém em sã consciência pode
atribuir um mínimo viés democrático, demonstra que a epidemia está
radicalizando as posições, pois o discurso de Dória não foi para eleitores
comuns, foram para a sua própria polícia militar que começa a ver que a
epidemia não é uma gripezinha como apregoa o atual ocupante da cadeira da
presidência da República.
Bolsonaro negando a própria epidemia, por determinação
das forças do mercado, principalmente dos médios e pequenos empresários, vai
continuar tendo força por no máximo duas ou três semanas. Após isso poucos de
seus apoiadores acreditarão na estupidez dele. Ou seja, por mais rapidez que
queira o ocupante da cadeira presidencial imprimir na sua organização de um
golpe, contraria o princípio básico que existe a séculos: Quando queres atacar
seus inimigos, ataque logo, pois se não atacares o número de inimigos
simplesmente aumenta.
Agora que vem a pergunta que muitos querem a resposta:
Por que a temperatura sobe e o autogolpe não vem?
É muito simples, soldados, sargentos e tenentes são os
que fazem as guerra, entretanto não são eles que as organizam.
Fonte: Jornal
GGN
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