Enquanto o boletim do Ministério da Saúde reporta
10.627 mortes, o presidente Jair Bolsonaro passeava de jet ski no lago Paranoá
e reclamava do isolamento, ‘é neurose’, disse ele. Nesse momento, o MS
anunciava também 155.939 casos de infecção confirmados. Se são os confirmados,
com a subnotificação existente, são quase nada diante de nossa realidade. Mas o
passeio do presidente estava a contento.
Em 24 horas foram notificadas 730 mortes e 10.611 novos
registros de infectados. Este é o segundo dia seguido com número de mortos
acima de 700 registros em um final de semana, e o MS alerta que, nos estados e
municípios, com equipe reduzida, menos testes de coronavírus são realizados.
Não houve churrasco no Planalto para a comemoração da
morte de mais de 10 mil brasileiros, mas os acólitos do presidente se juntaram
na praça em frente e fizeram churrasco para afrontar o luto e a luta de muitos,
de todos os brasileiros com consciência.
Enquanto isso, o levantamento por estados demonstrava a
ocupação de leitos de UTIs. Até o dia 7 de maio, quatro estados registravam
ocupação maior do que 90%: Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará e Roraima. Nas
capitais, São Luís e Belém, ocupação de UTIs também é superior a 90%.
Em São Paulo, onde os maiores números da pandemia se
concentram, o governador João Doria prorrogou a quarentena obrigatória até o
dia 31 de maio. Prefeitos do interior se rebelaram com a decisão e o de São
José dos Campos, do PSDB, que já foi à Justiça tentar reabrir o comércio
entendeu a medida como decepcionante.
Em Santa Catarina, o comércio foi sendo reaberto
progressivamente em algumas cidades desde o começo de abril. O resultado foi um
crescimento de 173% no número de infectados no primeiro mês de flexibilização.
E, para não esquecer, especialistas alertam que os
números no Brasil devem ser bem maiores que os oficiais, pois há baixa oferta
de testes e muita subnotificação.
Fonte:
Jornal GGN
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