quinta-feira, 30 de abril de 2020

DIPLOMACIA DA VERGONHA, E DAÍ?, POR GISELE RICOBOM, LARISSA RAMINA E CAROL PRONER




Historicamente, o Brasil foi atuante na construção e consolidação dos mecanismos internacionais de proteção dos direitos humanos, reconhecido como protagonista de relevado prestígio na elaboração da arquitetura das estruturas das Nações Unidas e da Organização dos Estados Americanos, especialmente desde a redemocratização.

No entanto, desde a posse de Bolsonaro a política externa brasileira vem sendo fragilizada por um discurso ideológico combativo ao inexistente “globalismo”, uma especulação desconexa e imaginativa do atual ministro, que tem promovido um retrocesso diplomático sem precedentes, sobretudo na área dos direitos humanos.
Trata-se, como denominaram em recente reunião conjunta os ex-chanceleres anteriores a Ernesto Araújo, de uma diplomacia da vergonha, que vem implodindo as relações internacionais construídas ao longo de décadas, submetendo de forma subserviente os interesses nacionais à política de Trump, resultando numa conduta de autoisolamento no mundo globalizado e pandêmico.

Desde a posse de Araújo, o Brasil vem sendo denunciado internacionalmente pelas ações genocidas contra os indígenas, pelos ataques ao meio-ambiente e à diversidade biológica, pelos retrocessos nos direitos à diversidade de gênero LGBTIQ+, em relação ao discurso misógino do Presidente e assessores, pelos ataques à liberdade de imprensa, pela atuação criminosa em relação a defensores dos direitos humanos, bem como pela política carcerária e de segurança pública racista e desumana que vinha sendo levada a cabo pelo então Ministro da Justiça, dentre muitos outros temas.

O desprezo ao tema dos direitos humanos no Brasil produziu impactos sociais sem precedentes em todas as áreas, resultando não apenas no encolhimento da importância do Brasil nos mecanismos internacionais, como também no aumento expressivo das denúncias contra o país nestes fóruns.  Desemprego, pobreza, aumento da violência de gênero, genocídio indígena, destruição ambiental, fragilidade institucional e democrática tem avançado a galope desde a implementação da plataforma antidireitos do governo Bolsonaro.

Nesse sentido, a pandemia não poderia ocorrer em governo e em momento pior para o Brasil. Bolsonaro é reconhecidamente o pior gestor da crise no mundo, como apontou o editorial do The Washington Post, pois coloca em risco a vida de milhares de pessoas, minimizando as consequências letais do vírus e os impactos ao sistema de saúde.

Outro não é o resultado do colapso já vivido nas muitas cidades brasileiras. Sem considerar a subnotificação, o Brasil ultrapassou a China em números absolutos de mortes e a reação do presidente é de sarcástica omissão ou, o que é o pior, de manifestações criminosas.

Bolsonaro também já foi denunciado no Tribunal Penal Internacional por cometer crime de lesa humanidade pela responsabilidade individual que possui na contenção da crise, já que ocupante do principal cargo da República. Após inúmeras denúncias na ONU, relatores especiais das Nações Unidas declararam que “as políticas econômicas e sociais irresponsáveis do Brasil colocam milhões de vidas em risco.”

Os ataques negacionistas do governo Bolsonaro às recomendações da Organização Mundial de Saúde levou o país a ser deixado de fora da aliança sobre o acesso a tratamentos de saúde ao COVID-19, o que inclui bilhões de recursos para o desenvolvimento de uma vacina para conter o vírus. Parte do governo brasileiro sequer sabia da existência da reunião de alto nível da Organização, em mais uma ação da diplomacia da vergonha.

O demérito aos órgãos multilaterais e a completa desídia do governo federal tem resultado em expressivas manifestações dos mecanismos internacionais de proteção aos direitos humanos, daí que poderá levar o Brasil a uma responsabilização mais efetiva, como uma eventual condenação pela Corte Interamericana de Direitos Humanos e mesmo a esperada condenação criminal e pessoal do presidente Jair Bolsonaro pelo Tribunal Penal Internacional.

É passada a hora também para que instituições brasileiras atuem de forma decisiva para o afastamento do presidente mais vil, abjeto e despreparado da história da nossa triste república, evitando assim milhares de outras mortes que serão vítimas de seu projeto atentatório aos direitos humanos.

Gisele Ricobom, Larissa Ramina e Carol Proner, professoras de Direito Internacional Público, membras da ABJD

Fonte: Jornal GGN

SOBE PARA QUATRO MORTES POR CORONAVÍRUS EM GARANHUNS




A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, informa que foi confirmado, nesta quarta-feira (29), mais um óbito em decorrência de Covid-19, em Garanhuns. Trata-se de um homem, de 53 anos, que estava internado em hospital da rede pública estadual, onde veio a óbito ontem (28). O paciente apresentou quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo realizada a coleta de material para testagem, que foi confirmada para Covid-19, pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE).

Também foram registrados hoje, quatro novos casos de Covid-19, após resultado de testagem laboratorial. Os familiares e pessoas que tiveram contato direto com os casos confirmados, estão sendo monitorados e orientados, por meio das equipes de Vigilância Epidemiológica e Atenção Básica do município, com o objetivo de que cumpram o período de isolamento domiciliar.

O município confirmou ainda a recuperação de duas pessoas, que estavam cumprindo o período de isolamento domiciliar e não apresentam mais sintomas da doença. Atualmente, Garanhuns tem 16 casos confirmados para Covid-19. Deste total, quatro pessoas vieram a óbito. Cinco casos seguem aguardando resultado de testagem laboratorial, para posterior confirmação ou descarte de Covid-19. Ao todo, 20 casos foram descartados, após serem submetidos ao exame, e obtiveram resultado negativo.

A Secretaria de Saúde reforça o pedido para que a população permaneça em casa! Se for necessário sair, faça o uso de máscara, lembrando também dos cuidados com a higiene. Todos aqueles que não estão envolvidos com os serviços essenciais devem cumprir as medidas de distanciamento social, de acordo com as orientações das autoridades sanitárias.

Fonte: Secom

CORTE DE 30% DO SALÁRIO DE SERVIDORES MUNICIPAIS COMISSIONADOS DE GARANHUNS GERA RECLAMAÇÕES




Servidores municipais comissionados de Garanhuns tiveram um corte de 30% nos seus salários por causa da pandemia do novo coronavírus nesta quarta-feira (29/4), segundo informações do Blog V&C servidores encontraram o valor de R$ 676,00 em seus contracheques e reclamaram informando que com esse valor não dá para pagar as contas e manter a alimentação.

O prefeito de Garanhuns Izaías Régis, disse em entrevista na Rádio Jornal Garanhuns, que os cortes foi a solução para não haver demissão dos servidores, também houve redução nos salários do prefeito e vice-prefeito e secretários.

Em nota a prefeitura esclareceu a situação, veja na íntegra.

NOTA DE ESCLARECIMENTO DA PREFEITURA

Nota de esclarecimento – Redução nos vencimentos dos servidores municipais

29 de abril de 2020

A Prefeitura de Garanhuns esclarece que todos os contratos da municipalidade foram celebrados com o objetivo de atender situações de excepcionalidade, sendo desempenhados em funções temporárias, diante da necessidade e do interesse público. A partir da situação atual, caracterizada pela pandemia do coronavírus, o Governo Municipal tomou algumas decisões estratégicas de enfrentamento à Covid- 19. Entre elas está a edição do Decreto nº 015/2020, que reconheceu a emergência advinda da pandemia. Entre outras medidas, o decreto suspendeu as atividades administrativas não essenciais, bem como as aulas da Rede Municipal de Ensino, o que, consequentemente, levaria a suspensão de contratos celebrados com o município.

Ao contrário das decisões tomadas por outros municípios de Pernambuco, o Governo Municipal, mesmo optando pela suspensão temporária destas atividades, resolveu não rescindir os contratos. Desta forma, foi encaminhado o projeto de Lei nº 009/2020 ao Poder Legislativo Municipal, o qual possibilitará a manutenção destes contratos, diante da suspensão das atividades administrativas, aplicando uma redução do percentual dos vencimentos.

No cenário de pandemia, em que alguns servidores não estão desempenhando as funções regularmente, a gestão optou pelo caminho menos gravoso, possibilitando a manutenção destes contratos. Além de que, diante da redução do arrecadação, poderá haver uma queda de receita de aproximadamente R$ 30.000.000,00, para mais ou menos, conforme calculadora pública; o que levaria consequentemente a rescisão desses contratos.

É importante ressaltar que a manutenção dos contratos é um dos maiores esforços promovidos pela gestão municipal, priorizando a garantia dos vencimentos de servidores efetivos, contratados e comissionados da municipalidade. Inclusive, estipulando como menor valor a ser recebido, o mesmo estabelecido no auxílio emergencial prestado pelo Governo Federal (RS 600,00).

Ainda buscando evitar a suspensão dos contratos, e possibilitando a manutenção das rendas, foi determinada a redução do mesmo percentual para todos os servidores comissionados e de cargos de confiança. Tal medida, além de possibilitar a manutenção dos contratos, também busca não gerar desemprego, direcionando o uso de todos recursos para o combate à pandemia de Covid-19 no âmbito municipal.

Assessoria de Comunicação Social e Imprensa — (ACSI)

COM A CAMPANHA “#ELASTRANSFORMAM”, MRV VAI PATROCINAR DOZE ATLETAS MULHERES NOS PRÓXIMOS 24 MESES




Para fomentar o esporte brasileiro e enaltecer a importância da presença feminina nesse espaço, a MRV, líder em soluções habitacionais, com a campanha #ElasTransformam, vai patrocinar doze atletas do sexo feminino que estão competindo por uma vaga nas Olimpíadas de Tóquio. Metade das esportistas já foram selecionadas e convidadas pela empresa e pela capitã da campanha, Maurren Maggi; as outras seis vagas estão abertas às atletas para inscrição no site da MRV até o dia 22 de maio. Dentre os objetivos do programa, a empresa busca destacar a força da mulher na luta do seu dia a dia e na busca pelos seus sonhos.

Para participar, as atletas devem  se cadastrar pelo site elastransformam.mrv.com.br e enviar um vídeo de, no máximo, um minuto contando sobre o motivo pelo qual devem ser escolhidas, bem como sua trajetória no esporte. Dois grandes experts no tema serão os jurados: Marcelo Vido e Mariana Brochado. As escolhidas receberão apoio e bolsa atleta MRV por 24 meses – antes, durante e depois das Olimpíadas. “A MRV é uma das empresas privadas que mais investe no esporte brasileiro e mesmo em momentos desafiadores como o que estamos vivendo ao enfrentarmos uma pandemia global, continuamos reconhecendo a importância desses investimentos”, conta Rodrigo Resende, diretor de Marketing e Novos Negócios da MRV.

“O objetivo da MRV sempre foi de ajudar a transformar sonhos em realidade. Ao apostarmos no esporte feminino e patrocinarmos as atletas, estamos cumprindo com nosso propósito e oferecendo a oportunidade dessas esportistas estarem mais próximas de seus sonhos”, afirma Resende. “A mulher tem um poder transformador na sociedade que precisa ser exaltado. E o esporte não pode ficar de fora. Sabemos dos desafios que elas enfrentam para conquistar seus espaços e queremos ser um meio importante de apoio para que essas atletas realizem seus sonhos e sirvam de inspiração para outras”, diz Resende.

As atletas já selecionadas são: Ana Sátila (Canoagem Velocidade); Flavia Saraiva (Ginástica Artística); Silvana Lima (Surf); Rayssa Leal (Skate Street); Lorrane Ferreira (Natação) e Bruna Takahashi (Tênis de Mesa). Maurren Maggi, maior nome da história do atletismo feminino do Brasil ao ganhar a medalha de ouro no salto em distância dos Jogos Olímpicos em Pequim, é a capitã que representa a campanha. Ela irá acompanhar as atletas e suas performances ao longo do patrocínio.

As inscrições podem ser feitas de 28 de abril a 22 de maio pelo site elastransformam.mrv.com.br. Confiram o convite feito pela Maurren Maggi para as atletas: https://www.youtube.com/watch?v=PGRBfW0K2TA

Sobre a MRV

Ao longo de 40 anos de história transformando a vida de milhares de pessoas por meio da casa própria, a MRV, maior construtora da América Latina, se tornou uma plataforma de soluções habitacionais capaz de fornecer a opção de moradia que melhor se adapte ao momento na vida dos brasileiros, seja  com a aquisição de apartamentos prontos ou na planta, pela  compra de um terreno em loteamentos completamente urbanizados pela Urba, ou mesmo alugando imóveis especialmente pensados, com inúmeros serviços, pela sua startup Luggo, totalmente digital e sem burocracia.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

“QUER QUE EU FAÇA O QUÊ?”, DIZ BOLSONARO SOBRE VÍTIMAS DE CORONAVÍRUS




O presidente Jair Bolsonaro mostrou total desrespeito com as vítimas fatais de coronavírus no Brasil, no dia em que os dados oficiais mostram que o total de mortos pela doença no país ultrapassou o registrado na China.

“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre​”, afirmou ao ser questionado sobre os números, segundo informações do jornal Folha de São Paulo. Lembrando que o presidente é claramente contra as normas de isolamento social recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), além de ser um claro defensor da retomada das atividades antes mesmo do pico da pandemia no país.

Agora, o Brasil é o nono país com mais mortes registradas no mundo. O boletim mais recente do Ministério da Saúde aponta que 5.017 pessoas morreram por Covid-19 no Brasil até as 14hs desta terça-feira (28/04). Nas últimas 24 horas, foram 5.385 casos novos e 474 novos óbitos. Dos 71.886 casos confirmados, 32.544 são considerados recuperados (45%) e 34.325 estão em acompanhamento. Existem ainda 1.156 óbitos que estão em investigação.

Já os últimos dados da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, apontam um total de 5.063 mortes no Brasil, e 72.899 casos, enquanto a China registra 83.938 casos, com 4.512 mortes na região de Hubei.

Fonte: Jornal GGN




PREFEITURA DE GARANHUNS DISTRIBUI MÁSCARAS PARA A POPULAÇÃO




Como medida preventiva ao contágio e à propagação da Covid-19, a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH) já realizou a entrega de 18 500 máscaras reutilizáveis para a população de Garanhuns. Parte deste material foi adquirido por meio de doações da ‘Campanha Vamos Proteger Garanhuns’, voltadas para o combate à Covid.

O trabalho vem sendo realizado de forma contínua pelos profissionais da pasta, e consiste na distribuição dos equipamentos de proteção para Organizações Não 
Governamentais (ONG’s) do município, e também para a população em geral, nos serviços que permanecem funcionando durante a pandemia, como supermercados, bancos e lotéricas.

A Campanha segue recebendo doações para a produção de máscaras. Arrasta para o lado para saber como ajudar!

Fonte: Secom

TRÊS MORTES POR CORONAVÍRUS EM GARANHUNS




A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, informa que três óbitos foram registrados, em Garanhuns, entre o domingo (26) e a segunda (27), de homens, com idades de 77, 58, e 53 anos. Os pacientes residiam nos bairros Brasília, Severiano Moraes Filho (Indiano) e Francisco dos Santos Figueira (Cohab II), respectivamente, e estavam internados no Hospital Regional Dom Moura (HRDM).

Todos três apresentaram quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo realizada a coleta de material para testagem, para confirmação ou descarte da Covid-19, pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE). O paciente de 77 anos foi confirmado nesta terça (28), como caso positivo de Covid-19. A Secretaria de Saúde portanto, segue aguardando o resultado da testagem laboratorial dos outros dois pacientes.

Todo o protocolo recomendado pelo Ministério da Saúde, para realização de velórios e funerais dos casos suspeitos para a Covid-19, foi adotado pela Secretaria Municipal de Saúde, incluindo sepultamento no mesmo dia do óbito, com urna fechada, e sem aglomerações.

Desta forma, Garanhuns conta agora com 11 casos confirmados de Covid-19 e três óbitos.

Fonte: Secom

GRUPOS DE IDOSOS DO SESC ENTRAM NA LUTA CONTRA O CORONAVÍRUS E INVESTEM NA PRODUÇÃO DE MÁSCARAS




O uso de máscaras de tecido tem sido cada vez mais comum nas ruas das cidades brasileiras no combate à propagação do coronavírus. E a produção deste equipamento de proteção de forma artesanal cresce a cada dia. Integrantes de grupos de idosos de unidades do Sesc no interior de Pernambuco aderiram à iniciativa e estão confeccionando em casa máscaras para doação ou para garantir uma renda extra.

Em Arcoverde, idosas do Grupo Novo Horizonte criaram o Ateliê da Solidariedade, ideia que surgiu nas reuniões virtuais organizadas por elas enquanto as atividades presenciais do Sesc estão suspensas. Elas fizeram pesquisas sobre a modelagem, a higienização e a embalagem e já entregaram à comunidade mais de 378 máscaras em TNT, 367 em tecido e 55 gorros hospitalares. A meta do Ateliê é alcançar a marca de mil unidades.

Em Belo Jardim, a voluntária do Grupo Girassol do Sesc Maria José da Silva Lemos, a Dona Nana, dá mais um exemplo de cuidado com o próximo. Ela já produziu mais de 100 máscaras para doar aos familiares e às pessoas da zona rural do município. Há seis anos no Girassol, já realizou várias oficinas de artesanato com o grupo. Ela é costureira e produziu as máscaras com material que tinha em casa. Também faz por encomenda.

Em Caruaru, seis integrantes do Grupo da Amizade do Sesc começaram a fazer máscaras, também aproveitando tecidos quem já têm à disposição. Ainda não há um quantitativo, mas sabe-se que toda a produção será doada. O Sesc ainda está articulando essa rede de solidariedade entre as integrantes do grupo que, apesar das dificuldades de aquisição de materiais, está trabalhando a todo vapor.

Maria do Socorro Bezerra, Iracy Brito, Lia Catão e Betinha Fula participam do Grupo Reviver do Sesc Garanhuns e por serem costureiras, foram incentivadas pelas colegas, a partir de conversas pelo grupo de Whatsapp, a produzir as máscaras. As quatro receberam o material das amigas e iniciaram a produção. Já fizeram mais de 100 unidades que foram entregues ao Banco de Alimentos do Sesc para doação.

Em Surubim, Irene Tributino, voluntária do grupo Raio de Sol, está confeccionando os equipamentos de proteção para doação e venda. Como já trabalha com fardamentos hospitalares, aproveita o material que tem para costurar as máscaras. Parte da produção de Dona Irene foi doada ao Lar Amélia França de Surubim, que abriga 20 idosos e tem 16 funcionários.

"Com a paralisação das atividades com o idoso no Sesc, seguindo as recomendações da OMS, mas preocupados com o isolamento dos nossos idosos, pensamos em continuar promovendo atividades que valorizem a autonomia, protagonismo e desenvolvimento da pessoa idoso. Dentre elas, temos a confecção de máscaras, que é um belo gesto de solidariedade", ressalta Mônica Regina, coordenadora regional de Assistência do Sesc em Pernambuco.

Sesc – O Serviço Social do Comércio é uma instituição privada mantida pelos empresários do comércio de bens, serviços e turismo. Em Pernambuco, iniciou suas atividades em 1947. Oferece para os funcionários do comércio de bens, serviços e turismo, bem como para o público geral, a preços módicos ou gratuitamente, atividades nas áreas de educação, saúde, cultura, recreação, esporte, turismo e assistência social. Atualmente, existem 23 unidades do Sesc do Litoral ao Sertão do estado, incluindo dois hotéis, em Garanhuns e Triunfo, e o Centro de Produção Cultural, Tecnologia e Negócios do Sesc, em Garanhuns. Essas unidades dispõem de escolas, equipamentos culturais (como teatros e galerias de arte), restaurantes, academias, quadras poliesportivas, campos de futebol, entre outros espaços e projetos. Para conhecer cada unidade, os projetos ou acessar a programação do mês do Sesc em Pernambuco, basta acessar www.sescpe.org.br.

terça-feira, 28 de abril de 2020

DATAFOLHA: IMPEACHMENT DE BOLSONARO DIVIDE PAÍS




A última pesquisa Datafolha mostra que o presidente Jair Bolsonaro conseguiu manter sua base de apoio relativamente estável, mas viu aumentar o apoio à possibilidade de renúncia devido à crise política em meio à pandemia do coronavírus.

Segundo a pesquisa divulgada pelo jornal Folha de São Paulo, 45% querem que a Câmara dos Deputados abra um processo de impeachment contra o presidente, enquanto 48% rejeitam a medida. Não sabem opinar 6%.

Contudo, a pesquisa mostra crescimento do apoio à eventual renúncia de Bolsonaro cresceu em relação à pesquisa feita de 1º a 3 de abril. Na ocasião, 59% dos ouvidos pelo Datafolha se diziam contrários ao gesto. Agora, são 50%, empatados com os 46% que desejam que ele renuncie – eram 37% no começo do mês.

Por outro lado, a avaliação geral do presidente se mostra estável: atualmente, 38% acham Bolsonaro ruim ou péssimo, com 33% dos brasileiros o avaliando como bom ou ótimo e 25%, como regular. Em dezembro, eram 36%, 30% e 32%, respectivamente.
Sua melhor avaliação ocorre entre moradores do Norte/Centro-Oeste (41% de aprovação) e os mais ricos (41%). A pior, entre nordestinos (43% de rejeição) e habitantes do Sudeste (41%), além daqueles mais instruídos (41%).

A pesquisa foi elaborada sob o impacto da saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que ocorreu na última sexta-feira. Na ocasião, Moro acusou Bolsonaro de querer interferir politicamente na Polícia Federal. Foram ouvidas 1.503 pessoas por telefone, e a margem de erro é de três pontos percentuais.

Fonte: Jornal GGN

DETENTOS DE CANHOTINHO CULTIVAM ALIMENTOS DOADOS PARA MORADORES DE RUA EM GARANHUNS




O Centro de Ressocialização do Agreste (CRA), em Canhotinho, está colaborando com o "Projeto Mãos Solidárias, Cuidam da Terra e Alimentam o Mundo". A produção da horta da unidade prisional é destinada para a iniciativa, que beneficia pessoas em situação de vulnerabilidade social em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco.

Os legumes e verduras são cultivados por cerca de 30 detentos, e destinados para as refeições servidas aos moradores em situação de rua e famílias necessitadas devido à pandemia do novo coronavírus. As doações vão ser repassadas enquanto durar o projeto. Foram doados 73 kg de macaxeira, além deabobrinha, coentro, cebolinha, alface e couve.

“O sistema prisional pode contribuir neste momento pelo qual atravessamos. A mão de obra carcerária já está ativa na produção e EPIs para os servidores e profissionais de saúde e pode ajudar muito mais”, acrescentou o secretário-executivo de Ressocialização, Cícero Rodrigues.

Fonte: G1 Caruaru

NOVO DECRETO DETERMINA O USO DE MÁSCARAS POR TRABALHADORES QUE SEGUEM EM ATENDIMENTO À POPULAÇÃO DE GARANHUNS




A Prefeitura de Garanhuns anunciou, nesta segunda-feira (27), novas medidas para o combate à Covid-19, no âmbito municipal. O decreto nº 34/2020 torna obrigatório o uso de máscaras por todos os funcionários e colaboradores, nas atividades onde o funcionamento segue permitido pelo Governo Municipal e Estadual, cabendo aos comerciantes, empresas e prestadores de serviço, o fornecimento do material. Também fica autorizada a realização das feiras livres no município, exclusivamente, no período entre a quinta-feira (30), até o próximo domingo (03).

O expediente traz ainda, informações sobre os cuidados e restrições necessárias para evitar disseminação do coronavírus nos espaços das feiras, que serão realizadas com controle da entrada e saída dos consumidores. O trabalho será promovido pela equipe da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente (SDRMA), com apoio do efetivo da Autarquia Municipal de Segurança, Trânsito e Transportes (AMSTT).

Todos os feirantes e consumidores também devem ficar atentos às condições de higiene durante a comercialização dos produtos, bem como o uso de máscaras, e disponibilização de álcool 70%, sempre que possível.

O cumprimento das normas permanecerá sendo fiscalizado, por meio das equipes da Vigilância Sanitária e da SDRMA. As bancas dos feirantes deverão ser dispostas linearmente, em corredores amplos. Será permitida apenas a comercialização de produtos do gênero alimentício, sendo eles: hortaliças, frutas, legumes, carnes, peixes e aves. Nenhum item poderá ser acondicionado no chão da feira.

Também é indicado que apenas uma pessoa de cada família vá até a feira, resguardando idosos e população de risco em suas residências. A manutenção da programação das feiras livres será definida gradualmente, de acordo com o cumprimento das exigências, buscando sempre a preservação da saúde de feirantes e da população.

Fonte: Secom

EX-PREFEITA DE JUPI, CELINA BRITO, SE FILIA AO REPUBLICANOS




A ex-prefeita de Jupi, no Agreste, Celina Brito confirmou a filiação ao Republicanos na última sexta-feira (24). Além dela, cerca de 40 pessoas se juntaram ao partido na cidade, entre lideranças políticas e apoiadores. Celina foi gestora do município entre 2009 e 2016 e presidente do Conselho de Desenvolvimento do Agreste Meridional.

Ela destacou que a parceria com o deputado federal Silvio Costa Filho será benéfica para Jupi. “Seguimos a linha de um trabalho que respeitamos e admiramos. O deputado Silvio Costa Filho tem uma história política que nos incentivou a escolha pelo Republicanos, afinal as ações de Silvio inspiram confiança, credibilidade e segurança de que os municípios receberão atenção”, destacou Celina.

O parlamentar também comentou a chegada da ex-gestora à sigla. Para o presidente estadual do Republicanos, a filiação pode colocar Jupi no rumo do desenvolvimento. “Celina foi prefeita durante oito anos e transformou a cidade. Celina tem qualidades que admiramos no nosso time. Juntos, vamos trabalhar ainda mais pela cidade”, declarou Silvio.

A filiação da ex-prefeita aumenta ainda mais a atuação do Republicanos em Pernambuco. “O time de Silvio Costa Filho vem crescendo porque ele está comprometido em fortalecer nossos municípios”, afirmou Celina.

Fonte: Jardim do Agreste

segunda-feira, 27 de abril de 2020

O DISCURSO DE BOLSONARO E A PSICOLOGIA DAS MASSAS, POR MICHEL AIRES DE SOUZA DIAS




No atual estágio de nossa civilização, a racionalidade técnica atingiu todas as esferas da vida social. O mundo se tornou cada vez mais administrado. Os indivíduos foram transformados em objetos de organização e coordenação em larga escala. O capitalismo, por meio da técnica, foi capaz de criar padrões, modos de comportamento, atitudes e formas de pensar que se impõe ao indivíduo massificado no interior das práticas sociais. Desse modo, o sujeito só pode assegurar sua sobrevivência se for capaz de aceitar padrões externos de adaptação, integração, desempenho e eficiência. 
Hoje, vivemos em uma sociedade cada vez mais enclausurada, cada vez mais socializadas, determinada pelos controles técnicos. O resultado disso são sujeitos fracos, impotentes e dessubjetivados, que procuram compensar sua fraqueza se identificando com as estruturas do poder. As pesquisas do filósofo Theodor Adorno mostraram que é a partir do enfraquecimento do eu que surgem as predisposições fascistas na sociedade. A personalidade autoritária não surge de uma determinada ideologia política conservadora, mas surge da impotência e da incapacidade do indivíduo reagir ao descomunal aparelho técnico-econômico que o subjuga. Nas próprias palavras de Adorno: “Personalidades com tendências autoritárias identificam-se ao poder enquanto tal, independente do seu conteúdo. No fundo dispõe de um eu fraco, necessitando, para se compensarem, da identificação com grandes coletivos e da cobertura proporcionada pelos mesmos” (ADORNO, 1995, p.37).

Freud no início do século XX, em seu livro Psicologia das massas e análise do Eu (1921), foi capaz de prever o surgimento e a natureza dos movimentos de massa fascistas em termos psicológicos. A partir das ideias de Gustave Le Bon, ele procurou compreender as transformações psicológicas que passa o indivíduo ao fazer parte de uma coletividade. Ao retomar as ideias de Totem e Tabu, ele defendeu a tese de que os laços que ligam os indivíduos em um grupo ou massa é determinado por Eros (Amor), reproduzindo os mesmos laços emocionais da horda primitiva.

Freud observou que há uma grande mudança na psicologia e no comportamento dos indivíduos quando eles participam de um grupo ou de uma massa. A principal mudança é a de que os processos conscientes são substituídos por processos inconscientes. Os indivíduos perdem sua capacidade crítica, adquirindo um grande sentimento de poder, dando vazão aos seus instintos mais primitivos. Desse modo, comportam-se como seres irracionais, em um estado hipnótico, sendo guiados pela sugestão. Eles são sugestionados pelo líder ou por aquele que conduz a massa, perdendo totalmente sua autonomia. Eles também tornam-se predisposto ao contágio, imitando as atitudes e comportamentos irracionais que se manifestam em todo grupo. 
Com isso, comportam-se contrariamente às interdições morais da sociedade, em oposição aos seus hábitos e caráter. Assim, “todas as inibições individuais são anuladas e todos os instintos cruéis, brutais e destrutivos, que dormitam no indivíduo como restos dos tempos primitivos, são despertados para a livre satisfação dos impulsos” (FREUD, 2019, p. 52).

O principal fator inconsciente que move os indivíduos é a necessidade de pertencerem a uma coletividade, sendo amados, respeitados e felizes como partes dessa totalidade. Freud percebeu essa motivação principalmente na igreja e no exército. Nessas instituições, o líder torna-se, depois de Eros, o principal motivo dos vínculos libidinais entre os indivíduos. Todos se unem na mesma ilusão de que há um líder, na Igreja Católica Cristo, no exército o general, que ama a todos de modo incondicional. Os indivíduos se ligam ao líder por identificação e por laços emocionais com seus semelhantes por características afetivas em comuns. Nesse sentido, o líder torna-se o “ideal do eu” dos indivíduos, um modelo a ser imitado e seguido, mantendo o grupo unido: “O mecanismo que transforma a libido no vínculo entre líder e seguidores, e entre os próprios seguidores, é o da identificação” (ADORNO, 2015b, p.166).

Para Freud, a identificação é uma manifestação precoce de ligação emocional entre dois indivíduos. Ela surge pelo Complexo de Édipo, onde a criança ao querer substituir o pai, identifica-se com ele. O pai passa a ser o ideal do Eu da criança, que posteriormente foi chamado pela psicanálise de superego. É pela identificação que o líder assume a figura do pai, mediante o seu amor, une todos os indivíduos uns com os outros e pela mesma percepção da realidade.

As ideias de Freud foram de enorme importância nos estudos de Adorno sobre a propaganda fascista, procurando entender como os agitadores fascistas são capazes de criar uma ambiente emocional de hostilidade, guiando os indivíduos para fins políticos. Em seu artigo, Antissemitismo e a propaganda fascista (1946), Adorno mostra três características da abordagem psicológica da propaganda autoritária.

A primeira característica da propaganda fascista é a personalização do líder. Em seus discursos e na publicidade todo líder sempre procura falar de si mesmo. Eles falam sobre seu cotidiano, sobre sua intimidade, sobre sua família e sobre suas preferências. Eles sempre se apresentam como homens comuns, humildes e religiosos. Eles também falam de suas fraquezas e não possuem a pretensão de superioridade. Apresentam a imagem de homens simples, mas ao mesmo tempo de grandes líderes: “Eles se identificam com seus ouvintes e colocam particular ênfase em serem simultaneamente tanto homens pequenos e modestos quanto líderes de grande calibre” (ADORNO, 2015a, p 138-9). Essa característica pode ser corroborada na campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro. Em seus discursos, Bolsonaro sempre falava de si mesmo e de sua família. Ele passava a imagem de um homem comum, religioso, honesto e que se identificava com qualquer outro brasileiro. Era normal vê-lo andando de chinelos, cortando o cabelo, rezando em alguma igreja ou de bermuda, comendo pão com leite condensado.  Nunca se apresentava como intelectual, mas como um indivíduo simples e pragmático. Ele colocava-se como a imagem e semelhança de seu eleitor.

A segunda característica elencada por Adorno é a de que os agitadores fascistas substituem os fins pelos meios. Eles propagandeiam a ideia de um grande futuro, de um grande movimento, de uma grande organização, que deve possibilitar a renovação da nação, que esperam realizar. Nesse sentido, eles enaltecem a ação e estabelecem o compromisso de um grande pacto. Eles se colocam como visionários daquilo que está por vir, tal como Hitler fazia em seus discursos.  Essa característica também pode ser encontrada no discurso de posse do presidente Jair Bolsonaro. Nesse discurso ele afirma que sua grande missão é a de restaurar e reerguer a pátria, “libertando-a definitivamente do julgo da corrupção, da criminalidade, da irresponsabilidade econômica e da submissão ideológica”. Ele fala de um “verdadeiro pacto nacional entre a sociedade e o os Poderes executivo, legislativo e Judiciário, na busca de novos caminhos para um novo Brasil”. Ele também afirma que sua grande “prioridade é proteger e revigorar a democracia brasileira”. (BOLSONARO, 2019, Folha de São Paulo).  O que é notório em sua fala, é que ele não diz como esses objetivos serão alcançados, como o pacto se conduzirá e quais ações devem ser tomadas. Seu discurso é retórico e emocional.  Ele almeja convencer os indivíduos manipulando seus mecanismos emocionais e inconscientes, sem apresentar ideias objetivas ou argumentos. Na verdade, o discurso fascista nunca apresenta ideias objetivas, ele sempre é astuciosamente ilógico e pseudoemocional.

A terceira característica da propaganda fascista constitui um dos seus mais importantes padrões, uma vez que apela ao desejo e ao prazer de bisbilhotar e difamar seus oponentes. Normalmente se contam fatos geralmente inverídicos sobre a vida deles. Constantemente se contam histórias escandalosas, a maioria falsas, como escândalos sexuais, corrupção, violência ou algum excesso. Essa característica também pode ser exemplificada nas propagandas fascistas de Bolsonaro. São as famosas “fake news”. Nas eleições, o seu principal oponente, Fenando Haddad, foi acusado das mais absurdas notícias. Ele foi acusado de distribuir nas escolas kitgays para incentivar as crianças a serem homossexuais; de distribuir mamadeiras de pênis para incentivar a sexualidade nas crianças; de propagar o incesto por meio de livros, de legalizar a pedofilia e de possuir riquezas como uma Ferrari.

Em outro ensaio, A teoria freudiana e o padrão da propaganda fascista (1951), Adorno apresenta todas essas características do discurso fascista e as aprofunda, procurando compreender os padrões que são intrínsecos ao discurso dos agitadores. Neste texto, o que o intrigava era como o líder fascista conseguia o apoio de milhares de pessoas para fins incompatíveis e até contrários aos seus próprios desejos e interesses. Em sua opinião, o material estudado sempre mostrava que a abordagem era muito mais psicológica do que atingir fins objetivos. Não se trata de argumentos ou de fins claramente racionais, mas de convencer as pessoas de modo afetivo, emocional, apelando aos processos inconscientes. Era por isso que o líder conseguia atingir seus fins políticos.  Para Adorno bastava analisar um panfleto ou um discurso para compreender todos as outros. Eles usam sempre as mesmas técnicas.

Segundo Adorno, a técnica fascista é sempre autoritária. Freud já havia mostrado que na Igreja e no Exército o amor é sublimado, não se fala em relações afetivas entre seus membros. O amor sempre aparece como caridade, compaixão pelo próximo, ajuda mútua, amor à corporação ou à pátria. Nessas instituições o amor deve ser sempre reprimido e transformado em dever e obediência. Sobre isso, Adorno (2015b) afirma que Hitler em seus discursos recusou a imagem de um pai amoroso e o substituiu pela imagem de um pai autoritário, assumindo uma posição conservadora e ameaçadora. Já o amor foi sublimado através da ideia de uma Alemanha forte e poderosa. Nós podemos fazer aqui um paralelo com o discurso do presidente Jair Bolsonaro. De modo consciente ou inconsciente, nas eleições ele assumiu a imagem do pai autoritário, conservador e ameaçador. Em seu discurso sempre havia palavras de ordem, de ódio e de ataques aos seus inimigos. Por outro lado, o amor foi transferido para a ideia de um Brasil forte e soberano. Tanto que o slogan de sua campanha era: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Esse slogan era uma nítida referência ao slogan da Alemanha nazista.

Uma importante técnica avaliada por Adorno na propaganda fascista, e que pode ser exemplificado na figura de Bolsonaro, é a ideia de “pequeno grande homem”. Esse recurso se veicula a ideia de personalização. O líder fascista sempre passa a imagem de um homem forte, pragmático, mas ao mesmo tempo um homem como qualquer outro, uma pessoa comum, sem mácula. A propaganda fascista nunca fala em problemas objetivos, uma vez que foca sempre na repetição reiterada da imagem do líder. Há sempre uma dupla imagem, por um lado o líder se apresenta como um ser pragmático, capaz de resolver todos os problemas, mas ao mesmo tempo como um homem do povo, uma pessoa comum. Essa imagem personalizada do “pequeno grande homem” também foi usada na propaganda de Bolsonaro. Vejamos essa passagem de um texto em seu facebook:

O que este homem tem de extraordinário e anormal? A resposta é simples e clara: Nada! E é exatamente este seu cacife. Ele é uma pessoa comum, com seus defeitos que cada um de nós carrega; com sua vontade de ver um país com menos corrupção, menos “esculhambação”, menos desinformação e menos bombardeamento da família etc. O que seus adversários ainda não entenderam é que a questão não é o Bolsonaro; o problema é com eles! O povo não está votando propriamente no Bolsonaro. O povo está “desvotando […]. Não é questão de escolher o mais culto, o mais “preparado”, o mais isso ou mais aquilo… É repulsa mesmo! Contra o Sistema corrupto, apátrida e diabólico que nos encharca, empanzina e causa náuseas. O brasileiro não escolheu Bolsonaro; ele simplesmente está no lugar certo e no momento exato. A maioria, mesmo inconscientemente, está votando em si mesmo. Apenas se achegou a um porta-voz que ia passando e dizendo muito daquilo que você e eu queríamos dizer. Aquilo que estava engasgado há tempos. 


Fonte: Jornal GGN