segunda-feira, 30 de março de 2020

PERNAMBUCO REGISTRA 73 CASOS CONFIRMADOS DO NOVO CORONAVÍRUS




Aumentou para 73 número de casos de Covid-19, doença transmitida pelo novo coronavírus, em Pernambuco, neste domingo (29). São cinco confirmações a mais do que no sábado (28), quando havia 68 pacientes com diagnóstico positivo para a infecção. Não houve aumento do número de mortes, permanecendo em cinco casos.

As confirmações divulgadas neste domingo (29) são de três homens e duas mulheres, de idades entre 27 e 83 anos. Os cinco novos pacientes moram no Recife e em Jaboatão dos Guararapes, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Além dessas duas cidades, os casos de Covid-19 em Pernambuco são de pessoas que vivem em Olinda, Camaragibe, São Lourenço da Mata, Goiana, Belo Jardim, Caruaru e Petrolina. Há, ainda, um caso em Fernando de Noronha, além da ocorrência de pacientes em outros estados e países.

Há 19 pacientes internados, sendo nove em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e outros dez em leitos de isolamento. Há, também 38 pacientes em isolamento domiciliar.

O estado também registrou, também, mais dois casos de cura clínica, totalizando 11 pessoas que se curaram do vírus. Entre elas, está a advogada Renata Berenguer, de 30 anos, que defendeu que a recomendação de isolamento social precisa ser seguida à risca.

Mortes

Neste domingo (29), a SES não registrou novos óbitos de pacientes com a Covid-19. A contagem, portanto, é de cinco casos, sendo quatro homens e uma mulher. Em relação ao local de residência, quatro pessoas viviam no Recife e uma delas era estrangeira.

Além das cinco mortes de pacientes com Covid-19, a SES também registrou outros nove óbitos causados pela Influenza A e cinco pela Influenza B. Outras 30 amostras não apresentaram resultado para Covid-19 nem para Influenza.

Reunião com empresariado

O governador Paulo Câmara (PSB) participou de uma videoconferência, neste domingo (29), com nove entidades empresariais pernambucanas para buscar alternativas que minimizem os efeitos da crise causada pela Covid-19 na economia.

Segundo o governo, entre os principais pedidos dos empresários estavam questões de isenção ou redução tributária, mas os temas devem ser debatidos na reunião do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Fazenda (Consefaz), nesta semana, antes de uma decisão local.

Apesar das recomendações para isolamento social e do decreto que permite a utilização de praias e parques apenas para práticas esportivas, o Recife registrou um aumento de pessoas na orla neste domingo (29).

A reportagem da TV Globo circulou pela Zona Sul do Recife e encontrou crianças brincando na areia, ciclistas pedalando na ciclovia e idosos fazendo caminhadas.

Fonte: G1 Caruaru

QUARENTA HOMICÍDIOS DURANTE O FINAL DE SEMANA EM PERNAMBUCO


O final de semana foi sangrento em Pernambuco. Nos últimos dias foram registrados 46 crimes de violência letal no estado. O mês de março já acumula 287 assassinatos, e desde o início do ano já ocorreram 916 crimes da mesma natureza.
Na cidade de Caruaru, o primeiro crime do final de semana aconteceu sexta-feira (27) no bairro do Salgado. O segundo crime aconteceu na tarde de ontem, domingo, no Sítio Cipó, zona rural. Caruaru já registrou 10 homicídios em março, e 33 desde o início do ano.
Fonte: Pernambuco Notícias

JOVEM É MORTO COM VÁRIOS TIROS EM GARANHUNS




Um jovem foi assassinado no inicio da tarde deste domingo (29), na Rua Oscar Francisco, no bairro Manoel Cheu, em Garanhuns no Agreste de Pernambuco. Segundo informações a vítima estava passando na calçada de uma residência, quando foi surpreendido por criminosos armados que estavam numa moto na cor preta a vítima foi alvejado com disparos de arma de fogo, atingido por cerca de 05 (cinco) disparos na região da cabeça e tórax. não resistiu e morreu no local.

O corpo foi encaminhado para o IML de Caruaru.

Fonte: Blog Garanhuns Online

domingo, 29 de março de 2020

BRASIL: CANDIDATO A PRÓXIMO EPICENTRO DA COVID-19. BOLSONARO: CANDIDATO A PRÓXIMO GENOCIDA DA HUMANIDADE, POR PAULO HENRIQUE PINHEIRO




Nos dias 26 e 28 de janeiro fiz, em meu canal do YouTube (www.youtube.com/cunversadoph) dois alertas aos Ministérios da Saúde e da Economia. Em síntese os alertas pediam a elaboração urgente de Planos de Contingência para a transformação da epidemia de Covid-19 na China em pandemia, já que a doença começava a chegar na Europa e nos Estados Unidos.

Àquela altura já era claro, para mim e para muitos profissionais da saúde, que seria uma questão de tempo a Organização Mundial da Saúde declarar a Covid-19 como pandemia (fato que ocorreu em 11 de março de 2020). O Brasil registrou o primeiro caso dia 26 de fevereiro de 2020, exatamente um mês após meu primeiro alerta.

Em 30 dias, se o Ministério da Saúde e da Economia tivessem sido acionados pelo Presidente da República para estruturar os Planos de Contingência ante a iminente pandemia de Covid-19, o Brasil estaria em outra situação. Não só tais Planos não foram feitos como o Presidente ainda foi com sua comitiva para uma viagem questionável para os EUA. No retorno, 23 membros da comitiva testaram positivo para a Covid-19 e há dúvidas se o próprio Capitão não teria a doença.

Se o Ministério da Saúde tivesse adotado uma postura preventiva em portos, aeroportos e postos de fronteira desde o final de janeiro, medindo a temperatura das pessoas e aplicando testes rápidos de Covid-19 por amostragem após anamnese (questionário de saúde) com a subsequente “quarentena” de 15 dias para os casos suspeitos; se tivesse desde o final de janeiro articulado a operação para aquisição de respiradores artificiais, máscaras e insumos para UTI; se tivesse desencadeado uma campanha nacional de esclarecimento e conscientização para o que viria, teríamos ganho ao menos 15 dias a mais para detecção do primeiro caso. Parece pouco, mas em epidemiologia, isso seria muito relevante.

Se o Ministério da Economia tivesse desde o final de janeiro estruturado com os Governadores, Prefeitos, Câmara dos Deputados e Senado Federal, credores da União, Banco Central, Sindicatos e Federações Empresariais, um Plano de Contingenciamento econômico para o que viria, teríamos a essa altura uma rede de proteção social e econômica estruturada para apoiar a população mais vulnerável e os empresários, a bolsa teria sofrido menos perdas pela demonstração, aos investidores, por parte do Brasil, de ações protetivas antecipadas, consistentes e planejadas.

Mas não, muito ao contrário. O Capitão atleta significou a Covid-19 com uma “gripezinha” e não articulou seus Ministérios para preparar a Nação para o que viria (e ainda virá). A essa altura perdemos tempo de planejar e contingenciar. Temos tempo apenas para apagar incêndios. O Brasil foi privilegiado por assistir ao desastre na Europa e não fez seu dever de casa.

Nessa semana o Imperial College divulgou um estudo assinado por 50 cientistas, liderados pelo Dr. Neil Ferguson, que demonstrou por modelos matemáticos os impactos para o mundo e para o Brasil da pandemia de Covid-19. No melhor dos cenários, com 75% dos brasileiros confinados em casa (os outros 25% mantendo os serviços essenciais funcionando), teremos 11 milhões de infectados nas próximas semanas com 44 mil mortos. No cenário de isolamento parcial (defendido por Bolsonaro e seus seguidores) teremos 120 milhões de infectados de 530 mil mortes. O pior cenário, prefiro nem falar.

Aqui faço meu terceiro alerta em 60 dias: o Brasil é sério candidato a ser o próximo epicentro da pandemia, após os EUA. A favor desse meu vaticínio – que preferiria não dar – estão alguns fatos: São Paulo, nosso atual epicentro, é uma das maiores metrópoles do mundo; possuímos péssimas condições de saneamento e habitação com um grande contingente de aglomerações humanas nas favelas de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife, Manaus, Brasília e Salvador; possuímos apenas 46 mil leitos de UTI distribuídos em apenas 600 cidades do país; nossa população envelheceu e se empobreceu e, mais importante que tudo isso, temos um Presidente que não governa e um governo desarticulado com os Governadores, Câmara dos Deputados, STF, com a imprensa e com boa parte da sociedade civil. Esses ingredientes nos tornam sérios candidatos a sermos a bola da vez da pandemia de Covid-19.

Bolsonaro é, também, sério candidato a genocida. Sua incompetência como Chefe do Executivo, suas declarações e posturas nessa crise, incitando e participando das manifestações de 15 de março contra as recomendações da OMS, dando declarações a favor do não isolamento social – única arma que o mundo dispõe, atualmente –,  fazendo um pronunciamento absurdamente desprovido de bom senso e bases científicas e cedendo aos empresários e líderes evangélicos inescrupulosos para retornar as atividades normais no país, se tornará no grande responsável por milhares de mortes (talvez centenas de milhares) que ocorrerão no Brasil.

O Brasil começa a assistir à escalada do número de casos sem ter, a essa altura, muito mais do que fazer senão não dar ouvidos ao Capitão atleta e manter a quarentena. Perdemos muito tempo e agora precisamos aguentar o tranco que virá. Aparentemente o colapso no sistema de saúde deverá ocorrer no final de abril desencadeando ondas sistêmicas: a primeira será a grande procura pelos sistemas de saúde que lotarão leitos e UTIs; a segunda será o aumento da mortalidade pelo fato do sistema de saúde colapsado devolver doentes de Covid-19 e de outras doenças (AVC, infarto, acidentes, etc) para suas residências e lá, sem cuidados intensivos, terão elevada probabilidade de morrerem; a terceira será o fato de que hospitais lotados de pacientes com Covid-19 terão o vírus circulando em grande quantidade e profissionais de saúde adoecerão e ficarão ‘fora de combate’ (vide exemplo do Dr. David Uip e outros).

Antes de encerrar esse artigo de más notícias gostaria ainda de dar uma última: haverá uma quarta onda sistêmica. Essa quarta onda nada mais será que o empobrecimento de quase todos. Só não estarão mais pobres os financistas de plantão pois estes estarão emprestando dinheiro para pessoas físicas, jurídicas e para o próprio governo para a conta da Covid-19. Talvez, com um governo sério e comprometido, aos financistas caberia uma boa fatia de ‘colaboração forçada’ para a crise.

O vírus foi um acidente evolutivo. Bolsonaro é um acidente de nossa democracia. O segundo, bem pior que o primeiro.

Prof. Dr. Paulo Henrique Pinheiro
Mestre e Doutor em Imunologia pela UNIFESP
Professor Associado I da UESPI

Fonte: Jornal GGN