terça-feira, 14 de abril de 2020

SOBERANIA NACIONAL, POR SAMUEL PINHEIRO GUIMARÃES




A Constituição de 1988 determina que o primeiro fundamento do Brasil como Estado Democrático de Direito é a soberania (Artigo 1°).

A soberania é o direito que tem um povo independente de determinar sua organização política, sua organização econômica, sua organização militar e sua organização social de acordo com seus objetivos de desenvolvimento, de democracia, de direitos para todos, sem interferência externa.

O parágrafo único do Artigo 1° da Constituição declara que todo o Poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes ou diretamente.

O Executivo, o Legislativo e o Judiciário representam o Povo e têm como dever supremo defender a soberania brasileira diante das constantes tentativas de reduzi-la, não necessariamente pela força, mas também pela pressão política e econômica, exercida por interesses públicos e privados externos, muitas vezes com cooperação interna.

As características do sistema internacional, onde exerce sua hegemonia o Império Americano, com o auxilio das Grandes Potências, Reino Unido e França, fazem com que a emergência de novas Potências, ainda que apenas regionais, seja dificultada.

Os Estados Unidos e outras Potências como a França e a Grã-Bretanha, procuram reduzir a soberania dos Estados, em especial daqueles de maior dimensão e potencial, como é o caso do Brasil e, portanto, mais capazes de promover e defender seus interesses e se tornar, gradualmente, nações mais prósperas e Estados mais poderosos.

Em determinados casos, usam de sanções, na realidade agressões, para forçar outros Estados a adotarem certas políticas que reduzem sua soberania e seu direito de autodeterminação que o Império e aquelas Potências não toleram, apesar de ser um direito fundamental da Carta das Nações Unidas que aqueles mesmos Estados Unidos e todas as Grandes Potências subscreveram, mas que violam periodicamente sob os mais diversos pretextos.

Os princípios organizacionais do Império Americano, que devem ser obedecidos por suas “Províncias”, isto é, os Estados nacionais são:
ter economia capitalista, aberta ao capital estrangeiro;

não discriminar entre empresas nacionais e estrangeiras;
não exercer controle sobre os meios de comunicação;
ter pluralidade de partidos e eleições periódicas;
não celebrar acordos militares com Rússia e China;
apoiar as iniciativas políticas dos Estados Unidos.

Há tolerância no cumprimento desses princípios, como se pode ver no caso de monarquias absolutas do Oriente Médio, sempre que é do interesse do Império.

Os objetivos estratégicos permanentes dos Estados Unidos para o Brasil são:
evitar que o Brasil sozinho, ou em aliança com outros Estados, reduza a influência dos Estados Unidos na América do Sul;

ampliar a influência cultural/ideológica americana nos meios de comunicação;
incorporar a economia brasileira à economia americana;
desarmar o Brasil e transformar suas forças armadas em forças policiais;
impedir a cooperação, em especial militar, com a Rússia e a China;
impedir o desenvolvimento autônomo de industrias de tecnologia avançada no Brasil;
debilitar o Estado brasileiro;
eleger líderes políticos favoráveis aos objetivos dos Estados Unidos.

No caso do Brasil, o Império e as Grandes Potências, com a conivência ou cooperação de amplos setores das classes hegemônicas, da mídia e do Judiciário brasileiros, conseguiram eleger um Presidente, Jair Bolsonaro, que tem como objetivo declarado alinhar seu Governo com os objetivos dos Estados Unidos e para tal destruir os fundamentos da soberania brasileira que são:

a União e os seus órgãos e instrumentos;
a unidade nacional entre os Estados da Federação;
o sistema político e a relação harmoniosa entre Executivo, Legislativo e Judiciário;
a economia brasileira;
a coesão social e a tolerância política e religiosa.

O Governo de Jair Bolsonaro, e em especial o Ministro Paulo Guedes, procura destruir instrumentos da União que são as empresas do Estado (e, portanto, do povo) e, em especial a Petrobrás; os bancos públicos; humilhar e desqualificar os funcionários públicos; reduzir e transferir competências da União para os Estados e municípios; desregulamentar e reduzir a legislação de fiscalização das atividades econômicas; promover a auto-regulação pelas empresas.

Jair Bolsonaro antagoniza os Governadores dos Estados, em especial os Governadores do Nordeste, estimulando a desintegração territorial do Brasil e impedindo uma ação coordenada para promover o desenvolvimento e enfrentar crises como a Pandemia do Coronavírus. 

Jair Bolsonaro ataca sistematicamente o sistema político, acusando o Legislativo, o judiciário e os políticos de “não o deixarem governar” e açula sua militância digital, verdadeira e artificial (robôs) contra o Congresso e o Judiciário.

Jair Bolsonaro se empenha em destruir a economia brasileira com políticas de contração econômica, que privilegiam os bancos e detentores de dívida pública, políticas que geram dezenas de milhões de desempregados e subempregados, destroem os serviços públicos de saúde, educação, infraestrutura, destroem as empresas, por permitir taxas de juros escorchantes. Todas as medidas de Jair Bolsonaro/Paulo Guedes são contra os trabalhadores e pró-empresas. 

Jair Bolsonaro estimula a intolerância religiosa e política, acusando seus críticos de comunistas e açulando sua militância digital.

Jair Bolsonaro estimula e promove a violência, admira e defende a tortura e torturadores, e estimula a impunidade de policiais, cujas vítimas preferenciais são pobres, trabalhadores e oprimidos.

Jair Bolsonaro subordinou a política externa brasileira e todo o seu Governo aos interesses americanos.

Jair Bolsonaro atenta diariamente contra a soberania brasileira e por esta razão suprema não pode exercer o cargo de Presidente da República.

Samuel Pinheiro Guimarães – Secretário Geral do Itamaraty (2003-09); Ministro de Assuntos Estratégicos (2009-10)

Fonte: Jornal GGN

PE TEM 377 PROFISSIONAIS DE SAÚDE COM CORONAVÍRUS, PRORROGA FECHAMENTO DE PRAIAS E PARQUES E ANUNCIA TESTAGEM DE DETENTOS




Pernambuco registrou, até esta segunda-feira (13), 377 confirmações de profissionais de saúde com o novo coronavírus, o que equivale a 33,6% dos 1.154 casos registrados no estado, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. O governo também anunciou outra prorrogação, desta vez até o dia 20 de abril, do decreto que proíbe o acesso a praias e parques, além de confirmar o primeiro caso da doença Covid-19 entre detentos no estado.

"Até agora, temos 377 casos confirmados e 276 descartados de profissionais de saúde com a Covid-19. A testagem abrange profissionais de todas as unidades de saúde, das redes estadual e municipal, além de unidades privadas. Inclusive, fomos o primeiro estado do país a criar procedimento de testagem e afastamento desses profissionais", declarou André Longo, secretário estadual de Saúde.

Ainda segundo o secretário, não há falta de equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde nem insumos para a testagem dessa categoria. Ele disse que, diariamente, o estado testa entre 300 e 400 pessoas, por meio de o Laboratório Central e parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a contratação de um laboratório privado.

Durante a coletiva, foi detalhado o boletim que confirma mais 194 casos de pacientes com a Covid-19, totalizando 1.154. Também foram confirmadas 17 novas mortes, fazendo o número de óbitos subir para 102.

Para intensificar o isolamento social e reduzir ao máximo o impacto da pandemia, o governador Paulo Câmara (PSB) assinou um decreto prorrogando até o dia 20 de abril o fechamento dos parques públicos, praias e seus calçadões.

A medida está em vigor desde o dia 4 de abril. De acordo com o decreto assinado nesta segunda, permanece vedado ao público o acesso às praias e ao calçadão das avenidas situadas nas faixas de beira-mar e de beira-rio em Pernambuco, bem como aos parques públicos localizados no estado, para a prática de qualquer atividade.
Sistema prisional

O governo anunciou, ainda, a testagem de detentos com sintomas gripais. A primeira confirmação da Covid-19 no sistema prisional é de uma mulher presa na Colônia Penal Feminina do Recife (veja vídeo acima). Além dela, há 32 pessoas isoladas no Presídio Desembargador Augusto Duque (PDAD), em Pesqueira, no Agreste do estado.

"Essas pessoas são acompanhadas diariamente e são colocadas em local de isolamento quando há detecção de sintomas gripais. Houve quatro detentos transferidos para unidades hospitalares, com três exames negativos e uma reeducanda que teve resultado positivo para a doença. Ela tem histórico de anemia, que nem parecia gripal, e foi levada para uma Unidade de Pronto Atendimento. Foi transferida e, hoje, está internada no Hospital Getúlio Vargas [na Zona Oeste]. Ela evoluiu com tosse e febre e está estável, numa enfermaria de isolamento", disse André Longo.

Fonte: G1 Caruaru

COVID-19: CACHOEIRINHA- PE É UM EXEMPLO DE COMO NÃO AGIR




A pequena cidade do interior de Pernambuco, com apenas 20 mil habitantes, ostenta o indigesto título de município proporcionalmente com o maior número de casos de contaminação de Covid-19 no estado. Já são 8 casos confirmados e 30 suspeitos.

A negligência das autoridades municipais, que omitiram dados, e até o dia 12/04 não haviam tomado todas as medidas devidas para o isolamento da população, bem como a ausência de consciência de parte dos moradores em se proteger, gerou a preocupante situação atual.

Muitos temem uma tragédia anunciada, pois o município não conta com leitos de UTI, respiradores, nem qualquer estrutura para atender pacientes com o vírus.
Não foi formado um Comitê de Crise, houve demora em decretar estado de calamidade pública e até o momento não foi apresentado um plano de contingência para Covid-19, correndo o risco de não receber recursos do governo do estado para combater a pandemia.

A situação é alarmante e já preocupa a Secretaria Estadual de Saúde e o Ministério da Saúde.

Fonte: Jardim do Agreste

COMITÊ DE CRISE DISCUTE NOVAS ESTRATÉGIAS DE COMBATE AO CORONAVÍRUS NO AGRESTE




Foi realizada no sábado (11) em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco a primeira reunião da Frente Operacional de Combate à Covid-19 no Agreste (Foco Agreste). Participaram do encontro 14 prefeitos e quatro deputados federais. A criação do comitê é voltada para levar as demandas dos prefeitos da região ao governador Paulo Câmara.

Na reunião foi proposta a instalação de um hospital de campanha em Garanhuns, com os custos compartilhados pelas 26 prefeituras do Agreste Meridional, para reforçar o atendimento aos pacientes com coronavírus. Também foi indicada a ampliação da UTI do Hospital Dom Moura, que atualmente possui apenas 16 respiradores.

O procurador-geral de Justiça do Ministério Público de Pernambuco, Francisco Dirceu Barros, informou na reunião que cerca de 50 prefeituras ainda não elaboraram planos de contingência para a pandemia da Covid-19. Ele deu prazo de uma semana para que estas prefeituras tomem as providências.

A Foco Agreste tem por objetivos unificar as ações dos prefeitos da região, centralizar informações, tirar dúvidas sobre a doença e questões relacionadas ao auxílio emergencial, ajudando a combater as fake news. A próxima reunião será realizada na terça-feira (14), quando serão debatidos os efeitos econômicos da pandemia.

Fonte: G1 Caruaru