terça-feira, 31 de março de 2020

CORONAVÍRUS E A RESPONSABILIDADE SOCIAL DOS JORNALISTAS




O jornalismo é mais um dentre vários segmentos essenciais que tem passado por problemas, tanto por conta de seu papel social para informar a sociedade quanto pela forma como viabilizar o acesso a tais informações.

Em artigo publicado no jornal português Publico, o jornalista Pedro Jeronimo avalia dois pontos em especial: as paywalls de notícias sobre o conteúdo relacionado ao coronavírus, e a derivação do trabalho para um tipo de jornalismo “justiceiro”.

No primeiro caso, é importante avaliar o interesse público, principalmente quando as notícias podem vir a ter consequência na vida das pessoas. No segundo caso, deve-se ponderar a respeito da identificação das pessoas – como acontece com a publicação de imagens de pessoas andando pelas ruas em um período que se recomenda ficar em casa, que pode gerar uma reação mais inflamada nas redes sociais.

“Defender que se deve ler no jornal, ouvir na rádio, ver na televisão ou fazer isso tudo online, sob o pretexto do rigor e da verdade, ao mesmo tempo em que se fecham conteúdos, é pensar mais no negócio do que nos tempos excepcionais que a sociedade vive”, diz o articulista. “Reclamar contra a problemática crescente de desinformação, enquanto se pratica um jornalismo que procura o clic, a partilha e o comentário nas redes sociais, é entrar no mesmo território do “inimigo”. O do apelo às emoções, que alimentam o populismo”.

Fonte: Jornal GGN

MINISTROS SE OPÕE A BOLSONARO E FORMA BLOCO DE APOIO A QUARENTENA




O clima está casa vez mais tenso para Bolsonaro nos bastidores do governo. Segundo informações, mais dois ministros se esquivaram para o presidente e agora dão apoio ao ministro da saúde, Henrique Mandetta.

Sérgio Moro (ministro da Justiça) e Paulo Guedes (ministro da economia) se uniram nos bastidores em apoio ao colega Mandetta, que pede a manutenção da quarentena em combate a pandemia do coronavírus.

O três ministros têm o apoio do setor militar, que também são contrários ao comportamento do presidente. Do lado do ministro da saúde também estão a alta cúpula da Câmara dos Deputados e do Poder Judiciário, a exemplo do Ministro Dias Toffoli.

Fonte: Pernambuco Notícias

VEJA SE VOCÊ TEM DIREITO DE RECEBER AJUDA DE R$ 600 REAIS DO GOVERNO




Após aprovação do auxílio coronavírus, muitas pessoas estão em dúvidas sobre quem terá direito ao benefício. Trabalhadores informais poderão receber R$ 600 reais durante a pandemia. As mães solteiras, chefes de família, receberão dobrado, R$ 1.200.

O benefício vai durar três meses, e pode ser prorrogado pelo presidente Bolsonaro. O pagamento será feito pelos bancos públicos através de uma conta digital que será aberta automaticamente.

Para receber o dinheiro será preciso cumprir os seguintes requisitos:

- Ser maior de 18 anos de idade;
- Não ter emprego formal;

Não receber benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de outro programa de transferência de renda federal que não seja o Bolsa Família;
Renda familiar mensal per capita (por pessoa) de até meio salário mínimo (R$ 522,50) ou renda familiar mensal total (tudo o que a família recebe) de até três salários mínimos (R$ 3.135,00); e

Não ter recebido rendimentos tributáveis, no ano de 2018, acima de R$ 28.559,70.

A pessoa candidata deverá ainda cumprir uma dessas condições:

- Exercer atividade na condição de microempreendedor individual (MEI);
- Ser contribuinte individual ou facultativo do Regime Geral de Previdência Social (RGPS);
- Ser trabalhador informal inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico); ou
- Ter cumprido o requisito de renda média até 20 de março de 2020.

Fonte: Pernambuco Notícias

GOVERNO DO ESTADO LANÇA CAMPANHA PERNAMBUCO SOLIDÁRIO E ESTIMULA DOAÇÕES PARA POPULAÇÃO CARENTE




Com o intuito de promover o fortalecimento das ações de combate ao Coronavírus, o Governo de Pernambuco, além de liberar R$ 1,4 milhão para os municípios, lançou a campanha Pernambuco Solidário. A ideia é convocar os pernambucanos para todos juntos serem uma rede de solidariedade e ajudar os que mais precisam. A Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude está incentivando a participação, inclusive de condomínios, grupo de amigos, vizinhos ou familiares, a fazer uma doação única para aumentar o número de alimentos, itens de higiene pessoal e água mineral.

“Com a arrecadação, vamos juntos auxiliar as mais de 240 mil famílias pernambucanas em situação de vulnerabilidade social a se manterem nesse período de crise e a combater os riscos do coronavírus”, afirmou o secretário Sileno Guedes. Os donativos serão distribuídos às famílias pernambucanas em situação de pobreza e extrema pobreza inseridas no Cadastro Único (CadÚnico) e sem acesso aos programas sociais, além de pessoas em situação de vulnerabilidade identificadas pelos municípios do Estado.

A campanha de doação mobiliza as entidades da sociedade civil, como Igrejas, Organizações não Governamentais (Ongs) e condomínios residenciais, a doar os produtos.

Para isso, a SDSCJ oferece coletas em domicílio para contribuições de no mínimo 50 kg ou 50 litros de água. Para marcar data e horário da entrega das doações, as instituições devem entrar em contato com a Ouvidoria Social através do número 0800 081 4421 ou pelo Whatsapp (81) 98494 1969, das 9h às 16h.

Com o intuito de promover o fortalecimento das ações de combate ao Coronavírus, o Governo de Pernambuco, além de liberar R$ 1,4 milhão para os municípios, lançou a campanha Pernambuco Solidário. A ideia é convocar os pernambucanos para todos juntos serem uma rede de solidariedade e ajudar os que mais precisam. A Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude está incentivando a participação, inclusive de condomínios, grupo de amigos, vizinhos ou familiares, a fazer uma doação única para aumentar o número de alimentos, itens de higiene pessoal e água mineral.

“Com a arrecadação, vamos juntos auxiliar as mais de 240 mil famílias pernambucanas em situação de vulnerabilidade social a se manterem nesse período de crise e a combater os riscos do coronavírus”, afirmou o secretário Sileno Guedes. Os donativos serão distribuídos às famílias pernambucanas em situação de pobreza e extrema pobreza inseridas no Cadastro Único (CadÚnico) e sem acesso aos programas sociais, além de pessoas em situação de vulnerabilidade identificadas pelos municípios do Estado.

A campanha de doação mobiliza as entidades da sociedade civil, como Igrejas, Organizações não Governamentais (Ongs) e condomínios residenciais, a doar os produtos.

Para isso, a SDSCJ oferece coletas em domicílio para contribuições de no mínimo 50 kg ou 50 litros de água. Para marcar data e horário da entrega das doações, as instituições devem entrar em contato com a Ouvidoria Social através do número 0800 081 4421 ou pelo Whatsapp (81) 98494 1969, das 9h às 16h.

Já as empresas, indústria e comércio que quiserem doar poderão entregar no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (CEASA), na BR 101 Sul, Km 70, Nº 550, Curado, Recife. No entanto, o #PernambucoSolidario também é voltado para pequenas doações. Nesse caso, o ponto de entrega é na SDSCJ, que fica na Av. Cruz Cabugá, 665 – Santo Amaro.

Além dos contatos de telefone, o e-mail pesolidario.covid19@gmail.com também poderá ser utilizado. Através desses canais citados, é possível agendar o dia para que o caminhão disponibilizado pelo Governo do Estado passe no endereço indicado para o recolhimento.

Serviço:
Doações de alimentos, itens de higiene pessoal e água mineral
Dúvidas: 0800 081 4421 ou pelo Whatsapp (81) 98494 1969, das 9h às 16h.

Fonte: Pernambuco Notícias

segunda-feira, 30 de março de 2020

SEM FREIOS, BOLSONARO LEVA O PAÍS AO CAOS E À CONVULSÃO, POR ALDO FORNAZIERI



Bolsonaro perdeu as condições políticas, morais e mentais para continuar como presidente. Ele, seus filhos e seus seguidores sabotam o Brasil e o povo brasileiro num momento de gravíssima crise e de temor generalizado da sociedade. Bolsonaro, além de não governar, investe contra os poucos bolsões de governabilidade que existem em seu governo. Traidor do Brasil e de seu povo, investe no caos, na desordem e na convulsão para manter-se no poder. Isolado politicamente e, provavelmente, cada vez mais isolado dos militares que  sustentam o seu governo, entende que a única saída para a sua sobrevivência é a divisão do Brasil, a desunião, justamente no momento em que todos deveriam se unir para enfrentar o perigo maior, o perigo da pandemia e da morte.

Neste momento grave, no entanto. Bolsonaro se vale da ousadia dos celerados, da ousadia dos traidores, da ousadia tiranos, para semear a discórdia, a desunião, a confusão, o caos e a convulsão social. Se ninguém o detiver, o Brasil mergulhará na anomia e, quiçá, na guerra civil. Para salvar vidas, vários setores institucionais, instâncias federativas e a maior parte da sociedade estão em desobediência civil em relação aos desmandos do presidente. Mas há criminosas conveniências e covardes omissões.

A Procuradoria Geral da República pratica uma criminosa conivência com os crimes e ilegalidades do presidente. O Congresso nacional, os presidentes da Câmara e do Senado, as bancadas parlamentares do centro político e das esquerdas não agem com a firmeza necessária para deter a escalada de crimes e desatinos cometidos por Bolsonaro e seus filhos. O  STF precisa ser acionado com urgência para abrir processos criminais contra Bolsonaro, visando afastá-lo com urgência. Em toda a história e nas várias histórias políticas dos povos, os tiranos triunfaram porque aqueles que deviam agir para detê-los não agiram, se omitiram e foram derrotados pela sua covardia.

O centro  político, as esquerdas e os ditos democratas querem tratar com mesuras aqueles que se pautam pela desmesura e pela arruaça política e institucional; querem tratar com polidez aqueles que só  conhecem a linguagem do grotesco e da incitação à violência; querem tratar com condescendência aqueles que, se alcançarem um regime de força, não terão nenhuma condescendência, nenhuma piedade, nenhuma misericórdia. Esses camisas de punhos de renda parece que nunca estudaram a história. 

É certo que Bolsonaro está isolado politicamente e que não tem forças para intentar uma aventura golpista neste momento. O problema é que as tiranias se implantam na esteira da confusão, do caos e das indecisões dos políticos pusilânimes.
Bolsonaro sabe que a pandemia está mergulhando o povo no medo e que a crise econômica e social vai se agravar com o desemprego e com a fome. Como ninguém assume o comando do país, ele investe numa tese que aumenta a desgraça para depois se apresentar como o salvador. Sem lideranças políticas e sem atitudes viris do centro e das esquerdas, Bolsonaro poderá levar massas desordenadas e desesperadas de roldão para tentar implantar um regime de força. Por isso precisa ser detido antes que o caos e a convulsão se instaurem.

Grave responsabilidade pesa neste momento sobre os militares. Eles precisam dizer de que lado estão no presente e como querem ser vistos pela história. Precisam decidir se estão no lado da sensatez e da razão ou se estão no lado da aventura criminosa e da irresponsabilidade. Precisam decidir se estão do lado do Brasil e de seu povo ou se estão do lado de uma família de celerados que só querem o poder para cometer atrocidades. Precisam decidir se estão engajados no processo de construção de um país democrático e justo ou se estão secundando um projeto de destruição do país e da dignidade de seu povo.

Os militares conhecem bem Bolsonaro e não podem dizer que foram enganados. Bolsonaro foi expulso do Exército por atos de indisciplina, por ser um mentiroso contumaz por ser incapaz de observar honra militar e a disciplina e por planejar atos terroristas. O movimento bolsonarista está descambando para o terrorismo: proferem ameaças de todos os tipos contra seus inimigos e adversários políticos, inclusive ameaças de morte. Isto precisa ser investigado como terrorismo.

Os militares imaginaram que poderiam controlar Bolsonaro na presidência, exercendo uma função de tutores. Não só não estão fazendo nem uma coisa e nem outra, como foram humilhados por Bolsonaro e seus filhos várias vezes, quando estes assumiram o partido de Olavo de Carvalho contra o partido dos generais. Pelo que se lê nas análises, hoje os generais que estão no governo não só têm medo de confrontar Bolsonaro, como sequer se arriscam a aconselhá-lo com os argumentos da sensatez, da razão e do amor à pátria. Estas omissões são perigosas porque podem se tornar conivência criminosa – algo que a história não perdoará. Não perdoará porque não há nenhuma dúvida de que Bolsonaro está no lado da maldade, contra o Brasil e seu povo.

Neste momento de tensão e medo, o Brasil precisa de um governo que unifique o povo numa direção única, definida por critérios científicos, técnicos e pelos ditames da Saúde e da OMS. O Brasil precisa de um governo que chame à unidade de ação para enfrentar a pandemia pelas melhores recomendações médicas e pelas melhores experiências já vividas até agora no âmbito de outros países. O Brasil precisa de um governo que seja capaz de fornecer prontas respostas para enfrentar o desemprego, socorrer as empresas que não demitirem e buscar saídas anticíclicas para a crise econômica. O Brasil precisa de um governo que seja o chefe da solidariedade, da fraternidade e da compaixão neste momento triste e trágico, onde todos precisam se ajudar, onde todos precisam obedecer as recomendações para evitar a doença e a morte. Bolsonaro é o oposto extremado de todas as qualidades e virtudes do tipo de governo que o Brasil precisa neste momento.

Cada vez mais teremos pessoas desesperadas, passando fome e morrendo por conta da pandemia e das crises social e econômica. Nem o povo e nem o Brasil podem esperar. A vida é o maior bem que uma pessoa tem. As pessoas querem viver. Não importa a idade ou se é mais um dia, mas uma semana, mais um mês, mais um ano de vida. 

Ninguém, muito menos o Estado, muito menos os governos, muito menos as autoridades públicas podem decidir que uma pessoa possa viver menos um minuto sequer. Bolsonaro despreza a vida dos outros e não sente a menor compaixão com a dor e a morte dos outros. Ele é a encarnação do Terrível e do Funesto. Razão ele nunca teve. Até as pedras duvidam de que ele tenha coração. Por isso, precisa ser afastado com urgência.

Aldo Fornazieri – Professor da Escola de Sociologia e Política (Fespsp).

Fonte: Jornal GGN

PERNAMBUCO REGISTRA 73 CASOS CONFIRMADOS DO NOVO CORONAVÍRUS




Aumentou para 73 número de casos de Covid-19, doença transmitida pelo novo coronavírus, em Pernambuco, neste domingo (29). São cinco confirmações a mais do que no sábado (28), quando havia 68 pacientes com diagnóstico positivo para a infecção. Não houve aumento do número de mortes, permanecendo em cinco casos.

As confirmações divulgadas neste domingo (29) são de três homens e duas mulheres, de idades entre 27 e 83 anos. Os cinco novos pacientes moram no Recife e em Jaboatão dos Guararapes, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Além dessas duas cidades, os casos de Covid-19 em Pernambuco são de pessoas que vivem em Olinda, Camaragibe, São Lourenço da Mata, Goiana, Belo Jardim, Caruaru e Petrolina. Há, ainda, um caso em Fernando de Noronha, além da ocorrência de pacientes em outros estados e países.

Há 19 pacientes internados, sendo nove em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e outros dez em leitos de isolamento. Há, também 38 pacientes em isolamento domiciliar.

O estado também registrou, também, mais dois casos de cura clínica, totalizando 11 pessoas que se curaram do vírus. Entre elas, está a advogada Renata Berenguer, de 30 anos, que defendeu que a recomendação de isolamento social precisa ser seguida à risca.

Mortes

Neste domingo (29), a SES não registrou novos óbitos de pacientes com a Covid-19. A contagem, portanto, é de cinco casos, sendo quatro homens e uma mulher. Em relação ao local de residência, quatro pessoas viviam no Recife e uma delas era estrangeira.

Além das cinco mortes de pacientes com Covid-19, a SES também registrou outros nove óbitos causados pela Influenza A e cinco pela Influenza B. Outras 30 amostras não apresentaram resultado para Covid-19 nem para Influenza.

Reunião com empresariado

O governador Paulo Câmara (PSB) participou de uma videoconferência, neste domingo (29), com nove entidades empresariais pernambucanas para buscar alternativas que minimizem os efeitos da crise causada pela Covid-19 na economia.

Segundo o governo, entre os principais pedidos dos empresários estavam questões de isenção ou redução tributária, mas os temas devem ser debatidos na reunião do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Fazenda (Consefaz), nesta semana, antes de uma decisão local.

Apesar das recomendações para isolamento social e do decreto que permite a utilização de praias e parques apenas para práticas esportivas, o Recife registrou um aumento de pessoas na orla neste domingo (29).

A reportagem da TV Globo circulou pela Zona Sul do Recife e encontrou crianças brincando na areia, ciclistas pedalando na ciclovia e idosos fazendo caminhadas.

Fonte: G1 Caruaru

QUARENTA HOMICÍDIOS DURANTE O FINAL DE SEMANA EM PERNAMBUCO


O final de semana foi sangrento em Pernambuco. Nos últimos dias foram registrados 46 crimes de violência letal no estado. O mês de março já acumula 287 assassinatos, e desde o início do ano já ocorreram 916 crimes da mesma natureza.
Na cidade de Caruaru, o primeiro crime do final de semana aconteceu sexta-feira (27) no bairro do Salgado. O segundo crime aconteceu na tarde de ontem, domingo, no Sítio Cipó, zona rural. Caruaru já registrou 10 homicídios em março, e 33 desde o início do ano.
Fonte: Pernambuco Notícias

JOVEM É MORTO COM VÁRIOS TIROS EM GARANHUNS




Um jovem foi assassinado no inicio da tarde deste domingo (29), na Rua Oscar Francisco, no bairro Manoel Cheu, em Garanhuns no Agreste de Pernambuco. Segundo informações a vítima estava passando na calçada de uma residência, quando foi surpreendido por criminosos armados que estavam numa moto na cor preta a vítima foi alvejado com disparos de arma de fogo, atingido por cerca de 05 (cinco) disparos na região da cabeça e tórax. não resistiu e morreu no local.

O corpo foi encaminhado para o IML de Caruaru.

Fonte: Blog Garanhuns Online

domingo, 29 de março de 2020

BRASIL: CANDIDATO A PRÓXIMO EPICENTRO DA COVID-19. BOLSONARO: CANDIDATO A PRÓXIMO GENOCIDA DA HUMANIDADE, POR PAULO HENRIQUE PINHEIRO




Nos dias 26 e 28 de janeiro fiz, em meu canal do YouTube (www.youtube.com/cunversadoph) dois alertas aos Ministérios da Saúde e da Economia. Em síntese os alertas pediam a elaboração urgente de Planos de Contingência para a transformação da epidemia de Covid-19 na China em pandemia, já que a doença começava a chegar na Europa e nos Estados Unidos.

Àquela altura já era claro, para mim e para muitos profissionais da saúde, que seria uma questão de tempo a Organização Mundial da Saúde declarar a Covid-19 como pandemia (fato que ocorreu em 11 de março de 2020). O Brasil registrou o primeiro caso dia 26 de fevereiro de 2020, exatamente um mês após meu primeiro alerta.

Em 30 dias, se o Ministério da Saúde e da Economia tivessem sido acionados pelo Presidente da República para estruturar os Planos de Contingência ante a iminente pandemia de Covid-19, o Brasil estaria em outra situação. Não só tais Planos não foram feitos como o Presidente ainda foi com sua comitiva para uma viagem questionável para os EUA. No retorno, 23 membros da comitiva testaram positivo para a Covid-19 e há dúvidas se o próprio Capitão não teria a doença.

Se o Ministério da Saúde tivesse adotado uma postura preventiva em portos, aeroportos e postos de fronteira desde o final de janeiro, medindo a temperatura das pessoas e aplicando testes rápidos de Covid-19 por amostragem após anamnese (questionário de saúde) com a subsequente “quarentena” de 15 dias para os casos suspeitos; se tivesse desde o final de janeiro articulado a operação para aquisição de respiradores artificiais, máscaras e insumos para UTI; se tivesse desencadeado uma campanha nacional de esclarecimento e conscientização para o que viria, teríamos ganho ao menos 15 dias a mais para detecção do primeiro caso. Parece pouco, mas em epidemiologia, isso seria muito relevante.

Se o Ministério da Economia tivesse desde o final de janeiro estruturado com os Governadores, Prefeitos, Câmara dos Deputados e Senado Federal, credores da União, Banco Central, Sindicatos e Federações Empresariais, um Plano de Contingenciamento econômico para o que viria, teríamos a essa altura uma rede de proteção social e econômica estruturada para apoiar a população mais vulnerável e os empresários, a bolsa teria sofrido menos perdas pela demonstração, aos investidores, por parte do Brasil, de ações protetivas antecipadas, consistentes e planejadas.

Mas não, muito ao contrário. O Capitão atleta significou a Covid-19 com uma “gripezinha” e não articulou seus Ministérios para preparar a Nação para o que viria (e ainda virá). A essa altura perdemos tempo de planejar e contingenciar. Temos tempo apenas para apagar incêndios. O Brasil foi privilegiado por assistir ao desastre na Europa e não fez seu dever de casa.

Nessa semana o Imperial College divulgou um estudo assinado por 50 cientistas, liderados pelo Dr. Neil Ferguson, que demonstrou por modelos matemáticos os impactos para o mundo e para o Brasil da pandemia de Covid-19. No melhor dos cenários, com 75% dos brasileiros confinados em casa (os outros 25% mantendo os serviços essenciais funcionando), teremos 11 milhões de infectados nas próximas semanas com 44 mil mortos. No cenário de isolamento parcial (defendido por Bolsonaro e seus seguidores) teremos 120 milhões de infectados de 530 mil mortes. O pior cenário, prefiro nem falar.

Aqui faço meu terceiro alerta em 60 dias: o Brasil é sério candidato a ser o próximo epicentro da pandemia, após os EUA. A favor desse meu vaticínio – que preferiria não dar – estão alguns fatos: São Paulo, nosso atual epicentro, é uma das maiores metrópoles do mundo; possuímos péssimas condições de saneamento e habitação com um grande contingente de aglomerações humanas nas favelas de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife, Manaus, Brasília e Salvador; possuímos apenas 46 mil leitos de UTI distribuídos em apenas 600 cidades do país; nossa população envelheceu e se empobreceu e, mais importante que tudo isso, temos um Presidente que não governa e um governo desarticulado com os Governadores, Câmara dos Deputados, STF, com a imprensa e com boa parte da sociedade civil. Esses ingredientes nos tornam sérios candidatos a sermos a bola da vez da pandemia de Covid-19.

Bolsonaro é, também, sério candidato a genocida. Sua incompetência como Chefe do Executivo, suas declarações e posturas nessa crise, incitando e participando das manifestações de 15 de março contra as recomendações da OMS, dando declarações a favor do não isolamento social – única arma que o mundo dispõe, atualmente –,  fazendo um pronunciamento absurdamente desprovido de bom senso e bases científicas e cedendo aos empresários e líderes evangélicos inescrupulosos para retornar as atividades normais no país, se tornará no grande responsável por milhares de mortes (talvez centenas de milhares) que ocorrerão no Brasil.

O Brasil começa a assistir à escalada do número de casos sem ter, a essa altura, muito mais do que fazer senão não dar ouvidos ao Capitão atleta e manter a quarentena. Perdemos muito tempo e agora precisamos aguentar o tranco que virá. Aparentemente o colapso no sistema de saúde deverá ocorrer no final de abril desencadeando ondas sistêmicas: a primeira será a grande procura pelos sistemas de saúde que lotarão leitos e UTIs; a segunda será o aumento da mortalidade pelo fato do sistema de saúde colapsado devolver doentes de Covid-19 e de outras doenças (AVC, infarto, acidentes, etc) para suas residências e lá, sem cuidados intensivos, terão elevada probabilidade de morrerem; a terceira será o fato de que hospitais lotados de pacientes com Covid-19 terão o vírus circulando em grande quantidade e profissionais de saúde adoecerão e ficarão ‘fora de combate’ (vide exemplo do Dr. David Uip e outros).

Antes de encerrar esse artigo de más notícias gostaria ainda de dar uma última: haverá uma quarta onda sistêmica. Essa quarta onda nada mais será que o empobrecimento de quase todos. Só não estarão mais pobres os financistas de plantão pois estes estarão emprestando dinheiro para pessoas físicas, jurídicas e para o próprio governo para a conta da Covid-19. Talvez, com um governo sério e comprometido, aos financistas caberia uma boa fatia de ‘colaboração forçada’ para a crise.

O vírus foi um acidente evolutivo. Bolsonaro é um acidente de nossa democracia. O segundo, bem pior que o primeiro.

Prof. Dr. Paulo Henrique Pinheiro
Mestre e Doutor em Imunologia pela UNIFESP
Professor Associado I da UESPI

Fonte: Jornal GGN