segunda-feira, 13 de julho de 2020

GOVERNO MUNICIPAL DETERMINA NORMAS PARA RETOMADA DE ATIVIDADES DO COMÉRCIO NESTA SEGUNDA-FEIRA (13) EM GARANHUNS




A Prefeitura de Garanhuns emitiu, neste sábado (11), um novo decreto municipal que dispõe sobre as diretrizes para retomada das atividades do comércio varejista, a partir desta segunda-feira (13). O Decreto Municipal nº 064/2020 normatiza o funcionamento dos estabelecimentos em Garanhuns, de acordo com as indicações das autoridades sanitárias para reduzir os riscos de contágio pela Covid-19.

Desta forma, está autorizada a retomada das atividades do comércio varejista, com horários de funcionamento que foram definidos em conjunto com a diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). O horário de 8h às 17h foi definido para o comércio de produtos óticos, materiais de construção em geral, madeireiras, peças automotivas, eletroeletrônicas e artigos de papelaria. Já o período entre 09h e 18h será destinado para o comércio de artigos do vestuário e acessórios, móveis e eletrodomésticos e comércio varejista em geral.

A autorização de funcionamento segue em conformidade com as recomendações das autoridades sanitárias, bem como a adoção de medidas de distanciamento físico entre as pessoas durante o exercício destas atividades; evitando assim, possíveis aglomerações.

Além das lojas do varejo de rua, no horário citado; também está autorizado o funcionamento de salões de beleza, barbearias, cabeleireiros e similares; concessionárias e serviços de locação de automóveis e de vistoria de veículos (com 50% dos funcionários de vendas); e setores da construção civil com 100% do efetivo.

Durante o funcionamento, os estabelecimentos deverão providenciar equipamentos de proteção individual (EPIs) para os seus servidores. Permanecendo obrigatório, em todo o município, o uso de máscara pelas pessoas que tenham de sair de casa para exercer atividades ou adquirir produtos essenciais. O uso de máscara também é obrigatório nos espaços públicos, estabelecimentos privados que estejam autorizados a funcionar de forma presencial e nos veículos públicos e particulares, inclusive ônibus e táxis.

Os órgãos públicos, estabelecimentos privados e os condutores e operadores de veículos ficam obrigados a exigir o uso de máscaras pelos seus servidores, consumidores e passageiros. O uso e manutenção das máscaras será disciplinado pela Secretaria Municipal de Saúde, de forma que as máscaras hospitalares sejam exclusivamente destinadas aos profissionais de saúde.

Todos os estabelecimentos também deverão disponibilizar itens de higienização indicados pelas autoridades de saúde para clientes e frequentadores, tais como utilização de pias com água, sabão, papel toalha ou álcool 70%.

A Vigilância Sanitária Municipal, juntamente com as demais autoridades fiscalizatórias, deverá intensificar a fiscalização do cumprimento das normas estabelecidas para o funcionamento do comércio, podendo ser adotadas medidas individuais previstas em lei, caso haja o descumprimento. Tais como, aplicação de multas, interdição do estabelecimento e cassação do respectivo alvará de funcionamento.

O decreto reforça ainda as diretrizes da reabertura do Parque Euclides Dourado, exclusivamente para atividades físicas, com exceção dos sábados, domingos e feriados, das 05h às 17h. O acesso será limitado para a pista de cooper, bem como os equipamentos aeróbicos de flexões, abdominais e barra fixa.

Também será realizada a aferição da temperatura corporal dos frequentadores nas entradas do parque; e o controle do fluxo interno, limitando-se a 50% de sua capacidade total. Todos os frequentadores deverão estar usando máscaras; bem como os servidores que trabalham no local. Fica permitida a atividade profissional desenvolvida por treinador pessoal, com apenas um aluno por vez.

As visitas ao Parque Ruber Van Der Linden (Pau Pombo) continuam suspensas por tempo indeterminado. Também permanece proibida a concentração de mais de 10 pessoas no mesmo ambiente, com exceção para as atividades essenciais ou cujo funcionamento esteja autorizado pelo decreto nº 064/2020, que será publicado na íntegra no Diário Oficial dos Municípios de Pernambuco (Amupe).

Fonte: Secom

SOBE PARA 532 CASOS E 36 ÓBITOS POR CORONAVÍRUS EM GARANHUNS




A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, informa que foi confirmado um óbito por Covid-19, neste domingo (12). Trata-se de uma mulher, de 80 anos, moradora do bairro Magano, que veio a óbito na última sexta-feira (10), em domicílio.

Também foram confirmados outros dois casos de Covid-19. As pessoas que testaram positivo para doença estão em fase de isolamento/tratamento, e permanecem sob o monitoramento da equipe da Secretaria de Saúde.

Duas pessoas estão internadas na Unidade de Tratamento Covid-19. Uma testou positivo para Covid-19, e outra segue aguardando resultado para confirmação ou descarte da doença.

Ao todo, já foram confirmados 532 casos de Covid-19 em Garanhuns. Deste total 36 pessoas vieram a óbito, 327 estão recuperadas após cumprir o período de isolamento domiciliar e não apresentar mais sintomas; e 169 pessoas que foram confirmadas com Covid-19 estão em fase de tratamento e/ou isolamento. Outros 903 casos já foram descartados, após serem submetidos ao exame e obtiverem resultado negativo.

A Secretaria de Saúde reforça o pedido para que a população permaneça em casa! Se for necessário sair, faça o uso de máscara, lembrando também dos cuidados com a higiene. Todos aqueles que não estão envolvidos com os serviços essenciais devem cumprir as medidas de distanciamento social, de acordo com as orientações das autoridades sanitárias.

Fonte: Secom

domingo, 12 de julho de 2020

LIÇÕES DE JORNALISMO, POR ANTONIO LASSANCE




Era uma vez um país em que se prometia que a devastação ambiental iria abrir novas fronteiras econômicas e gerar riqueza sem igual. Nesse lugar, embustes eram anunciados como grandes negócios. Os escroques que as promoviam se passavam facilmente por Midas (transformavam qualquer pedregulho em ouro). A imprensa vendedora de “secos e molhados”, de que falava o Millôr, os exaltava.

Pequenos investidores eram enganados o tempo todo com promessas mirabolantes de ganhos fáceis na bolsa de valores, desde que acreditassem na lábia de quem se dizia um esperto bem-sucedido. O mercado de ações parecia um paraíso ao alcance de todos.
Empresas ficavam gigantes, do dia para a noite, em cima de fraudes de sonegação e lavagem de dinheiro. Depois de grandes, recebiam fartas injeções de recursos públicos e perdões de suas dívidas, sem qualquer contrapartida social.

O ministro responsável pela economia não só não se incomodava com isso como ficava irritado com quem atrapalhava a festa.

Algo parece familiar? Pois é, esse era o Brasil da ditadura. Um país que foi falido várias e várias vezes. Não quebrou. Foi quebrado.

Quebraram o Brasil de forma tão recorrente a ponto de Chico Buarque compor, em 1984, o “Vai Passar”. Em verso, Chico cantava que “dormia a nossa pátria mãe, tão distraída, sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações”.

Enquanto isso, alguém de olhos bem abertos atravessava madrugadas martelando uma máquina datilográfica para cravar, com bons números, boas fontes e faro jornalístico impecável, como é que se estava destruindo o Brasil.

Ao longo de décadas, esse senhor que era, além de tudo, um cozinheiro de mão-cheia, teve muitas dessas histórias para contar. Tantas que ele morreria contando-as, tentando acordar quem estava dormindo ou distraído.

Essa pessoa se chamava Aloysio Biondi (1936-2000), e essas histórias tenebrosas que ele expôs com maestria estão reunidas em um livro maravilhoso, chamado “Aloysio Biondi: resistência ética e grandeza no jornalismo”, de Thais Sauaya (da editora Terra Redonda, 2020, 224 páginas).

O livro tem mil e uma razões para ser lido. Uma delas é sua incrível  atualidade. A sensação é a de que já vimos esse filme antes. O nome dos personagens e as circunstâncias são outros, mas os problemas são exatamente os mesmos: a insensibilidade de governos autoritários para com questões sociais; o desprezo pelo patrimônio público, inclusive o ambiental, transformado em modelo de negócio; o ministro que o presidente de plantão transforma em czar (a tradução da palavra russa “czar” para o português do Brasil atual é “Posto Ipiranga”); a pressão para que os jornalistas sejam ventríloquos ou de governos, ou de grandes corporações, ou de ambos; e a “fake news” de que a melhor solução para enfrentar uma crise e resolver o problema do déficit público é penalizar os mais pobres, sucatear e privatizar o Estado.

O livro é uma preciosidade porque trata de uma figura em si grandiosa, que não apenas relatou, mas insurgiu-se contra tudo isso. Biondi não foi o Heródoto do jornalismo econômico, ou seja, não foi seu inventor, mas, com o livro da Thaís, se descobre que ele foi um Tucídides. Foi aquele que reinventou esse tipo de jornalismo e lhe deu mais precisão.

Assim como Tucídides, Biondi era um guerreiro. Ele não apenas achava, ele tinha a certeza de que, ao escrever, estava travando  batalhas presentes e futuras em defesa de sua nação. O professor de jornalismo econômico sabia que a melhor forma de ganhar essa guerra era fazendo com que os brasileiros entendessem mais de economia e soubessem se defender.

Embora tenha sido agraciado várias vezes com os maiores prêmios de jornalismo, as verdadeiras condecorações de Biondi foram as cicatrizes que colecionou em duelos. A cada vez que ele revelava a existência de interesses econômicos escusos, isso desagradava a grupos que pressionavam o veículo que as publicava e também o ministro que deveria cuidar da economia. Este, ao invés de desbaratar conluios, ligava para o chefe de Biondi, que o repreendia e o demitia.

Assim, Biondi foi, de um lado, acumulando carimbos em sua carteira de trabalho e, de outro, granjeando a admiração entre jornalistas e economistas, tornando-se uma lenda. Todos o viam fazendo o que qualquer jornalista sério, por obrigação e amor à profissão, deveria fazer.

Thais narra essas aventuras e desventuras de maneira fluida e saborosa de se ler. Quem se prepara para encarar uma biografia intelectual de Biondi vai receber bem mais que isso.

A autora desnovela um enredo em que estão juntos, e bem combinados, uma viagem de ônibus em que o jornalista presenciou o desmatamento da Mata Atlântica, na região do Vale do Paraíba – motivo de uma matéria que lhe renderia um de seus Prêmios Esso – até o episódio em que Biondi e o então ministro da Fazenda, Delfim Netto, frente a frente, bateram boca.

Tecnicamente, eles chisparam desavenças sobre o cálculo do déficit da balança comercial. Trocando em miúdos, Biondi acusava Delfim de estar jogando o dinheiro do país pelo ralo.

A história da Merda em Pó S/A é outra que nos deixa boquiabertos. O anexo 13, com os truques de manipulação de matérias, é uma pérola que se deveria ler todos os dias antes de se abrir o noticiário.

Muito além de causos, todas essas histórias contadas são situações-problema enfrentadas por um jornalista em redação ou na condição de editor. Problemas de alguém que deve escolher entre a ética da responsabilidade, em detrimento da ética da convicção e, mais ainda, da ética da conveniência. Essas situações ensinam que jornalismo é saber separar o joio do trigo não para publicar o joio, e sim, as evidências.
Infelizmente, Thais Sauaya (1959-2009) também se foi cedo e parou de nos contar histórias. Seu marido, Sergio Alli, revela que “este livro foi uma das primeiras razões que me animaram a criar a Terra Redonda Editora. Publicar o trabalho de minha companheira Thais Sauaya, falecida prematuramente em um acidente de automóvel em março de 2009, aos 49 anos, é antes de tudo uma homenagem a ela, com amor e saudade.”

Todas as histórias mais significativas da trajetória profissional e dos embates travados por Biondi estão relatadas no livro. Salvo se alguma, a derradeira, ele tiver levado para o túmulo, quando fulminado precocemente por um infarto aos 64 anos, em 2000.

Era uma época de grande turbulência, com a crise da desvalorização do real, e Biondi estava na crista da onda. O jornalista havia acabado de lançar seu “best seller”, “O Brasil Privatizado” (hoje disponível para baixar na Fundação Perseu Abramo). O livro teve um grande impacto no debate sobre as privatizações, nadando contra a corrente, e rendeu edições sucessivas, esgotadas na Perseu Abramo e também na Geração Editorial. Isso elevou ainda mais a reputação de Biondi, sendo seu “grand finale”.

Duas décadas depois de sua morte, Biondi continua atual. Por isso o livro de Thais Sauaya, com prefácio de André Singer e apresentação dos filhos de Aloysio, Pedro e Antonio Biondi, mais que uma homenagem, é quase um manual de sobrevivência.

Antonio Lassance é doutor em ciência política, historiador e especialista em comunicação organizacional.

Fonte: Jornal GGN

COMBATER AS “FAKE NEWS” NO AGRONEGÓCIO É TAREFA COLETIVA




O acesso fácil à informação é um benefício da era digital, porém, com ele traz consigo um dos maiores problemas da comunicação atual: as Fake News. As notícias falsas costumam ter rápida disseminação e normalmente estão relacionadas a sensacionalismo ou causas particulares. Nesse cenário, os veículos e comunicadores com credibilidade vêm ganhando espaço e representatividade em todos os setores, inclusive no agronegócio. “Diariamente muitos conteúdos sobre o agronegócio são divulgados nos meios digitais principalmente nas redes sociais, ambiente que tem crescido significativamente nos últimos anos. São conteúdos produzidos por profissionais que se identificam com o setor, como produtores rurais, pesquisadores, lideranças de empresas, entidades do agro e jornalistas especializados nesta temática. 

No agronegócio, temos muitos profissionais engajados em melhorar a comunicação com a divulgação de informação de qualidade e relevante sobre inovações, tendências de consumo, macroeconomia, digitalização, sustentabilidade e muitos outros”, diz Daniela Ferreroni, diretora da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA).

Para Carlos Alberto da Silva (Carlão da Publique), diretor de produção agropecuária da ABMRA, mentira e verdade fazem parte da história antropológica da raça humana. Com o passar dos tempos, e o avanço da tecnologia, ficou mais fácil determinar o que é verdade. Ao mesmo tempo, também ficou mais simples mentir e disseminar a mentira.

“Nos últimos oito mil anos, o ser humano evoluiu demais. Tratou a água, o esgoto, inventou a penicilina e o microscópio, fez vacinas, pisou na lua, mandou uma nave para fora do sistema solar. Fez isso convivendo com verdade e mentira. E é inegável que a verdade triunfa bem mais do que a mentira. Por isso, quem ganhará força no futuro são os produtores de conteúdo. Apesar de eu nem saber exatamente o que isto significa. Afinal, a sociedade inteira produz conteúdo. Informativo, religioso, político, econômico, científico, esportivo, cultural etc. Quem vai vencer, eu espero, serão os produtores de conteúdo ‘com conteúdo’. Sem adjetivismos”, explica Carlos Alberto.

A disseminação de notícias falsas afeta toda a sociedade e todos os setores, inclusive o agronegócio, e deve ser combatida. “Temos de apoiar os veículos de comunicação e influenciadores que realizam trabalho sério, pautado pela ética e pela credibilidade. 
Somente trabalhando com empresas e profissionais comprometidos com o legado do agronegócio. Por exemplo, as empresas devem estar constantemente em contato com importantes stakeholders e tomando todos os cuidados para que os conteúdos de marca sejam relevantes e contribuam para o sucesso da cadeia produtiva, de forma responsável”, fala Daniela Ferreroni.

A ABMRA valoriza, fomenta e defende a comunicação e o marketing de qualidade. A entidade orienta seus associados, profissionais, veículos e agências a ter cautela ao buscar informação nas mais diferentes mídias digitais. Dentre as principais recomendações, é essencial fazer a checagem da fonte e/ou meios, evitar sites sensacionalistas, confirmar a confiabilidade do autor, entre outros. “Não é um processo simples e fácil, uma vez que somos bombardeados com informações de várias origens o dia todo. Porém, é fundamental ter bom senso e investir na checagem da fonte, como por exemplo, entidades como a Embrapa, e filtrar posições polarizadas nos extremos quanto a um conteúdo recebido”, assinala Jorge Espanha, presidente da entidade.

Fonte: PENEWS.COM