O joelho é considerado uma das articulações mais
complexas do corpo humano. Sua estrutura é composta por três ossos (fêmur,
tíbia e patela), meniscos, ligamentos estabilizadores, músculos, tendões,
cartilagem e bursa. É uma articulação bastante utilizada, tanto nas atividades
diárias quanto na prática esportiva. Em relação à cartilagem, tecido formado
por quatro camadas que servem para absorver a energia cinética entre os ossos,
um problema que pode acometer a região é a Condropatia Patelar, basicamente caracterizada
pela lesão da cartilagem que recobre a região articular da patela, podendo ser
de um grau mais simples como o amolecimento, até um mais avançado, como
fissuras, degeneração e exposição do osso subcondral, que é o osso recoberto
pela cartilagem. Muito comum em pessoas mais jovens, pode acometer até 40%
dessa população.
A Contropatia Patelar, ou Condromalacia como também é
conhecida, é uma doença multifatorial que pode ocorrer através de traumas de
repetição, entorse do joelho e até fatores hereditários. Alguns dos sintomas
são dor na região anterior do joelho, derrame articular (conhecido como água no
joelho), estalidos e atrofia muscular, porque a dor e o inchaço do joelho podem
levar à perda de massa muscular no local. “Se você tem uma queixa de dor na
região anterior do joelho, normalmente sem história de trauma ou entorse, você
pode estar diante de um quadro de Condropatia”, afirma o Dr. Filipe Belfort,
ortopedista do SEOT (Santa Efigênia Ortopedia e Traumatologia), especialista em
joelho. Ele explica que “geralmente a pessoa não chegam a ter sua mobilidade
totalmente prejudicada, mas existem queixas de pessoas que não têm o rendimento
adequado ou não conseguem mais trabalhar em certa posição, não consegue fazer
mais certos tipos de atividades (agachamento, subir e descer escadas), pois já
começam a ficar mais dolorosos”.
O tratamento da Condropatia Patelar, na grande maioria
das vezes, é não-cirúrgico, mas para se chegar a essa conclusão é preciso a
avaliação do especialista sobre o grau de desgaste da cartilagem. “Indica-se um
procedimento cirúrgico em casos de lesões únicas isoladas, normalmente causadas
por algum trauma; quando se tem um desgaste difuso, que é o mais comum, não se
costuma indicar a cirurgia”, ressalta Belfort. Normalmente, é prescrito um
tratamento paralelo para tratar a doença cartilaginosa e a disfunção muscular.
Existem terapias com anti-inflamatórios e com a viscosuplementação, em que é
feita uma infiltração de ácido hialurônico no joelho, associada a uma boa
fisioterapia. “Com a boa evolução do paciente, pode-se progredir para um
trabalho de fortalecimento muscular”, conclui o especialista.
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