terça-feira, 30 de junho de 2020

A TEORIA DA PRÁTICA NA REINVENÇÃO DO JORNALISMO, POR CARLOS CASTILHO




A Teoria da Prática aplicada ao jornalismo ganhou um novo impulso depois do surgimento da pandemia do Coronavirus, quando ficou claro que a atividade informativa precisaria acelerar o abandono de paradigmas convencionais para poder atender às novas demandas informativas criadas pela Covid -19 em todo o mundo.

Na definição da pesquisadora finlandesa Laura Ahva, a Teoria da Pratica é o conjunto de representações identificáveis, padronizáveis e personificáveis compostas por seres móveis, objetos manuseáveis, processos capazes de serem descritos e ambientes que podem ser entendidos. Numa definição mais simples, é uma forma de entender uma realidade desconhecida a partir da observação, codificação e categorização de dados, fatos e eventos registráveis num ambiente determinado.

O sociólogo inglês Nick Couldry defende a Teoria da Prática como um paradigma preocupado com a forma, objetivos e valores adotados pelas pessoas na relação com a mídia e menos com textos, imagens, declarações e instituições jornalísticas. “O que as pessoas estão fazendo em relação à mídia num amplo espectro de situações e contextos?”, afirma no texto Theorizing Media as Practice (2004).

Até agora a maioria dos estudos sobre jornalismo se preocupava mais em analisar a realidade a partir de textos e documentos, centrados nas redações e nos negócios jornalísticos do que na realidade exterior a estes dois ambientes. O objetivo era achar soluções para problemas da profissão e das empresas mais do que identificar mudanças nos comportamentos, necessidades e aspirações dos indivíduos que compõem a audiência dos veículos de comunicação jornalística.

A prática como aventura teórica

A mais recente pandemia na longa sequência de mortandades a atingir a humanidade deflagrou uma serie de mudanças no modo de viver das pessoas, como é o caso do distanciamento social em plena era das aglomerações globalizadas. Como nas pandemias anteriores, a inexistência de vacinas e remédios transformou a informação no único antídoto eficaz para combater a contaminação generalizada.

As mudanças provocadas pela Covid-19 tornaram ainda mais intenso o processo transformador deflagrado pelas novas tecnologias de informação e comunicação (TICs), já no final do século passado. Isto acabou mostrando também a urgência do jornalismo encontrar um novo marco teórico capaz de orientar sua adequação à nova realidade informativa, marcada pelo esgotamento do modelo comercial na imprensa.

Em seu trabalho pioneiro na Universidade Tampere de Ciências Aplicadas, Finlândia, Laura Ahva, entende a Teoria da Prática como um ponto de partida para a reinvenção do jornalismo com base na observação da prática em realidades especificas através de uma integração estreita com outras disciplinas, em especial etnografia e antropologia.

Para Nick Couldry, a Teoria da Prática tem a vantagem de ver o jornalismo da era digital como uma área desconhecida que é necessário explorar ao identificar seus componentes, origens, dinâmica e condicionantes. Ele recorre a princípios já desenvolvidos na etnografia e antropologia no sentido de rejeitar ideias pré-existentes para valorizar os dados, fatos, processos e eventos identificados através da observação distante ou participante.

As observações de Couldry fazem sentido porque o fato concreto é o de que o jornalismo, de maneira geral, entrou na era digital com base no erro e acerto, na falta de paradigmas previamente testados. São uma prova disto o alto índice de mortalidade das chamadas “start ups” e o elevado índice de fracasso de projetos lançados por empresas como a Google.

O fato do jornalismo contemporâneo defrontar-se com uma realidade digital ainda desconhecida pela maioria dos profissionais confere à atividade características de mutabilidade e liquidez que apenas confirmam a necessidade de buscar novos paradigmas teóricos para orientar a pesquisa da realidade.

Uma “feira de teorias”

Na verdade a Teoria da Prática é uma família de teorias, ou na definição de Ahva, uma “feira de teorias” (trading zone) , uma espécie de ponto de encontro de várias propostas. Esta “família de teorias” é uma consequência direta do aumento da multi e interdisciplinaridade na investigação jornalística. Uma simples reportagem sobre um crime gera hoje um conjunto de abordagens etnográficas, antropológicas, psicológicas, sociológicas, jurídicas e econômicas, só para citar algumas áreas de conhecimento que integram o contexto do evento. O conjunto destas abordagens permite uma maior aproximação à essência do fato a ser noticiado. É esta interdisciplinaridade que está no coração da Teoria da Prática.

Outra característica marcante da “feira de teorias” é sua escalabilidade, ou seja, capacidade de utilização tanto no nível macro como no micro, e suas gradações intermediarias. A Teoria da Pratica pode servir de guia tanto para a pesquisa hiperlocal visando um sistema de informação num bairro ou rua, como na busca de paradigmas nacionais ou internacionais. Um paradigma teórico hiperlocal é um dado básico de realidade num contexto regional ou nacional.

Para se adequar à nova realidade informativa pós pandemia, a Teoria da Prática propõe que o jornalismo examine a prática de um ambiente específico tentando identificar os elementos que direcionam, inter-relacionam, condicionam e explicam ações de atores envolvidos no fato, dado, processo ou evento em observação. Neste ponto, a Teoria da Prática se inspira nos trabalhos de Bruno Latour, da mesma forma que a identificação das estruturas onde se desenvolve a pesquisa jornalística se apoia nas ideias de Antony Giddens, e o estudo do ambiente humano usa a obra de Pierre Bourdieu.

Carlos Castilho – Pesquisador do objETHOS e colaborador do Observatório da Imprensa

Referências

COULDRY, Nick. Theorizing Media as Practice. Social Semiotics, vol. 14, numero 2, pag 115-132. DOI : 10.1080/1035033042000238295. 2004

AHVA, Laura. Practice Theory for Journalism Studies. Journalism Studies, DOI : 10.1080./1461670X.2016.1139464. 2016

Fonte: Jornal GGN

A HISTÓRIA FARÁ JUSTIÇA A PAULO CÂMARA




No sexto ano como governador de Pernambuco, Paulo Câmara jamais imaginou ocupar o cargo quando aceitou ser secretário de Administração, depois de Turismo e Fazenda do governo Eduardo Campos. Seu nome foi escolhido exatamente por não postular o cargo, acabou eleito no bojo de uma tragédia que vitimou Eduardo e que marcaria para sempre a história política de Pernambuco.

Seus quase seis anos à frente do Palácio do Campo das Princesas deram a Paulo uma experiência política que ele não tinha. Sereno e pouco afeito a holofotes, Paulo enfrentou momentos difíceis como governador, como o impeachment de Dilma e as sucessivas crises, ora econômicas, ora sanitária como a da Covid-19 que trouxe consequências difíceis para todos os governantes.

Mesmo com os desafios impostos, Pernambuco está vencendo a luta contra a Covid-19 e tem mantido os serviços essenciais de pé. Isso só foi possível graças ao perfil de Paulo Câmara, que por diversas vezes injustiçado, será um governador que a história reconhecerá seu valor de ter enfrentado diversos problemas e não ter esmorecido no intuito de defender Pernambuco.

A crise ainda não acabou, seus efeitos ainda serão notados por anos, mas sem um governante com a serenidade de Paulo Câmara tudo seria mais difícil para os pernambucanos.

Fonte: Edmar Lyra

SIVALDO PEDE A SECRETÁRIO DE SAÚDE A LIBERAÇÃO DE RESPIRADORES PARA PREFEITURA DE GARANHUNS




Deputado estadual Sivaldo Albino coloca os interesses da população acima das diferenças políticas.

Parlamentar solicitou ao Secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, cinco respiradores para o Hospital de Campanha do Município, instalado na Cohab II, no prédio originalmente construído para abrigar uma UPA 24 horas.

O secretário estadual de saúde disse que com a autorização do governador os equipamentos serão liberados para Garanhuns.
Sivaldo acha que é preciso se preocupar com a situação da cidade, por conta do grande número de pessoas infectadas pelo coronavírus.

“Quanto mais investirmos no Dom Moura, na UPAE, nos leitos contratados junto ao Hospital Perpétuo Socorro e na unidade de saúde da prefeitura, mas estaremos protegendo a população para o caso de necessidade”, explicou o deputado.

Fonte: Blog de Edmar Lyra

425 CASOS DE CORONAVÍRUS EM GARANHUNS




A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, informa que, nesta segunda-feira (29), foram confirmados 10 casos de Covid-19 em Garanhuns. As pessoas que testaram positivo para doença estão em fase de isolamento/tratamento, e permanecem sob o monitoramento da equipe da Secretaria de Saúde.

Mais 11 pessoas estão recuperadas, após cumprir o período de isolamento/tratamento, e não apresentar mais sintomas da doença. Outros seis casos foram descartados, após resultado de testagem laboratorial. Ao todo, já foram realizados 295 testes pela rede municipal.

Quatro pessoas estão internadas na Unidade de Tratamento Covid-19. Deste total, duas pessoas testaram positivo para o novo coronavírus, e duas negativo. Um paciente que testou positivo, e passou 10 dias internado na unidade, recebeu alta médica hoje, para finalizar o tratamento em domicílio.

Ao todo, já foram confirmados 425 casos de Covid-19 em Garanhuns. Deste total 30 pessoas vieram a óbito, 275 estão recuperadas após cumprir o período de isolamento domiciliar e não apresentar mais sintomas; e 120 pessoas que foram confirmadas com Covid-19 estão em fase de tratamento e/ou isolamento. Ao todo, 408 casos já foram descartados, após serem submetidos ao exame e obtiverem resultado negativo.

A Secretaria de Saúde reforça o pedido para que a população permaneça em casa! Se for necessário sair, faça o uso de máscara, lembrando também dos cuidados com a higiene. Todos aqueles que não estão envolvidos com os serviços essenciais devem cumprir as medidas de distanciamento social, de acordo com as orientações das autoridades sanitárias.

Fonte: Secom