segunda-feira, 16 de março de 2020

A GRANDE LUTA DE BOLSONARO CONTRA SEUS DEMÔNIOS, POR LUIS NASSIF




Economistas e analistas políticos têm enorme dificuldade em analisar realidades dinâmicas. Isto é, sujeitas a episódios de corte, que alteram completamente a linha histórica. Eles preferem a tranquilidade das análises lineares, pelas quais consegue-se montar cenários de futuro analisando as séries estatísticas, e chegando a conclusões erradas, especialmente em momentos de ruptura.

Tem-se dois movimentos de ruptura em andamento> as disputas em torno das cotações do petróleo e o coronavirus, mudando a história do mundo. Ante ameaça tão grave, caem dogmas econômicos, frescurites políticas, blefes administrativos.
Na França, o presidente Emmanuel Macron entendeu os novos tempos, suspendeu as negociações sobre a reforma da previdência e conclamou à União nacional. Consagrou-se.

Nos Estados Unidos, Donaldo Trump minimizou inicialmente o problema, deixou a política de saúde tão solta que seu próprio genro assumiu a frente de combate – e cometeu inúmeras cabeçadas. Nos EUA, a coronavirus trará luzes novas sobre a questão da universalização da saúde e sobre as próprias eleições presidenciais.

No Brasil, graças à suprema imbecilidade de Jair Bolsonaro, aumentou-se a aposta, e Jair resolveu enfrentar o demônio de frente. Minimizou a gripe, seus profetas espalharam que era mera conspiração chinesa, o reverendo Edir Macedo garantiu que apenas os fracos sucumbiriam e montaram-=se aglomerações em várias cidades, dando bananas para a coronavirus e para a democracia.
Daqui para frente, haverá os seguintes pontos:
1
-    De acordo com todas as previsões de cientistas, e de acordo com a experiência em curso na Itália e outros países, em abril haverá o pico da epidemia.
2
-    A imprudência de Bolsonaro tornou seus seguidores alvos preferenciais da doença. Nas próximas semanas, a imprensa se regalará mostrando diariamente pessoas contaminadas que participaram das manifestações. Cada morrte será cobrada de Bolsonaro.

Mas não apenas isso. Nos últimos anos houve uma redução irresponsável das verbas para o Sistema Único de Saúde, da cobertura da Bolsa Família. Os ambulatórios do SUS estarão lotados, sem conseguir atender a demanda.
Haverá pânico especialmente na periferia, gerando um coringavirus, explosões de raiva de quem foi deixado ao relento esses anos todos e, agora, enfrenta a mais dura batalha sanitária do país sem ao menor ter a garantia de um emprego formal – destruído pelas últimas reformas.

Qual será a resultante? O terraplanismo de Bolsonaro conseguirá montar um exército de zumbis acreditando no biocote chinês, no vírus esquerdista e promovendo saques e violência? Ou cairá a ficha de todos sobre o que significa para o país a manutenção, no poder, de pessoal tão desqualificado como os Bolsonaro?

Bolsonaro não provocou apenas a coronavirus, mas o Congresso e o Supremo. Qual será a reação das augustas casas? Continuarão intimidades, ou se darão conta de que cada dia de vida desse governo significa a condenação à morte de milhares de brasileiros e, a médio prazo, a condenação da própria democracia brasileira?

O maior desafio da história do Brasil se aproxima, com a população acuada, quase em pânico, escolas fechadas, restaurantes vazios, uma enorme multidão de órfãos de Estado jogados ao leu, e empresas condenadas.

Fonte: Jornal GGN

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