sábado, 11 de abril de 2020

BOLSONARO CONSEGUIU: BRASILEIROS NÃO RESPEITAM MAIS O ISOLAMENTO, POR GUSTAVO CONDE




Bolsonaro – desculpem o vocabulário chulo – sabe o estrago que ele faz saindo todos os dias cercado de seguranças em Brasília, visitando padarias, farmácias e centrinhos comerciais.

Ele conta, em primeiro lugar, com a subserviência do nosso jornalismo – que o segue, fotografa, divulga, critica e faz o serviço de graça para sua comunicação política.
Em segundo lugar, ele consolida o trabalho que vem fazendo de maneira impecável nos últimos anos: ele ideologiza a civilização.

Bolsonaro – perdão pela grosseria – conseguiu ideologizar o isolamento, a única forma de prevenir uma escalada de mortes por coronavírus.

O resultado está diante dos nossos olhos: o brasileiro não respeita o isolamento. Se culturalmente já seria difícil convencer o brasileiro a ficar dentro de casa, com esse estímulo semiótico diário dado pessoalmente pela presidência da República torna-se tarefa impossível.

Quem fica dentro de casa somos nós, esquerdistas fanáticos, opositores ao governo, paneleiros do mal.

Bolsonaro – perdão pela falta de educação – está rindo à toa. Ele desfila na nossa cara e ninguém irá impedi-lo, pelo contrário: os jornais e mídias ‘alternativas’ adoram destacar as fotos com ele caminhando pelas ruas de Brasília. Dá um ibope danado.

A fronteira entre divulgar o que ‘precisa’ ser divulgado e o oportunismo irresponsável de propagar o comportamento exótico de um presidente com problemas de sanidade e caráter, foi implodida pela falta de capacidade técnica do nosso jornalismo.

A imprensa faz questão de continuar sendo o retrato da face mais obtusa da nossa sociedade, reativa, simplória e sem um pingo de ambição em produzir e/ou aprimorar as técnicas de cobertura e redação.

Bolsonaro – desculpem o linguajar – conta com essa imprensa para perpetuar seu poder de influência sobre a população brasileira, inclusive a que o rejeita: a tensão entre presidente e imprensa faz com que o consumidor de informação tenha de optar entre um e outro.

É a verdadeira ‘polarização’, essa palavra que essa mesma imprensa, de maneira inocente (e burra), quer jogar no colo da esquerda.
Em outros tempos, esse acirramento da polarização entre presidente e imprensa resultava em impeachment.

Hoje, resulta em descrédito da imprensa.

Não é difícil entender por quê: o embate entre imprensa brasileira e esquerda é real, tem suas bases em fatos e dados empíricos de concepção de mundo.

O embate entre extrema direita e imprensa brasileira é falso, superficial, pois eles compartilham, na prática, as mesmas visões de economia, Estado e sociedade.

Bolsonaro – com o perdão da palavra – é proficiente nessa ‘gestão dos contrários’. Ele quer ser ‘macetado’ diariamente pela imprensa pois sabe que isso lhe coloca em alta conta por parte significativa da população que abomina o jornalismo.

É o que lhe basta.

É curioso ver como aceitamos tudo isso, depois de experimentar mais de uma década de democracia real, com governantes reais e participação concreta da população.

Mas também é curioso ver a que nível chegamos em termos de ingenuidade leitora na arte de codificar o processo político que nos esmaga (o alerta vale para a esquerda).

Bolsonaro – lamento a expressão – não sai à ruas para dar o exemplo contrário ao isolamento. Ele quer chocar a esquerda, tirá-la do sério, surpreendê-la mais uma vez para que ela enuncie, do alto de sua ‘superioridade moral’: “ele não me surpreende”.

É o esfarelamento dos processos de interpretação, renovado a cada instante, a cada lance, por esse efeito colateral da impostura e do ódio que habita o ‘Palácio do Planalto’ (outra velharia arquitetônica-semiótica desconectada de seu tempo e de sua razão de ser).

Há ainda mais uma ironia, cujo merecimento nos roça o ceticismo pequeno-burguês: antes da pandemia, Bolsonaro mal se dispunha a colocar os pés nas ruas.

Cancelou a maioria dos atos públicos do governo por medo de ser vaiado e hostilizado, uma vez que o governo não apresentava qualquer sinal de retomada econômica.

Tão logo as ruas se esvaziaram em função da quarentena, ele recobrou sua ‘coragem’ e passou a desfilar publicamente com rara desenvoltura e entusiasmo.

As ruas ideais para o desfile de um presidente anti-povo são assim: semi-desertas.
Este indivíduo – cujo nome aterroriza a alma – prosseguirá com suas saídas, que serão cada vez mais intensas, seguindo o ritmo do empilhamento de cadáveres que se aproxima.

O governo segue retardando as estatísticas da pandemia brasileira, sob olhares incrédulos da imprensa e da classe média que se recolhe porque pode se recolher.

O atraso deliberado – e criminoso – em fazer chegar o benefício de seiscentos reais aos brasileiros trabalhadores está absolutamente conjugado com a política genocida do Ministério da Saúde, que capitula diante da presidência, mesmo tendo o dobro de popularidade.

Pergunta técnica: quem liga para o Datafolha a essa altura dos acontecimentos e da dominância semiótica avassaladora de um presidente sustentado por nossos pavores?
Bolsonaro – não mais me desculpo desde a última menção passada em branco que o leitor atento deve ter estranhado – permanece e vai dispensando as sentenças explicativas.

Ele foi imunizado politicamente por nossa covardia estrutural que, desde sua apologia apaixonada a um torturador em pleno Congresso Nacional, vai lhe estendendo o tapete vermelho-sangue para seu icônico desfile nas ruas desertas, que esfrega nas nossas caras o quanto somos vulneráveis e bem comportados – como o próprio gado que lhe serve.

Fonte: Jornal GGN

SEM QUARENTENA, COLAPSO DOS HOSPITAIS PODE SER ANTECIPADO




O coronavírus mostrou-se em toda a sua potência de destruição na última semana, em sete dias o número de mortos e infectados se multiplicou. Há uma semana, o número de mortos foi de 356, e agora estão em 1.056, e as infecções saltaram de 9.056 para 19.638 no mesmo período.

E isso vai refletir diretamente nos hospitais e em sua capacidade de atendimento. Uma receita para o colapso. Em São Paulo, o sistema de saúde pode colapsar em dez dias caso a população não respeito as políticas de isolamento social. De início, 69% da população aderiu ao isolamento decretado pelo governo estadual, mas o engajamento diminuiu para 47%. Com isso, a curva de novos casos, que vinha achatando, está aumentando.

Com 12.546 leitos de UTI, entre público e privado, no estado de São Paulo, e uma ocupação atual de 50%, o risco vem se aproximando com um ritmo de aumento de 20% por dia.

O Rio de Janeiro enfrenta o mesmo problema com o avanço dos casos e o temor de que a rede de saúde não dê conta caso o isolamento não ocorra e a infecção se espalhe.
O colapso do sistema de saúde foi antecipado por Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, em março, quando afirmou que a rede hospitalar poderia ter dificuldades para atender a população no final de abril. E o colapso é quando não adianta ter plano, ou ordem judicial ou dinheiro, simplesmente não há um sistema para você entrar.

Em Fortaleza, capital do Ceará, já há ocupação de 85% de leitos públicos de UTI, e o governo estadual calcula que o pico da contaminação ocorrerá entre 25 e 27 de abril, quando deve-se alcançar a marca de 3 mil casos positivos de doença.

Em Manaus a situação é mais grave, com 95% dos leitos ocupados na semana passada. Especialistas já consideram que o sistema já entrou em colapso, só falta a confirmação do governo estadual. A previsão é que o pico ocorra ainda esta semana. As campanhas foram reforçadas, mas não terão efeito imediato.

“Só 10% dos municípios do Brasil têm leito de UTI. Metade dos cerca de 6 mil hospitais do país conta com menos de 36 leitos, uma capacidade muito baixa. Não têm respirador, desfibrilador, tomógrafo… E a Covid-19 precisa de uma estrutura de cuidados para pacientes graves”, alerta Margareth Portela, pesquisadora da Fiocruz.

Com informações de O Globo.

SERTÂNIA CONFIRMA PRIMEIRO CASO DO NOVO CORONAVÍRUS




O Governo Municipal de Sertânia divulgou na manhã desta sexta-feira (10), o primeiro caso confirmado do novo coronavírus no município. De acordo com a Secretaria de Saúde, trata-se de uma mulher de 60 anos que veio a óbito na última segunda-feira (6).

No domingo (5), a senhora deu entrada no Hospital Maria Alice Gomes Lafayette apresentando sintomas sugestivos para a Covid-19. Após a realização da classificação de risco, a paciente foi transferida para o Hospital Regional Ruy de Barros Correia, em Arcoverde, onde morreu.

A senhora foi submetida ao teste para diagnóstico do novo coronavírus e o resultado que saiu nesta sexta-feira (10) confirmou a infecção por Covid-19. Ela tinha histórico de cardiopatia, hipertensão e diabetes. A Vigilância Epidemiológica da cidade está monitorando as pessoas que tiveram contato mais próximo com a paciente e a família dela está em isolamento domiciliar.

Fonte: G1 Caruaru

BOM CONSELHO CONFIRMA PRIMEIRO CASO DE CORONAVÍRUS



O prefeito do Município de Bom Conselho, no Agreste de Pernambuco, confirmou na tarde desta sexta-feira (10), o primeiro caso de uma pessoa residente na cidade com o Covid-19. Ele informou que existe um óbito em investigação. Esta pessoa que faleceu é uma mulher que tinha comorbidades e passou a sentir sintomas do novo Coronavírus e não resistiu. Ainda segundo o gestor, foram coletadas amostras desta paciente e encaminhadas para análise no Lacen no Recife.

Agora a cidade de Bom Conselho contabiliza 01 (um) caso confirmado, 19 (dezenove) descartados, 2 (dois) suspeitos, 59 (cinquenta e nove) em monitoramento e 1 (um) óbito em investigação. O Município entrou na relação dos que até o presente momento tem casos confirmados da Covid-19 em Pernambuco. Danilo Godoy enfatizou ainda a necessidade de toda a população permanecer em regime de quarentena e observar rigorosamente as determinações das autoridade de saúde para que a doença não se espalhe.

Fonte: Blog do Ronaldo Birunda