terça-feira, 2 de junho de 2020

O DESCOMPASSO ENTRE A ÉTICA JORNALÍSTICA E A ÉTICA DA EMPRESA, POR SÍLVIA MEIRELLES LEITE




Jornalistas e pesquisadores do jornalismo vêm debatendo sobre os novos desafios que a pandemia da COVID-19 está apresentando à profissão. As análises evidenciam questões como a permanência do home office e o fortalecimento da profissão no pós-pandemia. Entretanto, o cenário brasileiro, de crise sanitária e crise política, também dá visibilidade a temas recorrentes, como as divergências entre a ética jornalística e a postura adotada por veículos de comunicação.

O cancelamento da exibição do telejornal SBT Brasil no dia 23 de maio pode ser identificado como um caso que escancarou o conflito entre os princípios do jornalismo e os interesses da empresa. Sílvio Santos, dono do SBT, vetou a exibição do telejornal devido às reclamações do governo federal sobre a cobertura do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, substituindo o telejornal por outro programa sem prestar esclarecimentos ao público. A postura do SBT violou o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que defende o direito do cidadão à informação e considera a obstrução à divulgação de informações um delito contra a sociedade. Com essa ação, a emissora, que é uma concessão pública, deixou claro que as vantagens decorrentes de uma proximidade com o governo de Bolsonaro são mais importantes que sua atividade jornalística. Esse caso não é isolado, mas chamou atenção pela nitidez dos interesses que respaldaram a escolha realizada pela empresa.

Para refletir sobre a configuração desse descompasso, é preciso entender que a notícia vem sendo tratada como um produto vendido por empresas e que, apesar de atender à necessidade social de manter as pessoas informadas, também atende às necessidades do mercado. A consolidação de fortes grupos empresariais no século XX, os quais investiram em grandes tiragens e em grandes audiências, contribuiu para que as empresas tratem a veiculação ou a ausência de notícias como uma moeda de troca com diferentes instituições. Nessa leitura, quando o SBT não transmite o seu principal telejornal para não veicular notícias sobre o vídeo da reunião ministerial, a empresa está usando uma moeda de troca com o governo federal.

As empresas jornalísticas precisam se sustentar, oferecer condições de trabalho e pagar salários dignos aos seus empregados e colaboradores, de modo que a problematização não está na busca por financiamento através de assinaturas, publicidade ou outras formas de patrocínio. O descompasso está em usar a necessidade de rentabilidade da instituição para justificar atitudes que ferem a ética jornalística. O jornalismo é uma atividade econômica, mas também é uma atividade de utilidade pública.

As condições de trabalho no setor trazem indícios importantes para pensar sobre essa relação entre a ética jornalística e a ética dos veículos de comunicação. Desde o início da pandemia, tem-se falado do esforço de jornalistas e demais profissionais que atuam no setor para informar a população, considerando que muitos estão indo às ruas para fazer a apuração de pautas. Também se tem evidenciado os cuidados necessários para garantir a saúde desses profissionais. Levantamento realizado pela Coletiva.net com emissoras de Porto Alegre/RS destacou como o telejornalismo se reorganizou para atender à necessidade de distanciamento social. A notícia aponta para a preocupação das empresas gaúchas com a saúde dos profissionais e dos entrevistados, bem como para a adoção do home office por profissionais que estão no grupo de risco ou que realizam atividades que podem ser executadas em casa. A Globo News trouxe para sua programação o News de Casa, com pequenas inserções que apresentam relatos de jornalistas contando sobre o trabalho jornalístico realizado em home office. Também é comum ver jornalistas contando em seus perfis das redes sociais como estão realizando o trabalho de casa e como estão se adaptando à nova rotina. Mas esse cuidado não é regra: a sucursal do SBT do Rio de Janeiro, que foi denunciada pela situação de insalubridade entre os funcionários, já registrou a morte por coronavírus do editor de imagens José Augusto da Silva e do cinegrafista Robson Thiago Mesquita.

Nesse cenário, os mesmos jornais que noticiam, com pesar, o aumento do desemprego e como isso desestabiliza a vida das pessoas, também estão demitindo os seus profissionais. As notícias sobre a sobrecarga e as descobertas do home office, não falam o quanto isso camufla o aumento da carga horária de jornalistas, que precisam produzir pautas com dados em constante atualização. Nos grandes veículos, o mesmo jornalismo que denuncia a escassez e a precariedade do trabalho num período de recessão, não relata esses impactos na vida dos jornalistas. De acordo com a ABI, apesar do jornalismo ser considerado a fonte mais confiável sobre a pandemia e do aumento de audiência em sites e programas de rádio e televisão, jornalistas estão denunciando demissão em massa e cortes em salários e benefícios.

Além dos jornalistas, outros profissionais que realizam atividades relacionadas com as empresas de jornalismo estão sendo atingidos, dentre eles, os trabalhadores de call center, que foi considerado serviço essencial por decreto do governo federal. Por uma questão pessoal, pude observar que o telemarketing de vendas de assinaturas da Folha de São Paulo e do Estadão atuaram regularmente nos meses de março, abril e maio, enquanto os números de contaminados pelo coronavírus estavam crescendo significativamente no Brasil. Na segunda quinzena de março e no mês de abril, cheguei a receber duas chamadas semanais do telemarketing de cada um dos jornais. Em maio, as chamadas passaram a ser quinzenais. Nesse mesmo período, em 21 de março, a Folha de São Paulo noticiou que atendentes de call center temiam pela contaminação e pediam para parar as atividades. No final de abril, a Folha também publicou notícia sobre a morte por coronavírus de uma funcionária de call center de São Paulo. As notícias destacam os relatos dos trabalhadores sobre a falta de cuidado das empresas com protocolos para evitar a contaminação, também ressaltam que a categoria recebe em média um salário mínimo, o que dificulta que os trabalhadores tenham estrutura de internet e computador em suas residências para realizar as atividades em home office. Ao mesmo tempo em que os jornais noticiam a precariedade e os perigos para os trabalhadores de telemarketing, fazem uso dessa atividade para garantir a saúde financeira das empresas.

É indiscutível o esforço do jornalismo brasileiro na cobertura da pandemia. Pautas se preocupam em trazer dados científicos atualizados, problematizam as informações oficiais, contam as histórias das pessoas atingidas pela COVID-19 e noticiam como as políticas públicas estão sendo conduzidas para atender a população. Junto a essa cobertura, grandes veículos como o Grupo Globo, a Folha de São Paulo e o Estadão, estão detalhando o conturbado cenário econômico e político do país. Um exemplo disso, é a propensão da Globo por divulgar pesquisas sobre como as pessoas estão avaliando a gestão da crise do Coronavírus pelo Governo Federal. Esse tipo de pesquisa não se resume à avaliação da população sobre a gestão de Bolsonaro durante a pandemia, ela apresenta indícios sobre como as pessoas estão interpretando as notícias divulgadas por veículos de grande audiência. Essas pesquisas podem ser interpretadas como uma informação de interesse público, mas também atendem às necessidades do mercado das empresas jornalísticas.

Apesar das contradições entre o que é noticiado e os bastidores das empresas e apesar dos limites impostos por veículos de comunicação de grande audiência, que restringem a notícia à uma mercadoria que precisa gerar lucro ou trazer outras vantagens para a empresa, o jornalismo é uma atividade criadora e de interesse público. A imprensa independente e alternativa tem mostrado iniciativas que buscam se desvencilhar das amarras que limitam a notícia aos interesses do mercado, apresentando pautas e formas de financiamento diferenciadas. Entretanto, o desafio está em aprender como ser rentável sem sucumbir ao descompasso entre a ética jornalística e a ética da instituição.

Sílvia Meirelles Leite – Professora da UFPEL e pesquisadora do objETHOS

Fonte: Jornal GGN


SESC ARCOVERDE ABRE INSCRIÇÕES PARA OFICINAS GRATUITAS DE MÚSICA




O Sesc Arcoverde começa a retomar as atividades de cultura neste mês de junho. Porém, como o novo coronavírus ainda é uma ameaça para toda a população, as primeiras atividades serão realizadas de forma virtual. Assim, estão abertas as inscrições para três oficinas gratuitas de música: canto, violão e harmonia musical. As aulas serão transmitidas ao vivo pelas plataformas virtuais Zoom ou Google Meets e terão início no dia 8 de junho, seguindo até 16 de julho. O interessado deve se inscrever pelo link de cada oficina até o dia 5 de junho.

A oficina de canto, “Canto Criativo”, será ministrada pelo maestro e vocal coach Eduardo Espinhara. A proposta visa o desenvolvimento de atividades musicais que integrem a apreciação e a execução dos ritmos por meio do canto, além da compreensão sobre a manipulação das estruturas responsáveis pela voz para a exploração dos diferentes modos de fonação. A inscrição é feita pelo link https://bit.ly/oficinacanto_sescarcoverde. As aulas serão todas as segundas e quintas, das 19h às 21h. A oficina é voltada para os profissionais da voz e para quem quer aperfeiçoar e/ou expandir o potencial e a expressividade da voz e a idade mínima é de 14 anos.

Para músicos iniciantes e o público geral que gosta de instrumentos musicais, com idades a partir dos 14 anos, a opção é a oficina de violão que terá o tema “Sistema CAGED e sua importância para o estudo do violão”, com o professor Maycon Nasário. Este sistema baseia-se no modelo de acordes das notas musicais C (Dó), A (Lá), G (Sol), E (Mi) e D (Ré). O objetivo é promover o acesso à linguagem musical e à prática do violão através de conhecimentos técnicos e musicais, visando o entendimento dos diversos gêneros da música popular regional. O link para a inscrição é o https://bit.ly/Cantocriativo_sescarcoverde. As aulas acontecerão nas segundas e quintas, das 18h às 20h.

A terceira oficina é a de Harmonia e Criação Musical, também com o professor Maycon Nasário. Nesta, serão abordados a introdução ao estudo e conceitos harmônicos e a análise melódica,  harmônica e rítmica dos gêneros musicais nordestinos. Para garantir uma das vagas, o interessado deve acessar o link https://bit.ly/oficinaharmonia_sescarcoverde4. A oficina tem como público alvo músicos iniciantes e o público geral, com idade mínima de 14 anos. As aulas serão nas segundas e quintas, das 20h às 22h.

Sesc – O Serviço Social do Comércio, seguindo as orientações de isolamento social determinadas pelo Governo de Pernambuco, em razão da pandemia do novo coronavírus, está realizando seus trabalhos em regime home office. Ações das cinco áreas fins da instituição (Educação, Cultura, Lazer, Assistência e Saúde) estão sendo realizadas com o auxílio de plataformas digitais, que contribuem para que a interação não seja interrompida. Aulas gratuitas de Pré-Enem e cultura, além do conteúdo da Educação Infantil e Ensino Fundamental estão sendo transmitidos à distância, assim como dicas de leitura, atividades físicas, brincadeiras e jogos. Profissionais da saúde estão repassando informações educativas de prevenção e combate ao Covid-19 para o público infantil, jovem, adulto e idoso. Ao mesmo tempo, o Banco de Alimentos da instituição está em campanha, em todo o estado, para arrecadar cestas básicas, alimentos não-perecíveis e produtos de limpeza e itens de higiene. Para conhecer mais sobre o Sesc e saber de novas decisões e determinações neste período de quarentena, acesse www.sescpe.org.br.


Serviço – Oficinas gratuitas de Música do Sesc Arcoverde
Inscrições até 5 de junho
Período das aulas: de 8 de junho a 16 de julho
Informações: (87) 3821.0864

Oficina Canto – Canto Criativo
Inscrições: https://bit.ly/oficinacanto_sescarcoverde
Aulas: ao vivo pelo Zoom ou Google Meets, nas segundas e quintas, das 19h às 21h
Ministrante: Maestro e coach vocal Eduardo Espinhara

Oficina Violão – Sistema CAGED e sua importância para o estudo do violão
Inscrições: https://bit.ly/Cantocriativo_sescarcoverde
Aulas: ao vivo pelo Zoom ou Google Meets, nas segundas e quintas, das 18h às 20h
Ministrante: Professor Maycon Nasário

Oficina Harmonia e Criação Musical
Inscrições: https://bit.ly/oficinaharmonia_sescarcoverde4
Aulas: ao vivo pelo Zoom ou Google Meets, nas segundas e quintas, das 20h às 22h
Ministrante: Professor Maycon Nasário

O PAPEL DA ENFERMAGEM NO COMBATE À COVID-19 É TEMA DE WEBINAR GRATUITO REALIZADO PELO SENAC




Promover uma troca de experiências no combate à pandemia da Covid-19 é um dos objetivos do Webinar Enfermagem em Tempos de Pandemia, que vai ser realizado pelo Senac Pernambuco, de forma remota e gratuita. O evento terá três videoconferências, ao vivo, no YouTube da instituição (www.youtube.com/SenacPernambuco), de 3 a 5 de junho, das 19h às 21h.

A primeira transmissão será na quarta (3/6), sobre “Mudanças na Assistência de Enfermagem diante do Covid-19”. O tema será debatido por Beatriz Deodato, especialista em terapia intensiva e instrutora do Senac de Caruaru, Ivanise Carvalho, que atua no Hospital Agamenon Magalhães e é instrutora do Senac de Vitória; e Luciana de Andrade, plantonista de uma unidade de saúde em Correntes e instrutora no Senac Garanhuns.

Na quinta (4/6) as convidadas são Hyla Danniele, especialista em saúde mental; Jéssica Niale, coordenadora de atenção básica; e Leiliane Ferreira, enfermeira plantonista. Todas são instrutoras do Senac Caruaru e debaterão sobre a “Visibilidade da Enfermagem em tempos de Pandemia”.

Para encerrar o evento, na sexta (5/6) haverá um debate sobre o ensino de enfermagem, com o tema “Formas de se trabalhar a Metodologia Ativa em Aulas Remotas para Técnicos de Enfermagem”. Participam dessa videoconferência as instrutoras do Senac de Caruaru Germana Souza, especialista em Urgência e Emergência; Jane Letícia, que atua nos hospitais Regional do Agreste e Mestre Vitalino; e Keicy Luigi, especializada em Obstetrícia, Pediatria e Neonatologia.

Para o coordenador pedagógico de Saúde do Senac de Caruaru, Hugo Alves Santiago, a ideia do evento é uma forma de reconhecer o trabalho dos profissionais de Enfermagem na linha de frente do combate à Pandemia, respeitando o distanciamento social como prevenção, “A gente sempre dedica o mês de maio, já que 12 é o Dia do Profissional de Enfermagem, para homenagear esses trabalhadores que representam a maior parcela dos profissionais de Saúde em todo o mundo. O webinar foi a forma que encontramos para manter a programação e evitar aglomerações", destacou Hugo.

Serviço
Webinar: Enfermagem em Tempos de Pandemia
Acesso gratuito pelo www.youtube.com/SenacPenambuco

Quarta (03/06) – 19h
“Mudanças na Assistência de Enfermagem diante do Covid - 19”.

Quinta (04/06) – 19h
“Visibilidade da Enfermagem em tempos de Pandemia”

Sexta (05/06) – 19h
“Formas de se trabalhar a Metodologia Ativa em Aulas Remotas para Técnicos de Enfermagem”

SOBE PARA 203 CASOS DE CORONAVÍRUS EM GARANHUNS




A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, informa que foram confirmados, nesta segunda-feira (01), 10 casos de Covid-19, em Garanhuns. As pessoas que testaram positivo para Covid-19 estão em fase de isolamento/tratamento, e permanecem sob o monitoramento da equipe da Secretaria de Saúde.

O boletim registra ainda a recuperação de nove pessoas que cumpriram o período de isolamento/tratamento, e não apresenta mais sintomas da doença. 10 casos foram descartados, após resultado de testagem laboratorial, e 22 pessoas seguem aguardando resultado, para posterior confirmação ou descarte da Covid-19.

Atualmente Garanhuns tem 203 casos confirmados de Covid-19. Deste total 14 pessoas vieram a óbito, 96 estão recuperadas após cumprir o período de isolamento domiciliar e não apresentar mais sintomas; e 93 pessoas que foram confirmadas com Covid-19 estão em fase de tratamento e/ou isolamento. Ao todo, 178 casos já foram descartados, após serem submetidos ao exame e obtiverem resultado negativo.

A Secretaria de Saúde reforça o pedido para que a população permaneça em casa! Se for necessário sair, faça o uso de máscara, lembrando também dos cuidados com a higiene. Todos aqueles que não estão envolvidos com os serviços essenciais devem cumprir as medidas de distanciamento social, de acordo com as orientações das autoridades sanitárias.

Fonte: Secom