A coluna vertebral normal de uma pessoa não é totalmente
reta, ela possui curvas naturais, que modelam os ombros e deixam a região da
cintura levemente curvada para dentro. Mas há casos em que indivíduos podem
apresentam curvaturas em forma de C ou de S no plano frontal que, diferente da
má postura, não podem ser corrigidas, por exemplo, aprendendo a ficar de pé
corretamente. Casos assim são característicos da Escoliose, um problema
ortopédico que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge mais de
seis milhões de brasileiros e cerca de 3% da população mundial, principalmente
entre as meninas, logo no início da fase da adolescência, quando acontece uma
progressão do crescimento.
Curvaturas com cerca de 10 graus já podem ser
consideradas escolioses. Para detectar, basta observar se a pessoa tem um ombro
maior do que o outro, se a cintura está mais para um lado ou, até, se há uma
deformidade nas costas, com um dos lados mais alto. “Um teste simples para
verificar o problema é pedir à pessoa que se incline para a frente e notar se
há um lado das costas tem uma saliência maior”, ensina o ortopedista Marcelo
Andrade, especialista em coluna e dor do SEOT (Santa Efigênia Ortopedia e Traumatologia). Exames de
Raio-X também auxiliam na detecção da escoliose; com eles, é possível ter uma
melhor perspectiva do grau da curvatura.
De acordo com a Scoliosis Research Society, entidade
dedicada ao estudo das deformidades da coluna vertebral, com sede em
Minneapolis (EUA), em mais de 80% dos casos, não se encontra uma causa
específica para a origem da Escoliose, sendo chamados de idiopáticos e
classificados de “infantil”, quando se inicia em crianças de 0 a 3 anos;
“juvenil”, em crianças de 4 a 10 anos de idade; “adolescente”, dos 11 aos 18
anos; e “no adulto”, atingindo pacientes acima de 18 anos de idade. As causas
conhecidas de deformidades na coluna vertebral são alterações congênitas
(presentes ao nascimento – chamadas de escoliose congênita), doenças
neurológicas (escoliose neuromuscular), doenças genéticas e muitas outras
causas.
O Dr. Marcelo Andrade afirma que, dependendo do grau da
curvatura, há a necessidade de uma intervenção cirúrgica: “com o passar do
tempo, a deformidade pode piorar, atingindo 20, 30, até 40 graus. Nós
especialistas observamos os pacientes com até 25 graus; de 25 a 45 graus,
colocamos colete; e acima de 45 graus, quando atinge um nível crítico, os
estudos mostram que o melhor é a cirurgia, porque a curvatura pode comprimir o
pulmão e o coração no futuro. E para o paciente conviver bem com o problema,
recomenda-se sessões de fisioterapia, RPG e Pilates que devem ser indicados por
um médico especialista”, explica o médico.
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