sexta-feira, 10 de abril de 2020

CAPOEIRAS REGISTRA PRIMEIRO CASO DE CORONAVÍRUS




A Secretaria Municipal de Saúde de Capoeiras - PE, informa que nesta data, 09 de abril de 2020, foi diagnosticado o primeiro paciente confirmado de Covid-19 no município, homem de 34 anos, que se encontra internado no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru. O paciente apresenta quadro estável, com melhora significativa dos sintomas apresentados.

A Secretaria Municipal aproveita a oportunidade para informar que está dando assistência à família, e renovar o apelo para a população tomar os devidos cuidados preventivos, evitando aglomerações e saídas desnecessárias de suas casas.

Fonte: Prefeitura Municipal de Capoeiras

PREFEITURA DE ARCOVERDE ENTREGA CESTAS BÁSICAS PARA 2 MIL FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE EXTREMA POBREZA




A Prefeitura de Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, iniciou nesta quinta-feira (9) a entrega de cestas básicas para cerca de 2 mil famílias vulneráveis, em situação de pobreza e extrema pobreza no município. A retirada das doações é realizada através de senhas, distribuídas previamente nas residências dos contemplados.

A partir do cadastro de famílias nos CRAS e do cruzamento dessas informações com a base de dados do Cadastro Único, foram selecionadas as famílias que estariam aptas a receber o benefício. Foi adotado o critério de renda per capta informada no cadastro, sendo escolhidas nesse primeiro momento aquelas famílias com renda per capita inferior a R$ 300 e as famílias com beneficiários do BPC.

As famílias estão sendo visitadas e receberam uma senha para poder retirar o benefício em pontos pré-agendados: Tiro de Guerra (Centro, Tamboril, São Miguel); AESA (São Cristóvão, Vila São Francisco, Conjunto Novo Arcoverde, COHAB II, Veraneio, Jardim da Serra); Esporte Clube (Sucupira, Cruzeiro, São Geraldo, COHAB I, Boa Vista).

As comunidades do Boa Esperança Cidade Jardim, Arco Íris, JK, Residencial, Batalha e Malhada II serão visitadas na próxima semana, para entrega das cestas básicas na quarta-feira (15).

“Inicialmente estamos trabalhando para contemplar 2 mil famílias, porém os CRAS continuarão o trabalho de identificação das famílias mais vulneráveis para concessão do benefício”, informou a secretária de Assistência Social, Patrícia Padilha.

Fonte: G1 Caruaru

TARIFA SOCIAL DE ENERGIA DA CELPE PODE SER SOLICITADA PELO WHATSAPP




Famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal com renda mensal menor ou igual a meio salário mínimo por pessoa poderão fazer a solicitação do benefício da Tarifa Social de Energia da Celpe por meio do Whatsapp.

O número é (81) 3217.6990. É necessário informar o número da conta contrato da Celpe e o Número de Identificação Social (NIS). A distribuidora de energia fará a confirmação no banco de dados do Governo Federal. Depois da checagem dos dados, o prazo para inclusão na Tarifa Social de Energia é de cinco dias úteis. A pessoa terá o benefício a partir da próxima fatura.

Para o beneficiário que não é o titular da conta contrato da Celpe, é preciso incluir o CPF e do RG do portador do NIS. Será necessário fotografar os documentos e enviar pelo whatsapp com o número do NIS.

O cadastramento também pode ser realizado pelo site da Celpe.

O que é Tarifa Social de Energia Elétrica?

É um benefício criado pelo Governo Federal para casas de famílias com baixa renda. 

Esse benefício reduz a tarifa de consumo de energia elétrica em até 65%. Para indígenas e quilombolas a redução é em até 100%.

Como emitir 2ª via de conta da conta da Celpe?

Aqueles que desejam solicitar a segunda via de uma conta pela primeira vez podem passar por alguma dificuldade no processo. Entretanto, o recurso é simples. Confira o passo a passo.

Fonte: NE10 Interior

quinta-feira, 9 de abril de 2020

CORONAVÍRUS PRECIPITOU O FIM DO BOLSONARISMO, POR GUSTAVO CONDE




Eu brinquei que iria começar a apoiar Bolsonaro para ver se assim ele cai, mas essa é uma das técnicas mais invasivas de conquista de domínio narrativo.

É uma espécie de “vacina”: produz-se ‘agentes agressores enfraquecidos’ (enunciados debochados, autodestrutivos) e ativa-se os anticorpos do ‘sangue discursivo’ (a descrença, a desagregação e a desorientação).

[Nota de emergência: há várias famílias de metáforas no texto]

É exatamente esse o modus operandi do bolsonarismo. Eles “roubam” o discurso da esquerda para cancelá-lo. Exemplo: eles atacam a Globo, atacam a imprensa, atacam o intelectualismo (de maneira folclórica).

Com isso, encurralam o discurso progressista em sua origem, que é obrigado a se reformular para poder continuar existindo.

Destaque-se que a esquerda não ‘ataca’ a imprensa, mas ‘critica’, o que é diferente. Na semântica dos bolsonaristas, ‘criticar’ é sinônimo de ‘atacar’ (é um simulacro).

A despeito desse deslocamento do sentido e da ação, o estrago é feito, porque os sujeitos desgarrados e sem discurso, veem-se, pela primeira vez, de posse de algum conteúdo supostamente crítico e dotado de densidade (densidade fraudulenta mas, para todos os efeitos, densidade).

O gesto critico, portanto, é desapropriado. A esquerda perde aderência no cenário das codificações políticas e vai vendo o seu discurso se tornar cada vez mais rarefeito.
Esse foi o processo que nos dominou até aqui, desde o enfraquecimento do governo 

Dilma em 2013, com o auxílio empenhado do nosso jornalismo, dos maus perdedores políticos e da classe média, que viu uma chance de dar um significado às suas vidas desinteressantes, expropriando um discurso pronto e aprovado, tomando-o para si com o sinal trocado (o sinal do vazio político).

Esse processo chegou ao seu ápice e agora começa a ser estilhaçado pelas pressões do esgotamento.

E a maior pressão é o coronavírus.

O coronavírus é um choque de realidade no discurso delirante do bolsonarismo e na negligência temática habitual da nossa imprensa de cativeiro.
Ele mexe com as pessoas, com a economia, com a sociedade, mas, sobretudo, mexe com o discurso (com a semântica).

Não é surpresa, portanto, que comece a proliferar acumulações discursivas do mais invasivo deboche, agora, contra a direita.

O campo da esquerda parece ter perdido o medo e o pudor de ser vítima da patrulha interna e passou a operar no limiar da disputa narrativa sem amarras falsamente morais.

Dizer-se bolsonarista por troça passa a ser um gesto alçado ao requinte mais sofisticado da produção de humor revolucionário (porque político).

Antes, não se podia brincar com um progressista, fingindo-se ser bolsonarista. Os ânimos estavam acirrados demais.

Agora, é quase uma piada leve fingir ser um bolsonarista idiota, raso, racista, burro, suicida e corrupto.

O significado desse novo fenômeno de discurso é evidente: o bolsonarismo se enfraqueceu vertiginosamente, e é apenas uma tripa esfarelada do que um dia foi.

Essa doença chamada antipetismo (codinome ‘bolsonarismo’), vai se retraindo como uma pandemia que perdeu força – evidentemente para voltar daqui a alguns anos mais forte e renovada, numa nova cepa de ódio e desvario libidinal.

É interessante observar os movimentos do discurso e da linguagem nesses tempos de conflagração e extrema polarização política.

A direita se conecta com a linguagem, por exemplo, de maneira diferente da esquerda. Para a direita a linguagem é uma ferramenta e deve ser utilizada apenas para se chegar a objetivos específicos de conquista de poder. É uma relação utilitarista.

Para a esquerda, a linguagem é a extensão de sua própria identidade, um encadeamento simbólico atravessado por premissas morais no limiar do sagrado, quase ao sabor da ética cristã.

Mentir, para um progressista – ainda que plenamente possível, comum e, em certos casos, endêmico -, é uma provação. Mentir, para um conservador dessa nova extrema direita, é apenas um modo legítimo de se conquistar o poder e repelir a ameaça do ‘comunismo opressor’.

É daí que vem a eterna divisão da esquerda e a união estrutural da direita.
Sujeitos autoidentificados como esquerda se policiam uns aos outros, na premissa de que é preciso monitorar a si mesmo para que não se ‘cometa erros’ – e dentro do pressuposto da ciência (a esquerda não nega a ciência) de que teses existem para ser refutadas e aprimoradas.

Sujeitos autoidentificados como direita não se patrulham, investem em um simulacro de liberdade em que o dizer é livre (daí, as apologias ao nazismo, ao genocídio, à tortura) e surfam em uma subjetividade destituída de superego e de controle (o controle é para os outros).

São evidências do mundo da produção de sentido, na dimensão da análise de discurso francesa, ferramenta teórica assaz ignorada pelos setores políticos mais intelectualizados.

Muitos intelectuais temem a linguística porque ela tem o poder de desmascarar falácias da filosofia e das ciências humanas de maneira geral.

Na emergência de se fazer a crítica qualificada às atrocidades enunciadas pelas ciências humanas ao longo dos séculos, optou-se pela conivência palaciana.

Intelectuais encarnaram, em grande medida, conservadores e reacionários, tentando fazer preservar preceitos das gramáticas normativas para suas incursões no campo da linguagem humana.

O preço é Olavo de Carvalho. É o terraplanismo. É o antipetismo. É o bolsonarismo (é o nosso jornalismo e o nosso intelectualismo).

Quando as técnicas avançadas de análise linguística chegarem ao mundo da comunicação política, talvez, um salto de qualidade emerja ávido por significações na seara do debate público.

As gigantes da comunicação (Google e Facebook) já entenderam isso faz tempo e mobilizam os melhores profissionais do mundo da ciência da linguagem nos bastidores de sua estrutura de inovação tecnológica e digital.

Enquanto isso, vamos enfrentar, no Brasil, o vírus do dinheiro e da urbanização irrefletida (o coronavírus) e o vírus do antipetismo, que já devastara há tempos a nossa capacidade de se travar desafios no debate político.

Vamos encarar essa batalha. Ninguém disse que seria fácil.

Fonte: Jornal GGN