quinta-feira, 9 de abril de 2020

CORONAVÍRUS PRECIPITOU O FIM DO BOLSONARISMO, POR GUSTAVO CONDE




Eu brinquei que iria começar a apoiar Bolsonaro para ver se assim ele cai, mas essa é uma das técnicas mais invasivas de conquista de domínio narrativo.

É uma espécie de “vacina”: produz-se ‘agentes agressores enfraquecidos’ (enunciados debochados, autodestrutivos) e ativa-se os anticorpos do ‘sangue discursivo’ (a descrença, a desagregação e a desorientação).

[Nota de emergência: há várias famílias de metáforas no texto]

É exatamente esse o modus operandi do bolsonarismo. Eles “roubam” o discurso da esquerda para cancelá-lo. Exemplo: eles atacam a Globo, atacam a imprensa, atacam o intelectualismo (de maneira folclórica).

Com isso, encurralam o discurso progressista em sua origem, que é obrigado a se reformular para poder continuar existindo.

Destaque-se que a esquerda não ‘ataca’ a imprensa, mas ‘critica’, o que é diferente. Na semântica dos bolsonaristas, ‘criticar’ é sinônimo de ‘atacar’ (é um simulacro).

A despeito desse deslocamento do sentido e da ação, o estrago é feito, porque os sujeitos desgarrados e sem discurso, veem-se, pela primeira vez, de posse de algum conteúdo supostamente crítico e dotado de densidade (densidade fraudulenta mas, para todos os efeitos, densidade).

O gesto critico, portanto, é desapropriado. A esquerda perde aderência no cenário das codificações políticas e vai vendo o seu discurso se tornar cada vez mais rarefeito.
Esse foi o processo que nos dominou até aqui, desde o enfraquecimento do governo 

Dilma em 2013, com o auxílio empenhado do nosso jornalismo, dos maus perdedores políticos e da classe média, que viu uma chance de dar um significado às suas vidas desinteressantes, expropriando um discurso pronto e aprovado, tomando-o para si com o sinal trocado (o sinal do vazio político).

Esse processo chegou ao seu ápice e agora começa a ser estilhaçado pelas pressões do esgotamento.

E a maior pressão é o coronavírus.

O coronavírus é um choque de realidade no discurso delirante do bolsonarismo e na negligência temática habitual da nossa imprensa de cativeiro.
Ele mexe com as pessoas, com a economia, com a sociedade, mas, sobretudo, mexe com o discurso (com a semântica).

Não é surpresa, portanto, que comece a proliferar acumulações discursivas do mais invasivo deboche, agora, contra a direita.

O campo da esquerda parece ter perdido o medo e o pudor de ser vítima da patrulha interna e passou a operar no limiar da disputa narrativa sem amarras falsamente morais.

Dizer-se bolsonarista por troça passa a ser um gesto alçado ao requinte mais sofisticado da produção de humor revolucionário (porque político).

Antes, não se podia brincar com um progressista, fingindo-se ser bolsonarista. Os ânimos estavam acirrados demais.

Agora, é quase uma piada leve fingir ser um bolsonarista idiota, raso, racista, burro, suicida e corrupto.

O significado desse novo fenômeno de discurso é evidente: o bolsonarismo se enfraqueceu vertiginosamente, e é apenas uma tripa esfarelada do que um dia foi.

Essa doença chamada antipetismo (codinome ‘bolsonarismo’), vai se retraindo como uma pandemia que perdeu força – evidentemente para voltar daqui a alguns anos mais forte e renovada, numa nova cepa de ódio e desvario libidinal.

É interessante observar os movimentos do discurso e da linguagem nesses tempos de conflagração e extrema polarização política.

A direita se conecta com a linguagem, por exemplo, de maneira diferente da esquerda. Para a direita a linguagem é uma ferramenta e deve ser utilizada apenas para se chegar a objetivos específicos de conquista de poder. É uma relação utilitarista.

Para a esquerda, a linguagem é a extensão de sua própria identidade, um encadeamento simbólico atravessado por premissas morais no limiar do sagrado, quase ao sabor da ética cristã.

Mentir, para um progressista – ainda que plenamente possível, comum e, em certos casos, endêmico -, é uma provação. Mentir, para um conservador dessa nova extrema direita, é apenas um modo legítimo de se conquistar o poder e repelir a ameaça do ‘comunismo opressor’.

É daí que vem a eterna divisão da esquerda e a união estrutural da direita.
Sujeitos autoidentificados como esquerda se policiam uns aos outros, na premissa de que é preciso monitorar a si mesmo para que não se ‘cometa erros’ – e dentro do pressuposto da ciência (a esquerda não nega a ciência) de que teses existem para ser refutadas e aprimoradas.

Sujeitos autoidentificados como direita não se patrulham, investem em um simulacro de liberdade em que o dizer é livre (daí, as apologias ao nazismo, ao genocídio, à tortura) e surfam em uma subjetividade destituída de superego e de controle (o controle é para os outros).

São evidências do mundo da produção de sentido, na dimensão da análise de discurso francesa, ferramenta teórica assaz ignorada pelos setores políticos mais intelectualizados.

Muitos intelectuais temem a linguística porque ela tem o poder de desmascarar falácias da filosofia e das ciências humanas de maneira geral.

Na emergência de se fazer a crítica qualificada às atrocidades enunciadas pelas ciências humanas ao longo dos séculos, optou-se pela conivência palaciana.

Intelectuais encarnaram, em grande medida, conservadores e reacionários, tentando fazer preservar preceitos das gramáticas normativas para suas incursões no campo da linguagem humana.

O preço é Olavo de Carvalho. É o terraplanismo. É o antipetismo. É o bolsonarismo (é o nosso jornalismo e o nosso intelectualismo).

Quando as técnicas avançadas de análise linguística chegarem ao mundo da comunicação política, talvez, um salto de qualidade emerja ávido por significações na seara do debate público.

As gigantes da comunicação (Google e Facebook) já entenderam isso faz tempo e mobilizam os melhores profissionais do mundo da ciência da linguagem nos bastidores de sua estrutura de inovação tecnológica e digital.

Enquanto isso, vamos enfrentar, no Brasil, o vírus do dinheiro e da urbanização irrefletida (o coronavírus) e o vírus do antipetismo, que já devastara há tempos a nossa capacidade de se travar desafios no debate político.

Vamos encarar essa batalha. Ninguém disse que seria fácil.

Fonte: Jornal GGN


CPC REALIZA LIVES SOBRE LITERATURA COM ESCRITORES DE GARANHUNS




Com a suspensão temporária das atividades presenciais do Sesc em Pernambuco devido à pandemia do coronavírus, o Centro de Produção Cultural, Negócios e Tecnologia (CPC) realiza nas quartas-feiras de abril uma série de lives sobre Literatura com escritores de Garanhuns. A ação faz parte do projeto “#Sescpeemcasa”. As conversas acontecem às 19h, com transmissão pelo Instagram e são mediadas por Marcilene Pereira, instrutora de atividades artísticas do Sesc. Os bate-papos são transmitidos pelo perfil dela na rede social: @marcilenezpereira.

A programação é diversificada, atrativa e trata de um tema diferente a cada semana. Nesta quarta-feira (08/04), o bate-papo será com Nivaldo Tenório e o tema que ele vai abordar é “Gênero: conto e as revistas literárias”. No dia 15, será a vez de Fernanda Limão, que vai falar sobre “Poesia Escrita por Mulheres”. Já no dia 22, o tema “Booktubers e as Novas Estratégia de Formação de Leitores” será apresentado por Amâncio Siqueira. E no dia 29, fechando a programação, Thiago Correia fala sobre “A Crítica Literária em Tempos de Internet”.

“A ideia surgiu após uma reunião online da equipe de Cultura do CPC, na qual foram tratadas estratégias para manter a arte presente entre as pessoas”, explica Marcilene. A estreia foi no dia 1º de abril com o escritor Helder Herik e o tema “Literatura para a Infância”.

Sesc – O Serviço Social do Comércio é uma instituição privada mantida pelos empresários do comércio de bens, serviços e turismo. Em Pernambuco, iniciou suas atividades em 1947. Oferece para os funcionários do comércio de bens, serviços e turismo, bem como para o público geral, a preços módicos ou gratuitamente, atividades nas áreas de educação, saúde, cultura, recreação, esporte, turismo e assistência social. Atualmente, existem 23 unidades do Sesc do Litoral ao Sertão do estado, incluindo dois hotéis, em Garanhuns e Triunfo, e o Centro de Produção Cultural, Tecnologia e Negócios do Sesc, em Garanhuns. Essas unidades dispõem de escolas, equipamentos culturais (como teatros e galerias de arte), restaurantes, academias, quadras poliesportivas, campos de futebol, entre outros espaços e projetos. Para conhecer cada unidade, os projetos ou acessar a programação do mês do Sesc em Pernambuco, basta acessar www.sescpe.org.br.

Serviço – Bate-papo sobre Literatura do CPC
Todas as quartas-feiras de abril, às 19h
Transmissão ao vivo pelo Instagram @marcilenezpereira

Programação
Dia 08/04 – “Gênero: conto e as revistas literárias”, com Nivaldo Tenório
Dia 15/04 – “Poesia Escrita por Mulheres”, com Fernanda Limão
Dia 22/04 – “Booktubers e as Novas Estratégia de Formação de Leitores”, Amâncio Siqueira
Dia 29/04 – “A Crítica Literária em Tempos de Internet”, com Thiago Correia

PRIMEIRA MORTE CAUSADA PELO CORONAVÍRUS É CONFIRMADA EM GARANHUNS/PE




A Secretaria Municipal de Saúde, através da Vigilância Epidemiológica, informa que o primeiro caso de Covid-19 foi confirmado no município de Garanhuns na manhã de hoje (09/04) pelo LACEN-PE (Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco). Trata-se de um homem de 49 anos, notificado em hospital da rede pública estadual, que foi a óbito na última terça-feira (07/04).

Um novo caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) também foi notificado e amostra já foi enviada para o LACEN-PE.

Reforçamos, mais uma vez, a importância de ficar em casa. Redobre seus cuidados com higiene, cumpra seu isolamento social e siga as orientações das autoridades sanitárias. Só saia de casa se for extremamente necessário.

Fonte: Secom

VEREADOR DE GARANHUNS CHAMA SEU POVO DE PESTE POR LEONARDO FERREIRA




Em um vídeo publicado nas redes sociais, o Vereador Gil PM, em mais um momento de fúria, chama seu próprio povo de peste, motivo segundo o vídeo publicado nas redes sociais, ele afirma “que não prometeu cesta básica a peste nenhuma”.

Isso é comportamento de um representante do povo de Garanhuns?

Em momento como esse em que vivemos em uma pandemia, acende a solidariedade das pessoas, e nesse quadro como é que ele afirma que não é função de Vereador doar cesta básica, ele se esquece que é função do vereador criar um projeto para distribuir cesta básica, nessa quarentena do coronavírus fica a pergunta?

Qual o vereador que está fazendo esse tipo de projeto de distribuição de cesta básica a famílias carentes em Garanhuns.

Como escrevi terça-feira (07/04), HOSPITAL MUNICIPAL EMGARANHUNS UM SONHO NÃO REALIZADO POR LEONARDO FERREIRA,  sobre o Hospital Municipal é um sonho que não se realiza, cujo onde não se constrói um hospital municipal e nem acontece distribuição de cesta básica.

Afinal qual é verdadeira função do político, se não é de atender o anseio do povo, hoje se faz essa indagação sobre a política de Garanhuns.


Veja o vídeo abaixo: