domingo, 29 de março de 2020

SOBE PARA 117 O NÚMERO DE MORTES POR CORONAVÍRUS NO BRASIL




Mais três mortes são registradas por coronavírus no Brasil. As mais recentes mortes ocorreram na noite deste último sábado (28) em São Paulo (SP). Um rapaz de 26 anos estava internado no Hospital Santa Cruz desde o dia 23 de março.

Um aluno da Universidade da USP, de 56 anos, também morreu vítima do coronavírus. Com estes dois óbito, o Estado de São Paulo agora contabiliza 86 óbitos pela mesma doença.

O terceiro óbito de coronavírus ocorreu no Rio Grande do Norte. Um professor universitário de 61 anos morreu no final da noite de sábado. Este foi primeiro óbito de coronavírus no RN. Agora, o Brasil totaliza 117 mortes por coronavírus.

Fonte: Pernambuco Notícias

MPPE ALERTA PREFEITOS QUE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS SANITÁRIAS PODE MOTIVAR INTERVENÇÃO ESTADUAL




O procurador-geral de Justiça do Ministério Público de Pernambuco, Francisco Dirceu Barros, publicou neste sábado, a Recomendação PGJ n.º 16, que dispõe sobre a impossibilidade de que os gestores municipais determinem a reabertura do comércio local ou qualquer outro ato administrativo que vá de encontro à Lei Federal n.º 13.979/2020 e, por consequência, os Decretos Federal n.º 10.282/2020 e Estadual nº 48.809/2020 e suas alterações.

Caso os gestores descumpram as medidas sanitárias, principalmente as medidas de quarentena, o município poderá sofrer intervenção estadual. “Todos os entes e diversos órgãos estão ensejando tentativas de contenção da pandemia da Covid-19. E, além disso, tem chegado ao conhecimento do Ministério Público de Pernambuco que alguns prefeitos promovem movimentos de flexibilização, ou até mesmo de descumprimento, das normas restritivas emanadas das autoridades sanitárias no âmbito federal e estadual. Assim estamos expedindo essa recomendação, alertando, principalmente, sobre as penalidades que podem decorrer do descumprimento”, disse o procurador-geral de Justiça, Francisco Dirceu Barros, no texto da recomendação.

Os promotores de Justiça de todo o Estado, principalmente aqueles que têm atuação na defesa do Patrimônio Público, por delegação da Procuradoria-Geral de Justiça, foram orientados a notificar os prefeitos em suas respectivas localidades, sobre o conteúdo da Recomendação exarada.

Além de adotar as providências necessárias para que sejam cumpridas em todos municípios do Estado as normas sanitárias federais e estaduais, promovendo, inclusive, medidas administrativas ou judiciais. O promotor de Justiça pode solicitar, inclusive, reparação dos danos materiais, caso seja criado ônus financeiro ao Sistema Único de Saúde (SUS), decorrentes do descumprimento.

A recomendação foi encaminhada aos promotores de Justiça de todo o Estado e também para a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) para que seja dada ampla divulgação aos gestores municipais. “O afrouxamento das normas de quarentena impostas pelo Estado de Pernambuco, sem qualquer estudo técnico, poderá colocar em risco o sucesso das ações de enfrentamento da pandemia, vindo a provocar não só a falência do sistema de saúde pernambucano,  como muitas vidas perdidas”, reforçou o PGJ no documento.

Fonte: Pernambuco Notícias

MOURA DESENVOLVE MÁSCARAS DE PROTEÇÃO PARA DOAR À POPULAÇÃO




O Grupo Moura anunciou que coordenará a produção local e fará a doação de 100 mil máscaras para reforçar as medidas de proteção individual para a população contra o Coronavírus (COVID-19). A fabricação tem início já nesta semana e a distribuição será realizada na sequência.

As equipes de Engenharia da Moura atuaram fortemente nos últimos cinco dias no desenvolvimento de um produto com duas camadas de tecido à base de algodão e um filtro de lã sintética, seguindo o modelo usado pela população chinesa para proteção individual.

“Ao longo desses dias pensamos em como poderíamos ajudar em um momento tão desafiador como este em que estamos vivendo. Mobilizamos toda equipe e chegamos à conclusão que tínhamos as ferramentas necessárias para produção de um protótipo de máscara em nosso laboratório. A partir disso, conseguimos avançar junto aos órgãos responsáveis e chegar em um modelo de qualidade que deverá ajudar a população nesse combate. Estamos juntos nessa luta, como empresa e como cidadãos”, afirma o Diretor de Engenharia do Grupo Moura, Antônio Júnior.

No primeiro momento de doação, as máscaras serão destinadas à população, aos colaboradores do Grupo Moura e suas respectivas famílias e aos profissionais das revendas da marca em todo País. A máscara é um reforço nas medidas de proteção individual, especialmente para pessoas que integram os grupos de risco ou aquelas que não podem estar em isolamento total neste período.

A iniciativa também ajuda a dinamizar a cadeia produtiva do Agreste pernambucano, como forma de contribuir para manutenção dos pequenos e médios negócios.
A opção por esse produto segue a orientação do Ministério da Saúde, que, nesta semana, fez um apelo à população brasileira para que não adquirissem as máscaras cirúrgicas descartáveis, já sob risco de escassez no País, pois essas devem ser totalmente destinadas aos profissionais de saúde e para utilização em ambientes hospitalares. A recomendação oficial é de que outras soluções sejam desenvolvidas, com a utilização de materiais têxteis para reforçar as medidas de proteção individual.

Importante destacar que as máscaras de tecido não são indicadas para uso hospitalar e não serão destinadas aos profissionais de saúde, nem devem ser consideradas como única barreira preventiva. Elas não dispensam as ações de limpeza frequente das mãos e cuidados para não tocar o rosto. O produto também precisa ser higienizado diariamente, utilizando produtos normais para lavagem de tecidos e água com temperatura superior a 60°C.

Fonte: Jardim Agreste

sábado, 28 de março de 2020

EVANGELISMO LANÇOU O BRASIL NUMA NOVA IDADE MÉDIA, POR RUI MARTINS





Ao contrário de todos os cientistas do mundo, alguns pastores evangélicos, entre eles Silas Malafaia e Edir Macedo, garantem não haver nenhum risco de transmissão do coronavírus nos seus templos, durante as pregações bíblicas, cantos de hinos religiosos e testemunhos de fé. Como ninguém irá conferir os nomes dos mortos ou das pessoas internadas por coronavírus com os dos membros dessas igrejas evangélicas, o risco de um desmentido é remoto.

Como se não bastasse essa afirmação mentirosa, a Justiça também parece compartilhar dessa crença e oferece sua ajuda. Foi assim que, na semana passada, contra tudo e contra todos, um juiz do Rio de Janeiro decidiu ignorar a recomendação de confinamento da Organização Mundial da Saúde e de todos os países do mundo. O pastor evangélico Malafaia tinha sido autorizado pelo juiz, contra decisão do governador do Rio de Janeiro, a continuar reunindo os fiéis em suas igrejas, certo de que Deus os protegeria do coronavírus. Diante da má repercussão dessa vitória judicial, foi o próprio pastor quem recuou, afirmando ficarem abertos os templos, mas sem realização de cultos coletivos. O episódio mostra que o Brasil descobriu a máquina do tempo e decidiu retornar à Idade Média.

O recuo do pastor Malafaia evitou um certo caos, pois a exceção jurídica brasileira iria incentivar outras igrejas, não só evangélicas, a desejar se beneficiar da mesma decisão judicial para suas comunidades terem livre ingresso em seus templos e cultos, missas e sessões. Sem medo do vírus, porque seriam protegidas por Deus, dentro das mesmas crendices medievalescas com resultado danoso para a Europa, cuja população morria como moscas mesmo com o uso de água benta.

E, nessa altura, qual deverá ser a nossa atitude? De um lado, um presidente que convocou o povo para se manifestar nas ruas com o risco de contrair coronavírus, cuja irresponsabilidade justifica um impeachment. E agora, na sequência, um pastor pretensamente protegido por Deus, que insistia em reunir seu rebanho de fiéis incautos em cultos de centenas de pessoas, entre as quais haveria contaminados pelo vírus, sujeitos a internação e mesmo com risco de morte. Nos dois casos, é inquietante a irresponsabilidade. Ambos seriam punidos em qualquer outro país.

O fanatismo dos evangélicos

O Brasil vive hoje em plena Idade Média. Piores do que o coronavírus são a ignorância, o cheiro fétido do beatismo, o charlatanismo e a enganação pregada e propagada pelos chamados pastores evangélicos. Uma versão moderna de Deus e o Diabo na Terra do Sol, que deixaria apoplético Glauber Rocha – o ranço imanente dessa versão bíblica evangélica tirada dos porões do Mayflower, trazida ao Brasil e implantada à força de cantos e gritos histéricos na nossa cultura.

Deus acima de tudo – acima da ciência, da inteligência, da lógica, do saber, da literatura, da história. Mas que Deus? O Deus das fogueiras da Idade Média, das inquisições, das teorias imbecis, do céu, da salvação das almas e do medo do inferno. O Deus dos espertos que se aproveitam dos ignorantes, dos simples e pobres de espírito.

Nas análises do Brasil de hoje de Bolsonaro (econômicas, sociais, políticas e outras tantas), falta este ângulo resultante da nefasta influência evangélica – o de um Brasil destruído pela crendice bíblica, pela mentira levada ao povo e pelas ações dos vendilhões do templo.

Enquanto o mundo inteiro se preparava para enfrentar esse novo vírus, capaz de relançar o clima de medo, da morte e da peste que enlutou a Europa durante 400 anos anos, um presidente cego ria do perigo, no qual lançava seus fanáticos seguidores.
Quatro dias depois, o mesmo presidente – apostando na idiotice desses seguidores desmemoriados – reapareceu de máscara mal colocada no rosto, reconhecendo o risco do vírus.

Tarde demais: no domingo em que a irresponsabilidade do presidente levou às ruas cegos seguidores em mais de 200 cidades, num fenômeno de infecção coletiva, milhares contraíram o vírus do qual desdenhavam e em cuja existência não acreditavam. Logo veremos as dramáticas consequências.

Um presidente que expõe sua gente ao risco de morte não é digno do cargo e está merecendo um impeachment imediato por motivo de saúde pública.
Porém, isso dificilmente ocorrerá. Em torno dele, protegendo-o, estão os sacerdotes da mentira e da morte, iguais àqueles vestidos de preto e cheirando enxofre da Idade Média; aproveitando-se do nome de Cristo, eles continuarão suas rendosas pregações.
Seus pobres fiéis explorados não percebem, mas seus pastores são, sem dúvida, as Bestas do Apocalipse.

Enquanto o planeta (ou será que a Terra é plana, como diz o guru do presidente?) pede para todos evitarem sair às ruas para se proteger contra a nova peste, Silas Malafaia, o nome de um deles, reagiu contra a exigência de as igrejas fecharem suas portas para evitar aglomerações.

Finalmente aceitou cancelar os cultos, mas as igrejas permanecerão abertas, prestando assistência religiosa individual.. Malafaia deve ter uma oração secreta contra o coronavírus, enviada por Satanás, se não for ele próprio o Capeta…

E o autoproclamado bispo Edir Macedo é outro que desdenha do risco mortal do vírus. O grande antídoto contra todos os vírus seriam a Bíblia e o Evangelho, versão Igreja Universal, exatamente como diziam os sacerdotes na época da peste negra, faz sete séculos; eram os anunciadores da morte.

Ora, essa mesma Bíblia, no Livro das Revelações, ou Apocalipse, tem um versículo destinado a todos quantos se enriquecem e enganam o povo com religiões: “Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas” (Apocalipse 18:4).

Sou ateu, creio na capacidade do homem para vencer obstáculos como os vírus e vencer principalmente os enganadores que se aproveitam da ignorância para lançar seu manto de trevas, como na Idade Média.
***

Rui Martins é jornalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura. Criador do primeiro movimento internacional dos emigrantes, Brasileirinhos Apátridas, que levou à recuperação da nacionalidade brasileira nata dos filhos dos emigrantes com a Emenda Constitucional 54/07. Escreveu Dinheiro sujo da corrupção, sobre as contas suíças de Maluf, e o primeiro livro sobre Roberto Carlos, A rebelião romântica da Jovem Guarda, em 1966. Foi colaborador do Pasquim. Vive na Suíça, correspondente do Expresso de Lisboa, Correio do Brasil e RFI.

Fonte: Jornal GGN