quinta-feira, 16 de abril de 2020

JORNALISMO EM TEMPOS DE COVID-19: ACERTOS, DESAFIOS E UMA CHANCE DE RECUPERAR A CREDIBILIDADE PERDIDA, POR ANDRESSA KIKUTI




Eis que, bem numa semana de subida da curva de contágio pela epidemia da Covid-19 no Brasil, com o número de mortos indo para a casa dos milhares, o calendário nos lembrou de duas datas comemorativas: o Dia Mundial da Saúde e o Dia do Jornalista. 

Eram ambas em 07 de abril – também o primeiro dia da lua cheia, que para a astrologia é uma fase de agitação e transbordamento das emoções (para melhor ou para pior)… Simbólico, não? Tanto profissionais da saúde quanto jornalistas estão passando por momentos de muita tensão e lutando, cada um a seu modo, contra a pandemia e suas consequências. O papel de jornalistas é bem distinto do de médicos e enfermeiros, mas também é importante, afinal é impossível viver sem informação confiável e contextualizada com o mundo virando de pernas para o ar.

A pandemia da Covid-19 é um cenário novo, e não há fórmulas prontas para lidar com ela. Há muitas tentativas, alguns erros e acertos, e muitos desafios, entre os quais podemos citar o risco de contaminação pelo vírus para as equipes que trabalham na rua, a dificuldade em conciliar atividades domésticas ao teletrabalho para quem fica em casa, a ausência de contato físico com as fontes, o aparato técnico limitado, o agravamento da crise financeira dos media e a urgência de reportar com qualidade acontecimentos que poderão transformar profundamente nossa vida em sociedade. 

Como aponta a pesquisadora Márcia Franz Amaral em entrevista para o objETHOS, nenhum profissional se torna especialista no coronavírus de um dia para o outro, e nenhum jornal consegue criar uma estrutura de cobertura de uma hora para a outra. “A cobertura compassada com o tempo cronológico do desastre é fundamentalmente anestesiante”, afirma ela. Fato é que, desde que as medidas de isolamento social começaram a ser implementadas no Brasil, todos os olhos dos noticiários se voltaram quase unicamente ao tema da pandemia.

Do limite aos caminhos da cobertura diária da TV

A cobertura de hard news, jargão jornalístico usado para designar aquele tipo de conteúdo voltado para um grande público e que discorre sobre os acontecimentos mais recentes do dia a dia, foi (e segue sendo) super importante para manter as pessoas informadas sobre as regiões mais afetadas pelo vírus, os cuidados para evitar o contágio e, principalmente, as medidas que estão sendo tomadas pelo poder público para enfrentar a situação junto à população (ou contra ela, em alguns casos). No caso da Globo, a líder de audiência na TV aberta, a aposta na cobertura extensiva com foco nas hard news se destacou. Parte da programação de entretenimento foi suspensa para dar lugar a programas jornalísticos. Todos os dias, das 04h às 15h (ao todo, 11 horas consecutivas), a emissora transmite programas ao vivo cujo foco é a cobertura da pandemia. O carro-chefe do jornalismo da emissora, o Jornal Nacional, também teve seu espaço ampliado e passou a ter 50 minutos de duração. Isso fora os telejornais locais, o Jornal da Globo, os boletins que entram nos intervalos da programação, e daí por diante. É sem dúvida um enorme esforço, que demanda comprometimento e organização.

Mas essa estratégia de cobertura estendida que, no início, serviu como um alento às mentes e corações desassossegados pela ameaça da doença, com o passar do tempo parece se aproximar de um ponto de saturação. Há falta de originalidade nas pautas. 

Pesquisas e dados são divulgados mas, em alguns casos, há pouca interpretação e contextualização. O monotema “coronavírus” se torna cansativo, as informações se repetem noticiário após noticiário, os índices sobre o número de infectados e mortos nos países atingidos são atualizados várias vezes ao dia, e isso tudo, ao invés de tranquilizar, pode causar sentimentos de impotência, ansiedade e tristeza nas pessoas, como alertam especialistas em saúde mental. Tanto que a recomendação tem sido limitar o volume e o tempo que se passa consumindo informações.

À Pública, o autor do livro “A psicologia da pandemia”, Steven Taylor, relembra outras vezes em que a humanidade passou por momentos como esse e afirma que somos resilientes, porém também aconselha limitar o volume de notícias sobre o tema, além de reforçar o contato com amigos e familiares. Como sustentar tantas horas de programação jornalística diárias e, ao mesmo tempo, evitar a repetição de informações? Como manter a população bem informada sobre a pandemia sem, no entanto, saturá-la? É uma situação difícil, mas uma coisa parece certa: o jornalismo diário, principalmente o televisivo, precisará em breve se reinventar se não quiser se tornar causador de angústia, ao invés de orientação, e desinteresse, ao invés de referência. Boas saídas podem ser produzir dados confiáveis e contextualizados sobre a pandemia, e criar conteúdos que alertem a população sobre os riscos da desinformação, como apontou a pesquisadora Lívia Vieira na newsletter do Farol Jornalismo. Outra solução, segundo ela, é dar ênfase para a checagem dos fatos.

O antídoto para a crise de desinformação também é a chance do jornalismo

Aí vem outro problema: em tempos de isolamento social, o excesso informacional não 
vem só da TV ou de outros meios jornalísticos. Pessoas em casa consomem muito mais conteúdo on-line e se comunicam mais via redes sociais e mensageiros instantâneos, que podem estar lotados de fake news. É fácil criar desinformação num contexto de tantas incertezas, e ela vem, aliás, de todos os lados: as autoridades políticas, que deveriam ser as primeiras a combater informações falsas, são responsáveis por alguns dos surtos de fake news sobre a pandemia, conforme aponta um artigo assinado por fact-checkers brasileiros. Quem deveria demonstrar confiabilidade e proteger a população, é flagrada endossando dados errados sobre vacinas, distanciamento social e origem do novo coronavírus.

Isso tem dado bastante trabalho às agências de checagem, que estão na linha de frente desse combate. No fim de março, a Pública conversou com as chefias de quatro agências brasileiras (a Lupa, Aos Fatos, E-farsas e Estadão Verifica) e apontou que o volume de informações falsas que circulam sobre coronavírus surpreendeu até os fact-checkers. A média é de três novas fake news por dia, e as mais compartilhadas, segundo eles, são sobre receitas milagrosas e teorias da conspiração. Os checadores trabalham em conjunto com pesquisadores(as) e agentes de saúde para desmentir os boatos que se espalham por aí, mostrando o que é confiável em meio ao oceano de desinformação.

Mas se tem uma notícia boa em meio a essa crise, é que o cenário de pandemia tem relembrado às pessoas o valor da ciência e do jornalismo, que andavam com a imagem desgastada pelos discursos anti-científicos e pelos ataques proferidos por governantes, entre as quais o atual ocupante do cargo de presidente do Brasil. O filósofo Mário Sérgio Cortella também aposta na recuperação da confiança na mídia e na ciência como um dos legados da pandemia, e os dados da pesquisa Datafolha parecem endossar isso: a TV e os jornais são vistos pela população como os mais confiáveis na divulgação de informações sobre a crise do novo coronavírus, em detrimento de informações obtidas nas redes sociais. Esta parece ser uma chance de ouro para provar, de uma vez por todas, que o jornalismo é essencial para a sociedade. Que informação verificada, contextualizada e bem elaborada é capaz de nortear decisões melhores em momentos de crise.

Andressa Kikuti
Doutoranda em Jornalismo (PPGJOR/UFSC) e pesquisadora do objETHOS
Fonte: Jornal GGN

SECRETARIA DE FINANÇAS DE GARANHUNS DISPONIBILIZA CENTRAL DE ATENDIMENTO VIRTUAL PARA POPULAÇÃO




A Secretaria de Finanças de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, por meio do Portal do Contribuinte, está disponibilizando uma Central de Atendimento Virtual para esclarecer dúvidas e atender solicitações sobre os tributos municipais durante a pandemia do novo coronavírus.

De acordo com a Secretaria de Finanças, outra função importante é a aba Processos, onde podem ser abertos uma série de processos fiscais, como inscrição mercantil, alvará de funcionamento, senha para emissão de nota fiscal de serviços, reclamação contra lançamento de tributos, cancelamento de notas, solicitação de isenções, prescrição, certidões negativas de débitos (CND), entre outros.

A Secretaria de Finanças também está atendendo por e-mail e WhatsApp e pelo link.

Fonte: G1 Caruaru

ÚLTIMO LOTE DO 13ª DO BOLSA FAMÍLIA COMEÇA A SER PAGO NESTA QUINTA-FEIRA (16)




Nesta quinta-feira (16), o Governo do Estado inicia o pagamento do último lote da parcela extra do programa Bolsa Família. Nesta etapa, até o dia 30 de abril, recebem o benefício os aniversariantes de setembro, outubro, novembro e dezembro. O grupo terá 120 dias para sacar o valor, que será disponibilizado de acordo com o último dígito do Número de Identificação Social (NIS), que está presente no cartão de recebimento. O pagamento será feito nos mesmos locais onde o beneficiário já recebe o seu BF, ou seja, nas agências da Caixa Econômica, terminais eletrônicos, lotéricas ou estabelecimentos credenciados.

Segundo a Caixa Economica Federal, 632.405 famílias já sacaram a parcela extra, o que representa um total de R$ 83.187.330,00, cerca de 82% do que foi disponibilizado até o momento. Para o mês de abril, será destinado R$ 51.039.801,00, quantia que vai atender 392.815 famílias. “Em tempos de isolamento social, onde o mercado de trabalho e a economia precisaram caminhar a passos mais lentos em prol da saúde da população, o valor extra que o Estado vai pagar aos beneficiários do Bolsa Família, que é um público mais vulnerável, vai fazer muita diferença na sobrevivência dessas pessoas durante o período de quarentena”, pontua o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) – pasta que coordena o programa estadual -, Sileno Guedes. O gestor alerta ainda que “terá direito ao 13ª, o beneficiário que recebeu o Bolsa Família durante pelo menos metade dos meses do período de apuração, intercalado ou em meses seguidos”.

O valor da parcela é igual ao benefício federal, que permite chegar até no máximo R$ 150. Quem recebe abaixo, teve a oportunidade de atingir o limite, caso tenha feito o cadastro dos seus CPFs em notas fiscais. Para os que desejam consultar o valor que será recebido, o site da SDSCJ, que pode ser acessado pelo link www.sdscj.pe.gov.br, disponibiliza uma ferramenta que indica quanto o beneficiário acumulou em notas fiscais e quanto vai receber de extra no período de pagamento. Para o acesso, é necessário apenas o NIS e a data do nascimento do titular.

Fonte: Jardim Agreste

GARANHUNS PRECISA DE UM HOSPITAL MUNICIPAL




Ronaldo César publicou em seu blog na última terça-feira (14/04), um texto, que serve de reflexão para se refletir na questão da saúde municipal, vivida aqui em Garanhuns, a questão de uma cidade com média de 130 mil habitantes não ter condições de ter um Hospital Municipal, uma cidade onde se investe tanto em festas como o Viva Dominguinhos, Magia do Natal, todos os anos, mais não tem condições de manter um Hospital público para atender sua população.

Um texto rico para se descer do palanque político e pensar na questão de saúde pública, abordar o tema de maneira crítica sem as luzes política, mais sim com as luzes da crítica construtiva.

Veja o texto na íntegra:

A V Regional de Saúde tem 21 municípios em sua abrangência, apenas dois deles não têm hospital municipal: Jucati e Garanhuns. O primeiro talvez se explique pela falta de demanda, de tão pequeno, o outro é falta de interesse mesmo, por mais que o prefeito diga que a prefeitura não tem recursos para prover um hospital municipal. Como então conseguem Jupi, Caetés, Angelim, Canhotinho, Terezinha,..., e mais de uma dezena de municípios, todos eles menores que Garanhuns? Alguns municípios têm hospital de fazer inveja, com bloco cirúrgico funcionando, escala de médicos fechadinha, equipes motivadas, farmácia, etc.

O prefeito pode dizer que aqui na cidade polo regional vai gastar mais com hospital, mas é lógico que também recebe bem mais, como aponta qualquer planilha de liberação de recursos federais que se tenha acesso. Portanto, não ter hospital municipal não é questão de dinheiro, mas de interesse e prioridade.

Por anos a fio, o Hospital Regional Dom Moura esteve aí para absorver a demanda municipal. Mas isto é certo? Errado. O Hospital Regional é regional, ou seja, é para atender a região (desculpem a redundância) em casos de média e alta complexidade, dentro de suas atribuições. A baixa complexidade, ou seja, os atendimentos de urgência básicos devem ser atendidos pelo município, e não em PSFs, mas em um hospital. O Hospital Infantil tem assimilado parte da responsabilidade da prefeitura, mas é eletivo e ambulatório. Não tem emergência. Não tem servidor público. É prático para o município pagar a tantos serviços particulares terceirizados, mas ele mesmo deixa de oferecer o serviço essencial. Provavelmente, se somar o que tem gasto com terceirizados, bancasse com sobras seu hospital público.

Assim que o atual prefeito tomou posse cuidou logo de fechar o Hospital Municipal herdado do ex-prefeito Luis Carlos, instalado na antiga Casa de Saúde Santa Terezinha. O prefeito chamou de casa de parto, e disse que não valia o investimento. Fechou. Não procurou readequar, investir, melhorar... Não, simplesmente fechou. Poucos questionaram. Como se fecha um hospital? Passou os anos credenciando instituições particulares e nunca ofereceu um leito sequer em sua gestão. Ou seja, tirando os PSFs para ambulatório, o Hospital Dom Moura continua sendo a porta de entrada para qualquer emergência em Garanhuns. E pior, por vezes criticado por aqueles que deveriam cumprir sua função. 

Cedo ou tarde a conta chegaria para a população, principalmente a mais carente, e a hora parece ser agora. Nesta pandemia, o município de Garanhuns não tem um leito sequer para nenhum paciente, ficou totalmente à mercê do estado e da rede particular. Quando a gente diz nenhum, é nenhum mesmo. E nem vemos movimento no sentido de resolver esta questão. 

Além do fechamento do hospital, tem a questão do prédio da UPA24H, na entrada da Cohab II, que como fica meio escondida, ninguém fala, e por vezes nem lembra, mas já era para ter sido inaugurada há uns quatro ou cinco anos. Era para ser uma UPA24H, não foi, poderia virar uma Policlínica, não virou. Resultado, o prédio está lá abandonado, inacabado e se deteriorando. Faltam recursos ou falta vontade de resolver? Estão fotos aí acima para mostrar como se encontra.

A sociedade calada não reclama, não cobra, não provoca. E a população mais carente, que geralmente busca estes serviços públicos, paga caro com a própria saúde.

Garanhuns precisa do seu Hospital Municipal urgente, se der para ser no prédio da UPA24H, que seja, ou que se projete, planeje, priorize e construa. É para isto uma gestão, elencar prioridades e investir. A população vai descobrir da pior forma a falta de um Hospital Municipal.

E antes de terminar, falo também daquele hospital prometido por Eduardo Campos, lembram? Pois é, ele estava deixando o governo para se candidatar a presidente, e dali pra cá os recursos federais para construção minguaram. Paulo Câmara preferiu segurar as contas do estado que iniciar uma construção e deixar pela metade. E se tivesse feito, o HRDM iria para o município, mas o prefeito disse que não tinha interesse, assim, ficamos com o Dom Moura mesmo, bancado pelo estado, que cumpre a função de estado e município de Garanhuns, que representa quase 80% dos pacientes atendidos em suas emergências adulto, pediátrica e odontológica, em sua maternidade e pediatria, em seu bloco, CTI e UTI, enfermarias.. E o estado ainda banca a UPAE, que atende mensalmente milhares de pessoas dos 21 municípios da regional.

Está na hora de Garanhuns voltar a ter seu hospital. Tomara que o prefeito reconsidere sua visão, mesmo em final de mandato. Ou que aqueles que possam ocupar sua cadeira no futuro priorizem a saúde e a educação.

Garanhuns está recebendo mais de R$ 1 milhão para investir no combate à pandemia, dá para dar uma geral no prédio da UPA24h, equipar com o básico, e depois vai estruturando, para não fechar mais. Pode virar UPA24h, UPA DIA, Policlínica, hospital, ... Mas alguma coisa precisa ser feita. Passou da hora.