Um estudo publicado na revista Surgical &
Cosmetic Dermatology (S&CD) — periódico da Sociedade
Brasileira de Dermatologia (SBD), aponta que o
surgimento de olheiras é uma queixa comum entre brasileiros de 23
anos, prejudicando a estima pessoal ao longo da vida.
Também intitulada “hipercromia periorbital”, as marcas
profundas na região dos olhos foram mais observadas em mulheres — 78% dos
casos. O estudo “Epidemiological profile of patients with periorbital
hyperpigmentation (…)” revela que fatores anatômicos, fisiológicos
e genéticos interferem no surgimento das olheiras, a exemplo de heranças
familiares ou componente melânico (melanina).
Ainda segundo o estudo, as olheiras são potencializadas
por condições como sedentarismo, tabagismo e privação de sono. Para disfarçar a
hiperpigmentação, os entrevistados afirmaram usar maquiagem corretiva para
camuflagem das olheiras (40%), sendo que 43% relataram o uso
diário.
Especialista em Biomedicina Estética, o revisor da
“Revista Brasileira de Estética”, Vinicius Said explica que o
aparecimento das olheiras impacta significativamente no aspecto cansado e
envelhecido da face. Dividida em dois tipos (vascular e melânica), o
biomédico afirma ser necessário uma avaliação criteriosa para identificar a
causa, tipologia e possibilidades de tratamento.
“A hiperpigmentação periorbital ou ‘olheira’, como
muitos conhecem, tende a afetar a autoestima pessoal. Embora tenham origem
vascular ou melânica, a maioria dos pacientes possuem derivação mista, causado
pela associação dos pigmentos melanina e hemossiderina. A deficiência de
Vitamina K, uso de anticoncepcionais, período menstrual, envelhecimento cutâneo
fisiológico, exposição solar e gestação contribuem para a piora das olheiras”, elucida.
Vinicius afirma que as olheiras de predominância
vascular são marcadas pela herança familiar e costumam aparecer na
infância ou adolescência. O diagnóstico da modalidade, segundo o biomédico, é
feito mediante a tração da pálpebra inferior, devido a transparência dos vasos
sob a pele.
Com relação as olheiras de etiologia melânica, a
ocorrência é maior em pacientes com fototipos elevados (pele escura).
Entretanto, a condição pode se manifestar em pacientes com fototipos baixos, a
exemplo de idosos, devido a exposição solar excessiva e acumulativa.
COMO
DISFARÇAR AS OLHEIRAS
Auxiliando a população nos cuidados com a pele, o
biomédico Vinicius Said, destaca 6 dicas para disfarçar as olheiras.
Confira abaixo:
Protetor
solar
“Use o protetor solar para proteger a pele dos raios
solares UVA e UVB, com o fator de proteção (FPS) ajustado em no mínimo 30. O
paciente também pode usar protetor com cor sem maiores preocupações”,
orienta.
Maquiagem
“O uso de maquiagens é uma das técnicas mais utilizadas
para o disfarce das olheiras. Para isso, aposte em um bom corretivo e escolha o
tom ideal para o seu tipo de pele”
Hidratação
“Hidratar a região é de suma importância para melhorar
a textura do tecido, pois ajuda na vascularização e auxiliar na produção de
colágeno”
Água
fria
“Passe a lavar o rosto com água fria! Isso mesmo, o uso
da água morna ou quente é relaxante, mas favorece a dilatação dos poros”
Sono
regulado
“O corpo produz hormônios associados ao estresse quando
não há repouso adequado. Isso altera funções vitais e provoca vasoconstrição,
ou seja, palidez e cansaço. Dormir menos do que precisamos deixar a pele sem
brilho, com aumento de vincos e flacidez, pois o hormônio do crescimento
(responsável pelo tônus muscular e pela renovação celular) é liberado em grande
quantidade enquanto dormimos. As olheiras também se acentuam, o que faz com que
a aparência fique ainda mais abatida”
Tratamentos
estéticos
“Além de disfarçar, o mais importante é tratar e
resolver o problema, e para isso é possível aderir aos procedimentos estéticos.
Carboxiterapia e intradermoterapia são bons aliados para melhorar a
vascularização; peeling químico e laser ajuda no processo de clareamento e o
preenchimento com ácido hialurônico ajuda a devolver o volume perdido,
resolvendo de vez o problema de profundidade, além de ajudar a hidratar a
região”, conclui.