segunda-feira, 6 de julho de 2020

COMPROMISSO COM LAVA JATO DÁ CURTO-CIRCUITO NA MÍDIA, POR RICARDO AMARAL E JOSÉ CHRISPINIANO




Raros textos são tão reveladores da má consciência da mídia sobre seu papel na farsa jurídica da Lava Jato quanto o artigo de Eliane Cantanhêde (“Nem heróis nem vilões”) no Estadão deste domingo. Em busca de uma imparcialidade tardia, o texto reflete o dilema atual do jornalismo brasileiro: como descartar, sem maior prejuízo de credibilidade, os “heróis” que ela criou ao longo de uma cobertura parcial e politicamente direcionada. E como dar essa guinada sem fazer justiça ao “vilão” Luiz Inácio Lula da Silva.

O artigo concede que José Genoíno foi condenado no mensalão “talvez exageradamente” e admite que haveria “alguns excessos” na sentença do tríplex contra Lula. Mas abordar dois notórios erros judiciais com a naturalidade de um passeio pelo jardim não é exatamente uma correção de rumo. É seguir sancionando a instrumentalização do Judiciário e do Ministério Público como arma de disputa política, como fez nossa imprensa com a Lava Jato do começo ao fim, que agora parece necessário e inexorável.

A cobertura da Lava Jato entrou em curto-circuito junto com a operação em si porque nem uma nem outra se sustentam em fatos e provas, mas na simbiose típica dos julgamentos midiáticos. Nesta semana em que se comprovou a relação indecente e ilegal da força-tarefa com o FBI, Deltan Dallagnol ganhou mais tempo para se defender no Jornal Nacional que os advogados de Lula ao longo de cinco anos. Não custa lembrar: de janeiro a agosto de 2016, o JN somou 13 horas de noticiário negativo contra Lula, preparando a denúncia do powerpoint que hoje se volta contra Dallangnol.

O tratamento editorial abusivamente desequilibrado da Globo ditou a cobertura da mídia e de seus colunistas, que hoje se agarram nas “provas robustas”, jamais exibidas, do caso Atibaia. Da mesma forma que na desmoralizada ação do tríplex, também neste processo Lula foi condenado por “atos indeterminados”. E a prova mais “robusta” dos fatos é um laudo técnico, ignorado por Sergio Moro e censurado pela Globo, mostrando que foi depositada para um executivo da Odebrecht, e não para “obras no sítio”, a tal transferência de R$ 700 mil incluída na sentença.

O reconhecimento da farsa judicial contra Lula não é, portanto, uma questão de “simpatia” pelo ex-presidente ou pelo PT, por parte de um procurador-geral indicado por Jair Bolsonaro, muito menos dos ministros do Supremo Tribunal Federal, como propõe o artigo. É uma imposição de justiça, diante da qual autores e cúmplices não imaginavam ter de prestar contas tão cedo. Uma questão objetiva, a ser examinada à luz da lei por instituições que, por definição, têm de preservá-la e preservar-se acima de circunstâncias políticas.

É tão fácil quanto fútil afirmar que o PT, Lula ou quem quer que seja “demoniza” a Lava Jato, sem enfrentar objetivamente a suspeição de Moro e a dos procuradores, como sustenta a defesa do ex-presidente em dois pedidos de habeas corpus que tramitam no STF. Ninguém foi mais demonizado neste país do que Lula, seu partido e sua família, por uma imprensa que erigiu falsos heróis e agora se vê na contingência de descartá-los, como fez com Aécio Neves e Eduardo Cunha quando perderam utilidade.

O dilema da mídia – e dos interesses que vocaliza – é lançar fora o veneno da Lava Jato preservando seu principal efeito, que foi a proscrição política de Lula. E, se possível, reconstruir o mito Sergio Moro, o que exige falsificar duas vezes a história. 
Em primeiro lugar, a Lava Jato não combateu a impunidade: negociou-a no balcão das delações que premiaram 99% dos acusados. E foi com a cobertura da mídia que Sergio Moro “fez a diferença”, demonizou Lula, o PT e a própria política, abrindo o caminho para Jair Bolsonaro, o filho que agora rejeitam.

(*) Ricardo Amaral e José Chrispiniano são jornalistas, assessores do PT e do ex-presidente Lula.

Fonte: Jornal GGN

ANDRÉ LONGO FOI ELEITO VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE




Durante Assembleia virtual, ontem, que reuniu os 27 secretários de saúde de todo o país, o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo foi eleito vice-presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde. O secretário do Maranhão, Carlos Lula assume a presidência, com a renúncia de Alberto Beltrame, que renunciou à Secretaria de Saúde do Pará,

Fonte: João Alberto

NENHUM CASO DE COVID-19 FOI REGISTRADO NO MUNICÍPIO NESTE DOMINGO (05) OS NÚMEROS CONTINUA OS MESMO 496 CASO E 31 ÓBITOS PELA DOENÇA EM GARANHUNS




A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, informa que neste domingo (05), não foi confirmado nenhum caso de Covid-19 no município. Três pacientes seguem internados na Unidade de Tratamento Covid-19.

Ao todo, já foram confirmados 496 casos de Covid-19 em Garanhuns. Deste total 31 pessoas vieram a óbito, 300 estão recuperadas após cumprir o período de isolamento domiciliar e não apresentar mais sintomas; e 165 pessoas que foram confirmadas com Covid-19 estão em fase de tratamento e/ou isolamento. Ao todo, 705 casos já foram descartados, após serem submetidos ao exame e obtiverem resultado negativo. Um total de 532 testes já foi realizado pela rede municipal.

A Secretaria de Saúde reforça o pedido para que a população permaneça em casa! Se for necessário sair, faça o uso de máscara, lembrando também dos cuidados com a higiene. Todos aqueles que não estão envolvidos com os serviços essenciais devem cumprir as medidas de distanciamento social, de acordo com as orientações das autoridades sanitárias.

Fonte: Secom

domingo, 5 de julho de 2020

CORRUPÇÃO: CUIDADO PARA NÃO ERRAR O ALVO, POR RICARDO CAPPELLI




Deflagrada uma nova operação da Lava Jato contra José Serra. Por que só agora? Onde está Moro? Qual o momento vivido pela “República de Curitiba”? Acaso? Coincidência?

O dinheiro do povo é sagrado. O combate à corrupção é uma bandeira justa e necessária. Não possui partido ou ideologia. É obrigação. Mas é preciso tomar cuidado com a sua instrumentalização. É comum fariseus se travestirem de “salvadores da pátria”.

O Partido da Lava Jato está na defensiva, sob ataque do Procurador Geral da República. Entre outras coisas, foi descoberto que “sumiram” dois aparelhos responsáveis pelas escutas. Eles podem revelar eventuais grampos e gravações ilegais.

O pano de fundo da ofensiva de Augusto Aras é a briga de Bolsonaro com Moro pela bandeira do combate à corrupção e pelo controle da fração de classe que atua nestas instituições.

Além disso, as revelações das ligações da Lava Jato com o FBI e a proximidade do julgamento do “Torquemada do PowerPoint” no CNMP impuseram a necessidade de uma ofensiva diversionista. Que tal tirar da gaveta um Tucano?

Sempre que acuada pela esquerda, a “República de Curitiba” produz algo contra o PSDB. O que acontece? Quem vinha batendo neles, passa a bater nos Tucanos, legitimando as denúncias e a narrativa lavajatista.

Odebrecht contra uns é golpe, contra Serra é um trabalho exemplar?  Objetivo alcançado. Festa em Curitiba.

É necessário olhar além do fígado. Quem é o PSDB no “jogo do bicho”? FHC está na campanha de Huck. Serra é um “moribundo”. Aécio é uma “alma penada”. Alckmin virou “médico-comentarista” de programa televisivo.

Doria está doido para que estas denúncias avancem. Ele já afastou todos, e por muito pouco não mudou o nome do partido. Agora pode conseguir. Será candidato? A pandemia engoliu a agenda liberal. Vai disputar contra Bolsonaro e Moro no mesmo campo? Improvável.

A agenda do Brasil mudou. Foi empurrada para a centro-esquerda. O debate hoje é sobre a necessidade de investimentos em saúde pública, sobre o melhor caminho para fazer o país voltar a crescer e gerar empregos. Esta é a agenda de Moro?

O ex-juiz perdeu o palanque com sua saída do ministério da Justiça. Desde então as “operações” voltaram.  Uma clara tentativa de recolocar a agenda da corrupção na pauta.

O campo progressista deveria estar mais preocupado em discutir como o FBI atua aqui há tanto tempo sem que nenhuma providência tenha sido tomada.

Em qual país do mundo eles depositam dinheiro nas contas de delegados da polícia federal, grampeiam os emails da presidenta da República, sequestraram dados estratégicos da empresa de petróleo nacional, fazem a cooptação aberta de servidores públicos, e nada acontece? Como fizeram isso em governos progressistas sem nenhuma reação?

Eles permitem que nossa inteligência faça o mesmo nos EUA? O FBI serve aos interesses geopolíticos estratégicos estadunidenses. Combate à corrupção? Eles não viram o Banestado? Tem que ser muito ingênuo para cair neste “conto do vigário”.

Os adversários reais são Bolsonaro e Moro. E a narrativa de que o grande problema do Brasil é a “corrupção e o populismo”.

Cuidado. Atirar no alvo errado é fazer a campanha do inimigo.

Fonte: Jornal GGN