Deflagrada uma nova operação da Lava Jato contra José
Serra. Por que só agora? Onde está Moro? Qual o momento vivido pela “República
de Curitiba”? Acaso? Coincidência?
O dinheiro do povo é sagrado. O combate à corrupção é
uma bandeira justa e necessária. Não possui partido ou ideologia. É obrigação.
Mas é preciso tomar cuidado com a sua instrumentalização. É comum fariseus se
travestirem de “salvadores da pátria”.
O Partido da Lava Jato está na defensiva, sob ataque do
Procurador Geral da República. Entre outras coisas, foi descoberto que
“sumiram” dois aparelhos responsáveis pelas escutas. Eles podem revelar
eventuais grampos e gravações ilegais.
O pano de fundo da ofensiva de Augusto Aras é a briga
de Bolsonaro com Moro pela bandeira do combate à corrupção e pelo controle da
fração de classe que atua nestas instituições.
Além disso, as revelações das ligações da Lava Jato com
o FBI e a proximidade do julgamento do “Torquemada do PowerPoint” no CNMP
impuseram a necessidade de uma ofensiva diversionista. Que tal tirar da gaveta
um Tucano?
Sempre que acuada pela esquerda, a “República de
Curitiba” produz algo contra o PSDB. O que acontece? Quem vinha batendo neles,
passa a bater nos Tucanos, legitimando as denúncias e a narrativa lavajatista.
Odebrecht contra uns é golpe, contra Serra é um
trabalho exemplar? Objetivo alcançado. Festa em Curitiba.
É necessário olhar além do fígado. Quem é o PSDB no
“jogo do bicho”? FHC está na campanha de Huck. Serra é um “moribundo”. Aécio é
uma “alma penada”. Alckmin virou “médico-comentarista” de programa televisivo.
Doria está doido para que estas denúncias avancem. Ele
já afastou todos, e por muito pouco não mudou o nome do partido. Agora pode
conseguir. Será candidato? A pandemia engoliu a agenda liberal. Vai disputar
contra Bolsonaro e Moro no mesmo campo? Improvável.
A agenda do Brasil mudou. Foi empurrada para a
centro-esquerda. O debate hoje é sobre a necessidade de investimentos em saúde
pública, sobre o melhor caminho para fazer o país voltar a crescer e gerar
empregos. Esta é a agenda de Moro?
O ex-juiz perdeu o palanque com sua saída do ministério
da Justiça. Desde então as “operações” voltaram. Uma clara tentativa de
recolocar a agenda da corrupção na pauta.
O campo progressista deveria estar mais preocupado em
discutir como o FBI atua aqui há tanto tempo sem que nenhuma providência tenha
sido tomada.
Em qual país do mundo eles depositam dinheiro nas
contas de delegados da polícia federal, grampeiam os emails da presidenta da
República, sequestraram dados estratégicos da empresa de petróleo nacional,
fazem a cooptação aberta de servidores públicos, e nada acontece? Como fizeram
isso em governos progressistas sem nenhuma reação?
Eles permitem que nossa inteligência faça o mesmo nos
EUA? O FBI serve aos interesses geopolíticos estratégicos estadunidenses.
Combate à corrupção? Eles não viram o Banestado? Tem que ser muito ingênuo para
cair neste “conto do vigário”.
Os adversários reais são Bolsonaro e Moro. E a
narrativa de que o grande problema do Brasil é a “corrupção e o populismo”.
Cuidado. Atirar no alvo errado é fazer a campanha do
inimigo.
Fonte:
Jornal GGN
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