quinta-feira, 7 de maio de 2020

PERNAMBUCO SE APROXIMA DE 10 MIL CASOS DE CORONAVÍRUS




A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) confirmou, nesta quarta-feira (06/05), 556 novos casos de Covid-19 em Pernambuco. Entre os confirmados hoje, 232 se enquadram como Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e 324 são casos leves. Agora, Pernambuco totaliza 9.881 casos já confirmados, sendo 5.973 graves e 3.908 leves.

Dos casos graves, 2.133 evoluíram bem, receberam alta hospitalar e estão em isolamento domiciliar. Outros 1.667 estão internados, sendo 221 em UTI e 1.446 em leitos de enfermaria, tanto na rede pública quanto privada. Além disso, o boletim de hoje registra 58 novos pacientes recuperados da doença, totalizando 1.370 pacientes recuperados do novo coronavírus em Pernambuco.

Até agora, os casos graves confirmados da doença estão distribuídos por 131 municípios pernambucanos (tabela 1), além do Arquipélago de Fernando de Noronha e da ocorrência de pacientes em outros Estados e países.

Fonte: Pernambuco Notícias

JUSTIÇA NEGA PEDIDO DE LOCKDOWN EM PERNAMBUCO




Foi por água abaixo o pedido do Ministério Público de Pernambuco para decretar ‘lockdown’ em Pernambuco. O juiz da Primeira Vara da Fazenda Pública da Capital negou o pedido do MPPE.

Caso o pedido fosse aceito, as medidas de isolamento social seria ainda mais restrito para evitar a proliferação do coronavírus, que já matou 803 pessoas e deixou outras quase 10 infectadas pelo coronavírus.

Em outras palavras, o Juiz disse que não há elementos suficientes para que o pedido seja acatado e que prefeitos e o governador não podem ser afrontados quanto a decisão de tomar medidas locais para redução de casos de coronavírus. O indeferimento caiu como um balde água gelada no autor do pedido. A negativa foi do juiz Breno Duarte Ribeiro de Oliveira.

Fonte: Pernambuco Notícias

V GERES INFORMA NOVOS PRAZOS DA CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃO CONTRA A GRIPE




A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, que estava programada para terminar em 22 de maio seguirá agora até 05 de junho, além disso, o DIA D, que aconteceria no próximo sábado, 09/05, foi suspenso. A terceira fase da vacinação inicia agora em 11 de maio, sendo que de 11 a 17 de maio será voltada para crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade, gestantes, puérperas no pós-parto até 45 dias e pessoas com deficiência. Depois, no período de 18 de maio a 5 de junho, irá incluir pessoas de 55 a 59 anos e professores.

As novas datas foram informadas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde. O PNI regional faz parte da V Gerência Regional de Saúde. 

Segundo Catarina Tenório, o cronograma sofre poucas modificações. “Nossa dispensação das vacinas já estava organizado para atender a demanda dos municípios, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde. Nossos índices de vacinação estão acima dos 90% dos grupos a serem vacinados.” – Afirma a gestora.

A vacina contra a gripe protege contra os três tipos de vírus Influenza mais comuns no Brasil, os vírus influenza A(H1N1),  A(H3N2) e Influenza B. Embora não tenha eficácia contra o Covid-19, ajuda no diagnóstico, já que há o descarte imediato das gripes devido a imunização.

3ª ETAPA DA CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃODe 11 a 17/05 serão vacinadas crianças de seis meses a menores de seis anos, pessoas com deficiência, gestantes e mães no pós-parto (puérperas).

De 18/05 a 05/06 adultos de 55 a 59 anos, professores das escolas públicas e privadas.  

Fonte: Pernambuco Notícias

quarta-feira, 6 de maio de 2020

A TRAGÉDIA ANUNCIADA DO COVID-19, POR FRANCISCO R. FUNCIA




O ano de 2020 começou com a surpreendente pandemia do novo coronavírus: iniciada na China, invadiu rapidamente outras nações em vários continentes e expôs as fragilidades das políticas econômicas e sociais dos países que não priorizam os investimentos em saúde pública, no contexto das políticas de austeridade fiscal.
No cenário internacional, o Brasil tem se diferenciado pela estratégia equivocada de combate à pandemia. O governo federal está perdendo de goleada o combate contra o Covid-19: chegamos ao final de abril com 85.380 casos confirmados e 5.901 mortes.[ii]

O presidente Bolsonaro é responsável pelo agravamento dessa crise sanitária, pois minimiza até hoje os riscos e a letalidade do coronavírus, apesar das fartas evidências do cenário internacional, especialmente dos casos de EUA, Itália e Espanha. Contrário à opinião dos especialistas em saúde coletiva, afirmou que se trata de “uma gripezinha”, criticando o técnico do seu time (Ministro da Saúde) e os governadores e prefeitos por decidirem jogar na retranca (adotando o isolamento social) como meio de enfrentar a pandemia (diante da falta de leitos de UTI e outros equipamentos nos hospitais, kits para testagem em massa, equipamentos de proteção individual para os trabalhadores da saúde e de uma estrutura produtiva brasileira e mundial para atender à demanda mundial por esses produtos em um espaço tão curto de tempo).

Numa “canetada”, Bolsonaro demitiu seu técnico e convidou um novo, inexperiente e despreparado, que nunca dirigiu em time de primeira divisão (o SUS) para atuar em um cenário de calamidade pública. Sua missão não foi a de proteger a saúde e salvar a vida dos brasileiros, mas de justificar o abandono do isolamento social, independentemente do crescimento da velocidade de contaminação do vírus.

De técnico que coordena as ações para enfrentar o adversário, o Ministro da Saúde assumiu o cargo com discurso de narrador do evento coronavírus. Falou sobre as incertezas e a complexidade da situação, dos riscos da pandemia e anunciou o aumento do número de casos e de mortes decorrentes do Covid-19. Ao invés de orientar ou informar sobre as diretrizes da nova gestão, narrou os acontecimentos. Se pelo menos fosse comentarista, conseguiria explicar a tática e a estratégia de combate ao novo coronavírus.

Suas medidas são lentas e insuficientes para contribuir com as ações dos secretários estaduais e municipais de saúde, que estão na linha de frente, junto com os trabalhadores do SUS, do enfrentamento do Covid-19 da imensa maioria das unidades do SUS; o Conselho Nacional de Saúde, o Conselho de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) estão atônitos com essa postura errática, que demonstra desconhecer a lógica operacional do SUS, cuja gestão é descentralizada e tripartite.

Essa situação pode ser demonstrada com as informações oficiais da aplicação dos recursos destinados ao combate à pandemia (há uma ação orçamentária específica para essas despesas) que constam do último Boletim Cofin (CNS): [iii]

(a) o Ministério da Saúde foi inicialmente autorizado a realizar um remanejamento interno de recursos orçamentários, ou seja, não houve aplicação de “dinheiro novo” até o final do mês de março;

(b) os recursos orçamentários do Ministério da Saúde para o combate à pandemia totalizavam R$ 18,9 bilhões em 30 de abril; desse valor, apenas 46,5% foram aplicados (empenhados), e 30,3% (R$ 5,7 bilhões) efetivados (liquidados) em ações e serviços públicos de saúde para o combate à pandemia;

(c) apesar de estarmos próximos ao pico da epidemia, restam ainda R$ 10,1 bilhões (ou 53,5% do total) para aplicação nos Estados (R$ 3,1 bilhões) e Municípios (R$ 1,4 bilhão) e nas aplicações diretas do Ministério da Saúde (R$ 5,6 bilhões).

Em resumo, além do Ministério da Saúde ter recebido tardiamente recursos orçamentários adicionais insuficientes, esse “dinheiro novo” não está chegando na “ponta” (Estados e Municípios”, quer em termos financeiros, quer em termos de materiais, medicamentos e equipamentos.

Bolsonaro e Guedes aprofundaram as medidas de austeridade fiscal iniciadas pelo governo Temer, baseadas no teto das despesas primárias fixado pela Emenda Constitucional 95/2016. As perdas de recursos para o SUS devidas à EC 95 estão estimadas em R$ 22,5 bilhões desde 2018, e nenhuma política econômica pode justificar a falta de recursos para o atendimento à saúde e proteção da vida da população. Contudo, em 2021, conforme consta no Projeto de Lei de Diretrizes 
Orçamentárias da União, essa política voltará como uma recidiva em meio aos escombros deixados pelo Covid-19, porque o que menos importa para esse governo é a vida das pessoas, considerando o “e daí” presidencial diante das já mais de 400 mortes diárias causadas pelo vírus.

[i] Economista e Mestre em Economia Política pela PUC-SP e Consultor Técnico do Conselho Nacional de Saúde.

[ii] Disponível em <https://bit.ly/35qtTRo>. (Acesso em 03 de maio de 2020)

[iii] Boletim da Comissão de Orçamento e Financiamento (CNS) de 30/04/2020 (levantamento de dados do Senado/Siga Brasil em 02/05/2020 às 13h10) elaborado por Francisco Funcia, Rodrigo Benevides (IPEA) e Carlos Octávio Ocké-Reis (IPEA).

Fonte: Jornal GGN