A troca no comando da Polícia Federal (PF) do Rio de
Janeiro pelo novo diretor-geral nomeado por Jair Bolsonaro, Rolando Alexandre
de Souza, reforçou as suspeitas de interferência do mandatário nas
investigações que são de seu interesse. Negando ter benefícios na troca do
comando da PF do Rio, Bolsonaro mandou uma jornalista “calar a boca”.
Poucas horas após assumir o posto, Rolando começou a
alterar sua equipe da PF e, entre as mudanças, já pediu para o superintendente
do Rio de Janeiro, Carlos Alexandre de Oliveira, assumir a direção executiva da
Polícia Federal. Com isso, um novo superintendente no Rio precisará ser
nomeado.
“[Carlos Alexandre Oliveira] vai sair da
superintendência para ser diretor-executivo da PF. Eu não to [sic] trocando
ele, isso é uma patifaria, cala a boca não perguntei nada, jornal patife e
mentirosa, cala a boca [sic]. Se eu tivesse ingerência para a PF, ele
[superintendente do Rio] não iria para lá [direção executiva da PF em
Brasília]”, foi a fala do presidente da República.
No Rio de Janeiro, é onde tramitam inquéritos que
envolvem a família de Bolsonaro, entre eles o relacionado ao condomínio do
presidente, aonde um suspeito de participar do homicídio de Marielle Franco, em
2018, entrou no local com a então autorização do próprio mandatário. Bolsonaro,
na ocasião, estava em Brasília, e a investigação sobre o caso tramita na sede
do Rio.
Também é na Polícia Federal do Rio que transcorre uma
apuração sobre um possível homônimo de Hélio Lopes, amigo de Jair Bolsonaro,
sobre crimes previdenciários.
É no Rio aonde estava a investigação sobre o filho mais
velho do mandatário, o senador Flávio Bolsonaro, sobre lavagem de dinheiro no
esquema da rachadinha da Assembleia Legislativa do Rio. Apesar de o caso já ter
sido arquivado este ano, outras suspeitas derivadas dessa mesma investigação
são apuradas pelo Ministério Público Estadual do Rio e pela Polícia Civil.
Mas ao ser questionado, Bolsonaro mandou “calar a boca”
a jornalista que perguntou e ofendeu o jornal.
Fonte:
jornal GGN