quinta-feira, 2 de julho de 2020

PROJETO OFERECE EMPREGO TEMPORÁRIO PARA QUEM QUER FAZER MÁSCARAS DE PANO




O projeto ‘Comunidade Protegida’ realizado pelo Instituto Cidadania Para Todos, recebe até próxima sexta-feira (3), inscrições de pessoas que saibam costurar e desejam fazer produção de máscaras protetoras de pano. Já selecionados, os contratados irão trabalhar de forma remunerada e em casa. É necessário ter experiência para participar do processo e ter máquina de costura. Há 50 vagas disponíveis para ambos os sexos.

O contato já pode ser realizado exclusivamente pelo WhatsApp (81) 9 9340-9024, incluindo a inscrição da pessoa que deve ter idade mínima de 18 anos completos. As empresas interessadas no porte de MEI e ME também poderão participar do projeto. Outros procedimentos como: apresentação detalhada da proposta, assinatura do contrato, logística de pagamento e entrega das máscaras, serão tratados diretamente pelo telefone com os selecionados.

Sobre a iniciativa:

Comunidade Protegida é um projeto voltado para entrega gratuita de máscaras de proteção para atender pessoas em situação de vulnerabilidade social a se proteger do coronavírus, que através de mobilizações do terceiro setor, promove oportunidades de geração de renda e faturamento para pessoas e empresas que realizam trabalho de confecção de corte e costura.

Organização: 

O Cidadania Para Todos é um instituto pernambucano, que há 11 anos tem foco em iniciativas sociais voltadas para projetos de cidadania, educação, esportes, cultura, arte e lazer. As ações do Cidadania estão focadas em Pernambuco, mas as parcerias vão além das fronteiras do Estado. A organização tem trabalhos com organizações privadas da região Sul-Sudeste e no exterior.

Fonte: PENEWS.COM

NA PÓS-PANDEMIA, A COMUNICAÇÃO EFICAZ FARÁ A DIFERENÇA PARA O SUCESSO




Nesta terrível crise que estamos vivenciando em relação ao Novo Coronavirus, percebemos a importância da comunicação em nossas vidas, seja no ambiente pessoal, profissional e social, pois através dela, o mundo se juntou mesmo com o isolamento social. Através da comunicação, as pessoas conversaram, motivaram, animaram, cuidaram, venderam e outras tantas ações. Isso só fortaleceu a afirmação de que a comunicação é o alicerce de desenvolvimento humano e social.

O que a gente pôde também perceber é que a pandemia, está fazendo as vezes de um catalisador, um acelerador de mudanças que na verdade, já vinha acontecendo. Mas como fica a comunicação no meio disso tudo?

A primeira certeza é de que as plataformas digitais se potencializaram ainda mais como poderosas ferramentas de troca de informações, tornando- se durante a pandemia as principais aliadas para cumprir as atividades de home office e de convívio com a sociedade. O posicionamento também será muito mais cobrado. Com o aumento da velocidade da informação e o seu acesso se tornar mais fácil, será exigido no “novo normal”, que o ato de se comunicar seja mais assertivo, tornando-se direto, claro e objetivo para não dá margem à dúvida.

No mundo pós-pandemia eu vejo a implementação de uma comunicação mais humanizada, autêntica, intimista, visando as relações com o público-alvo, pois o ponto alto não vai ser mais o consumo de mídia e sim o relacionamento com as pessoas. Outra observação é que o boom das fakenews assustou tanto os leitores quanto os jornalistas e comunicadores. Com essa experiência, acredito na acentuação da busca mais apurada pela veracidade, pelo fato. Diante disso, o acesso aos jornais via sites, televisão e até mesmo a rádio tende a se intensificar.

Mas o que vai fazer toda a diferença para se ter sucesso nas conquistas pessoais e profissionais através da comunicação na pós-pandemia vai ser a prática da “Comunicação Eficaz”, que é ao mesmo tempo assertiva e positiva, pois que consiste em fazer com que o outro lado – no caso, o receptor – entenda aquilo que é dito com respeito, sem que haja qualquer tipo de má interpretação. É bom ficar claro que diferente do que muitos acreditam, a comunicação não está ligada apenas ao fato de saber dizer algo a outras pessoas, pois nem toda fala comunica.

Uma comunicação eficaz em qualquer cenário de nossas vidas pode ser entendida como aquela que transforma a atitude das pessoas. Se a comunicação apenas muda suas ideias, mas não provoca nenhuma mudança de comportamentos, então ela não atingiu seu resultado. Assim, quando falamos em comunicação eficaz, estamos falando daquela que atinge com efetividade seu objetivo, que é transmitir uma mensagem com clareza, utilizando os mais diversos tipos de canais de comunicação para isso.
Finalizo esse artigo com duas importantes dicas: “A comunicação eficaz espalha o seu melhor” e “Toda ação sem uma comunicação eficaz é confusão”. É isso!

Fonte: PENEWS.COM

467 CASOS DE CORONAVÍRUS EM GARANHUNS



A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, informa que segue ampliando a capacidade de testagem no município de Garanhuns, com o intuito de realizar um mapeamento preciso das pessoas infectadas com a Covid-19, realizando o monitoramento dessas pessoas. Desta forma, nos últimos dias, vem sendo registrado um aumento nos índices de casos confirmados e descartados da Covid-19, resultantes dos testes realizados pela rede municipal e também em laboratórios privados.

Nesta quarta-feira (01), foram confirmados 22 casos de Covid-19 em Garanhuns. As pessoas que testaram positivo para doença estão em fase de isolamento/tratamento, e permanecem sob o monitoramento da equipe da Secretaria de Saúde. Outros 91 casos foram descartados, após resultado de testagem laboratorial e de testes rápidos da Secretaria de Saúde. Ao todo, já foram realizados 320 testes pela rede municipal. Duas pessoas estão internadas na Unidade de Tratamento Covid-19, ambas testaram positivo para o novo coronavírus.

Ao todo, já foram confirmados 467 casos de Covid-19 em Garanhuns. Deste total 31 pessoas vieram a óbito, 289 estão recuperadas após cumprir o período de isolamento domiciliar e não apresentar mais sintomas; e 147 pessoas que foram confirmadas com Covid-19 estão em fase de tratamento e/ou isolamento. Ao todo, 510 casos já foram descartados, após serem submetidos ao exame e obtiverem resultado negativo.

A Secretaria de Saúde reforça o pedido para que a população permaneça em casa! Se for necessário sair, faça o uso de máscara, lembrando também dos cuidados com a higiene. Todos aqueles que não estão envolvidos com os serviços essenciais devem cumprir as medidas de distanciamento social, de acordo com as orientações das autoridades sanitárias.

Fonte: Secom

quarta-feira, 1 de julho de 2020

AS PRIMEIRAS PALAVRAS, POR IZAÍAS ALMADA




Entre alguns estudos, opiniões e teorias sobre obras literárias, há quem afirme que é nas primeiras páginas ou nos primeiros parágrafos, em se tratando de contos e romances, sobretudo, ou nos primeiros versos, que o autor prenderá a atenção do leitor.
Haverá sempre quem discorde dessas tais regrinhas do escrever bem, pois, em princípio, a arte é livre para se manifestar de maneiras distintas, cabendo ao autor da obra encontrar a melhor maneira de contar a sua história.

O fato é que, pessoalmente, tenho por hábito – nos tempos em que era possível ir a uma livraria – ler os primeiros parágrafos de algum livro que eventualmente me chamasse a atenção.

Como curiosidade para uma digestiva leitura anticovidiana transcrevo abaixo as primeiras palavras de cinco escritores respeitáveis, por mim escolhidos aleatoriamente, na expectativa de que possam provocar naqueles que ainda não leram as obras mencionadas, o desejo de continuarem a leitura, pois tempo não nos faltará.
São eles: Dante Alighieri, Honoré de Balzac, Lygia Fagundes Telles, Jean-Paul Sartre e Marcos Rey.

Dante Alighieri: “A Divina Comédia” – Ed. Itatiaia
Tradução de Cristiano Martins

Canto I

O poeta se surpreende numa selva escura, e dela não consegue sair, impedido por uma pantera, um leão e uma loba; subitamente, avista um vulto, a quem pede socorro, e vê tratar-se da sombra de Virgílio.

A meio do caminho desta vida
Achei-me a errar por uma selva escura
Longe da boa vida, então perdida.

4      Ah! Mostrar qual a vi é empresa dura,
Essa selva selvagem, densa e forte,
Que ao relembrá-la a mente se tortura!

7      Ela era amarga, quase como a morte!
Para falar do bem que ali achei,
De outras coisas direi, de vária sorte,

10      que me passaram. Como entrei, não sei,
Era cheio de sono aquele instante
Em que da estrada real me desviei.

13      Chegando ao pé de uma colina, adiante,
Lá onde a triste landa era acabada,
Que me enchera de horror o peito arfante,

16      Olhei para o alto e vi iluminada
A sua encosta aos raios do planeta
Que a todos mostra o rumo em cada estrada.

Honoré de Balzac: “A Comédia Humana” – Ed. Globo
         Tradução de Vidal de Oliveira

No meio da Rua São Diniz, quase na esquina da Rua do Leão, existia outrora uma dessas preciosas casas que facilitam aos historiadores a reconstrução, por analogia, da antiga Paris. Os muros ameaçadores daquele pardieiro pareciam pintalgados de hieróglifos. Que outro nome poderia dar o transeunte aos XX e VV traçados na fachada pelos caibros transversais ou diagonais delineados nos reboco por pequenas rachas paralelas? Evidentemente cada carro ao passar fazia que aquelas vigas dançassem nas mortagens. O venerável edifício tinha um telhado triangular, cujo modelo em breve não mais se verá em Paris. Abaulado pelas intempéries do clima parisiense, esse telhado sobressaia, mais ou menos, três pés sobre a rua, tanto para proteger da chuva a soleira da porta como para abrigar a parede das águas-furtadas e seu olho-de-boi sem rebordo. Esse último andar era construído com tábuas pregadas umas sobre as outras, como ardósias, decerto para não sobrecarregar aquele frágil edifício.

Por uma manhã chuvosa do mês de março, um rapaz, cuidadosamente envolto na sua capa, estava sob o telheiro da loja fronteira àquela habitação e parecia examiná-la com o entusiasmo de um arqueólogo. Realmente, aquele remanescente da burguesia do século XVI podia oferecer a um observador mais de um problema para resolver. Cada andar apresentava sua singularidade.

         Lygia Fagundes Telles – “A Preguiça” em Os Sete Pecados Capitais – Ed. Civilização Brasileira.

– A gente tem órgãos demais. E buracos. Os buracos dão trabalho, ao todo oito… – prosseguiu Gaby e não completou nem a frase nem o gesto. Uma trabalheira.
O garçom passou o guardanapo no balcão. Ficou olhando para Gaby que tomava devagarinho seu gole de uísque.

– Alga? Já ouvi falar em alga, Gaby. Mas não me lembro.

– Nas aulas de biologia eu podia ver. Divertido.

– Ouvi falar nisso, mas não lembro quase nada. Estudei pouco, Gaby. Comecei a trabalhar muito cedo.

– Divertido.

O garçom acompanhou-lhe o olhar e agora não sabia se Gaby estava se referindo ao casal que entrou. Ou àquela tal de bio. Bio o quê? Uma besta, esse daí. Por que não explicava direito as coisas? Esse costume de deixar tudo pela metade. Calmo, tudo bem. Mas aquela fala mole de Marlon Brando, ô! tipo.

– Ei Fredi! Dois martínis secos – pediu o recém-chegado depois de consultar a companheira. Ela acrescentou – E amendoins!

Fredi apanhou a garrafa na prateleira de espelhos.

Jean-Paul Sartre – “O Muro” – Livro de contos com o mesmo título – Ed. Civilização Brasileira. Trad. De H. Alcântara Silveira.

         Jogaram-nos numa grande sala branca e meus olhos começaram a piscar porque a luz os magoava.. Vi, logo depois, uma mesa e quatro sujeitos atrás dela – uns civis – examinando papéis. Tinham deixado os outros prisioneiros no fundo e precisamos atravessar a sala toda para chegar até eles. Havia muitos que eu conhecia e outros que deviam ser estrangeiros. Os dois que estavam à minha frente eram loiros e de crânios redondos e se pareciam; imaginei que fossem franceses. O menos, de nervoso, sungava as calças a todo momento.

Aquilo durou quase três horas; sentia-me apatetado e com a cabeça vazia; a sala, porém, estava bem aquecida e eu achava agradável até – há vinte e quatro horas que estávamos tremendo de frio. Os guardas conduziam os prisioneiros, um após outro, para diante da mesa. Os quatro sujeitos perguntavam-lhes então o nome e a profissão. 

Quase sempre ficavam nessas perguntas – ou então indagavam: “Tomou parte na sabotagem das munições?” “Onde estava na manhã do dia 9 e que fazia nesse dia?”        

Marcos Rey – A História do 5 Estrelas – Global Editora.

Leo apertou a campainha do 222, recebera um chamado; Logo se abria um palmo de porta mostrando a cara e o sorriso largo do Barão. Embrulhado num robe azulão, ele parecia ainda mais gordo, mole e displicente.

– Me traga os jornais de sempre – pediu o hóspede passando ao bellboy uma nota amassada.

– Esse dinheiro não vai dar, senhor.

– Tem razão. Um momento.

Quando abriu o guarda-roupa para apanhar a carteira, Leo viu pelo espelho interno do móvel que o Barão tinha companhia: um homem pequeno, com pinta de índio, vestindo roupas civilizadas, lavava concentradamente as mãos na pia do banheiro. 
Devia ser uma daquelas muitas pessoas que o Barão ajudava, pensou o rapaz.

O volumoso hóspede do 222 demorava para encontrar a carteira nos bolsos de seus paletós, enquanto o bellboy aspirava vários cheiros do apartamento: o de charutos já fumados e amanhecidos, um mais agradável de lavanda e ainda outro de maçã, sempre vendo pelo espelho o tal homenzinho a lavar as mãos e a enxugá-las em toalhas de papel que ia jogando numa cesta. Depois, com o súbito receio de ser visto pelo espelho do guarda-roupa, fechou a porta do banheiro com uma cotovelada.

Afinal o Barão reapareceu com mais dinheiro e um novo sorriso.

– O troco é seu, meu filho.
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Divirta-se, amigo leitor. O coronavírus ainda demora.

Fonte: Jornal GGN