domingo, 12 de abril de 2020

PALMARES CONFIRMA SEGUNDA MORTE CAUSADA PELO NOVO CORONAVÍRUS




A segunda morte por coronavírus foi registrada neste sábado (11) em Palmares, na Zona da Mata Sul de Pernambuco. Segundo a Secretaria de Saúde da cidade, a vítima foi um homem de 68 anos, com quadro de problemas renais.

Ele deu entrada no Hospital Regional da Palmares e foi transferido para o Hospital Dom Helder Câmara, no Cabo de Santo Agostinho, onde estava passando por hemodiálise. A cidade contabiliza três casos da Covid-19. Segundo a secretaria, a família do paciente está sendo monitorada. Subiu para 72 o número de mortes em Pernambuco.

Dado divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde.

Fonte: G1 Caruaru

CAPOEIRAS TEM MAIS UM CASO SUSPEITO DE COVID-19




Depois de oito síndromes gripais, onze casos suspeitos de Covid-19 em investigação serem descartados em Capoeiras e do primeiro confirmado nesta quinta-feira (9), surgiu ontem sexta (10) mais um caso que vai ser investigado.

Trata-se de um homem de 30 a 40 anos residente na zona rural do município, que começou apresentar os sintomas da doença, como cansaço e febre, na última terça-feira (7), procurando atendimento no hospital local ontem, onde foi avaliado e encaminhado ao Hospital Regional Dom Moura, em Garanhuns.

Nesta sexta o paciente foi levado ao Recife, onde ficou internado no Hospital Osvaldo Cruz. Segundo informações, o resultado do exame, que vai confirmar ou não, se o homem está infectado pelo Novo Coronavirus, sai em no máximo cinco dias.

Por Junior Almeida – *Foto: Matriz de São José de Capoeiras em março de 2012.

PESQUISADOR DA FUNDAJ ALERTA PARA IMPACTOS DO POSSÍVEL ROMPIMENTO DE BARRAGEM NO AGRESTE DE PE




Uma pesquisa emergencial da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) analisou os impactos sociais e ambientais do possível rompimento da Barragem de Ipanema, localizada em Águas Belas, no Agreste do estado. Segundo o pesquisador e especialista em barragens Neison Freire, além do município pernambucano, três cidades alagoanas e o Rio São Francisco sofreriam os impactos.

No dia 3 de abril, Secretaria Estadual de Infraestrutura e Recursos Hídricos (Seinfra) informou que a barragem estava em estado de emergência. A chuva dos dias anteriores havia feito o reservatório transbordar. Naquela ocasião, o governo estadual orientou a retirada imediata de famílias nas comunidades ribeirinhas.

O Globocop fez imagens, neste sábado (11), da barragem, que tem 50 anos. Era possível ver a barragem vertendo e o grande volume de água. "Há um risco, uma probabilidade alta de ter esse rompimento, que pode ser brusco ou por etapa", explicou o pesquisador.

Segundo o estudo da Fundaj, a bacia do Rio Ipanema tem mais de 6 milhões de quilômetros quadrados e fica inserida entre os municípios de Pedra e Águas Belas, no Agreste. Apesar do risco de um acidente, o Globocop mostrou que pessoas continuavam a passar pela ponte que fica sobre a barragem. Havia também pessoas dentro do Rio Ipanema.

O pesquisador apontou que, caso a barragem se rompa, além de Águas Belas, três localidades alagoanas seriam atingidas seriamente: Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema e Batalha. Ele apontou que é preciso se preparar com antecedência para esses moradores não serem surpreendidos caso nos próximos dias volte a chover forte nesta região.

"[É preciso] o monitoramento 24 horas da barragem e algum sistema de alerta precoce possa ser emitido para ter um tempo de aviso a essas cidades que ficam após a barragem. lembrando que falamos de cidades que tem um perfil de alta vulnerabilidade social, com população morando em comunidades ribeirinhas", afirmou.

O material que pode ser arrastado com o possível rompimento da barragem pode ser levado para uma distância de 95 quilômetros e chegar ao Rio São Francisco e, depois, percorrer mais 35 quilômetros e chegar ao oceano atlântico.

"É preciso alertar que vem uma série de detritos, além da água. Não somente água, troncos de árvore, restos de construção, detritos que destroem mais do que água", apontou.

Em nota, a Seinfra informou que segue monitorando a Barragem de Ipanema e "que está trabalhando na elaboração de um projeto para a recuperação emergencial do reservatório". "A expectativa dos técnicos é a de que o projeto seja finalizado em 15 dias. O acompanhamento da situação da barragem é contínuo e é realizado com o apoio da Prefeitura de Águas Belas, da Agência Nacional de Águas (ANA), da 

Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) e da Defesa Civil Estadual", disse.

Fonte: G1 Caruaru

sábado, 11 de abril de 2020

BOLSONARO CONSEGUIU: BRASILEIROS NÃO RESPEITAM MAIS O ISOLAMENTO, POR GUSTAVO CONDE




Bolsonaro – desculpem o vocabulário chulo – sabe o estrago que ele faz saindo todos os dias cercado de seguranças em Brasília, visitando padarias, farmácias e centrinhos comerciais.

Ele conta, em primeiro lugar, com a subserviência do nosso jornalismo – que o segue, fotografa, divulga, critica e faz o serviço de graça para sua comunicação política.
Em segundo lugar, ele consolida o trabalho que vem fazendo de maneira impecável nos últimos anos: ele ideologiza a civilização.

Bolsonaro – perdão pela grosseria – conseguiu ideologizar o isolamento, a única forma de prevenir uma escalada de mortes por coronavírus.

O resultado está diante dos nossos olhos: o brasileiro não respeita o isolamento. Se culturalmente já seria difícil convencer o brasileiro a ficar dentro de casa, com esse estímulo semiótico diário dado pessoalmente pela presidência da República torna-se tarefa impossível.

Quem fica dentro de casa somos nós, esquerdistas fanáticos, opositores ao governo, paneleiros do mal.

Bolsonaro – perdão pela falta de educação – está rindo à toa. Ele desfila na nossa cara e ninguém irá impedi-lo, pelo contrário: os jornais e mídias ‘alternativas’ adoram destacar as fotos com ele caminhando pelas ruas de Brasília. Dá um ibope danado.

A fronteira entre divulgar o que ‘precisa’ ser divulgado e o oportunismo irresponsável de propagar o comportamento exótico de um presidente com problemas de sanidade e caráter, foi implodida pela falta de capacidade técnica do nosso jornalismo.

A imprensa faz questão de continuar sendo o retrato da face mais obtusa da nossa sociedade, reativa, simplória e sem um pingo de ambição em produzir e/ou aprimorar as técnicas de cobertura e redação.

Bolsonaro – desculpem o linguajar – conta com essa imprensa para perpetuar seu poder de influência sobre a população brasileira, inclusive a que o rejeita: a tensão entre presidente e imprensa faz com que o consumidor de informação tenha de optar entre um e outro.

É a verdadeira ‘polarização’, essa palavra que essa mesma imprensa, de maneira inocente (e burra), quer jogar no colo da esquerda.
Em outros tempos, esse acirramento da polarização entre presidente e imprensa resultava em impeachment.

Hoje, resulta em descrédito da imprensa.

Não é difícil entender por quê: o embate entre imprensa brasileira e esquerda é real, tem suas bases em fatos e dados empíricos de concepção de mundo.

O embate entre extrema direita e imprensa brasileira é falso, superficial, pois eles compartilham, na prática, as mesmas visões de economia, Estado e sociedade.

Bolsonaro – com o perdão da palavra – é proficiente nessa ‘gestão dos contrários’. Ele quer ser ‘macetado’ diariamente pela imprensa pois sabe que isso lhe coloca em alta conta por parte significativa da população que abomina o jornalismo.

É o que lhe basta.

É curioso ver como aceitamos tudo isso, depois de experimentar mais de uma década de democracia real, com governantes reais e participação concreta da população.

Mas também é curioso ver a que nível chegamos em termos de ingenuidade leitora na arte de codificar o processo político que nos esmaga (o alerta vale para a esquerda).

Bolsonaro – lamento a expressão – não sai à ruas para dar o exemplo contrário ao isolamento. Ele quer chocar a esquerda, tirá-la do sério, surpreendê-la mais uma vez para que ela enuncie, do alto de sua ‘superioridade moral’: “ele não me surpreende”.

É o esfarelamento dos processos de interpretação, renovado a cada instante, a cada lance, por esse efeito colateral da impostura e do ódio que habita o ‘Palácio do Planalto’ (outra velharia arquitetônica-semiótica desconectada de seu tempo e de sua razão de ser).

Há ainda mais uma ironia, cujo merecimento nos roça o ceticismo pequeno-burguês: antes da pandemia, Bolsonaro mal se dispunha a colocar os pés nas ruas.

Cancelou a maioria dos atos públicos do governo por medo de ser vaiado e hostilizado, uma vez que o governo não apresentava qualquer sinal de retomada econômica.

Tão logo as ruas se esvaziaram em função da quarentena, ele recobrou sua ‘coragem’ e passou a desfilar publicamente com rara desenvoltura e entusiasmo.

As ruas ideais para o desfile de um presidente anti-povo são assim: semi-desertas.
Este indivíduo – cujo nome aterroriza a alma – prosseguirá com suas saídas, que serão cada vez mais intensas, seguindo o ritmo do empilhamento de cadáveres que se aproxima.

O governo segue retardando as estatísticas da pandemia brasileira, sob olhares incrédulos da imprensa e da classe média que se recolhe porque pode se recolher.

O atraso deliberado – e criminoso – em fazer chegar o benefício de seiscentos reais aos brasileiros trabalhadores está absolutamente conjugado com a política genocida do Ministério da Saúde, que capitula diante da presidência, mesmo tendo o dobro de popularidade.

Pergunta técnica: quem liga para o Datafolha a essa altura dos acontecimentos e da dominância semiótica avassaladora de um presidente sustentado por nossos pavores?
Bolsonaro – não mais me desculpo desde a última menção passada em branco que o leitor atento deve ter estranhado – permanece e vai dispensando as sentenças explicativas.

Ele foi imunizado politicamente por nossa covardia estrutural que, desde sua apologia apaixonada a um torturador em pleno Congresso Nacional, vai lhe estendendo o tapete vermelho-sangue para seu icônico desfile nas ruas desertas, que esfrega nas nossas caras o quanto somos vulneráveis e bem comportados – como o próprio gado que lhe serve.

Fonte: Jornal GGN